Capítulo 18 - Aquele do TOC de arrumação.

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Capítulo 18

Aquele do TOC de arrumação

"...a gente gostaria

de ver nossos problemas

resolvidos por decreto

a partir desta data,

aquela mágoa sem remédio

é considerada nula

e sobre ela — silêncio perpétuo

extinto por lei todo o remorso,

maldito seja quem olhar pra trás,

lá pra trás não há nada,

a partir desta data,

aquela mágoa sem remédio

é considerada nula

e sobre ela — silêncio perpétuo

extinto por lei todo o remorso,

maldito seja quem olhar pra trás,

lá pra trás não há nada,

e nada mais

mas problemas não se resolvem,

problemas têm família grande,

e aos domingos

saem todos a passear

o problema, sua senhora

e outros pequenos probleminhas."


É incrível como um dia pode começar bom, melhorar e quando você já acha que vai se tornar o melhor dia da sua vida, o dia começa a só piorar.

Quando eu cheguei em casa já não conseguia mais conter minhas lágrimas, e ignorando meus pais preocupados me tranquei no quarto gritando que precisava ficar sozinho. Me encostei em uma parede próxima à cama e deixei meu corpo cair até que lentamente encontrasse o chão. Eu não sabia o que era aquela dor, aquela raiva, aquela vontade de quebrar tudo ao meu redor ou de me jogar do alto do prédio. Eu só sabia que queria o beijo dele, queria naquela hora, queria nesse momento. Queria que ele aparecesse agora em minha casa, derrubasse a minha porta, me pegasse em seus braços e me beijasse até que eu não conseguisse respirar mais.

Novamente eu me encontrava naquela situação, sem saber se estávamos juntos ou não. Se ele me queria ou não. Se isso algum dia daria certo ou não. Minha mente gritava para que eu o esquecesse, seguisse em frente e partisse pra outra, para uma mais fácil, uma mais certa. Puxei meu travesseiro da cama e o trouxe ao chão junto a mim, o aproximei do rosto e gritei com toda a força dos meus pulmões, como se pra afastar toda aquela dor em gritos. E horas, horas mais tarde eu me acalmei, não sei se dormi ou se só viajei no momento, mas quando dei por mim, as lágrimas já tinham secado no rosto e meu telefone tocava me trazendo de volta a realidade.

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