Capítulo 10

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Marcio estava agoniado para ajudar Rodrigo, o mercenário estava gemendo de dor baixinho a horas, o dia já havia amanhecido, mas não era possível ver isso, pois o subsolo onde estavam os dois, era todo fechado e escuro, sem falar que tinha muito mofo e umidade.

Marcio apenas conseguiu tirar um leve cochilo, sua cabeça estava uma loucura era difícil se desligar completamente, além disso tinha Rodrigo que mesmo precisando se negava a aceitar a ajuda do garoto.

-Marcio- ei idiota, você tá legal?(uma leve tremedeira no corpo de Rodrigo chamou a atenção de Marcio )

-Rodrigo- t-to-to po-porra.(rodrigo nem consegue disfarçar, ele tremia muito e batia os dentes)

Márcio irritado se levanta e vai até o homem machucado, Rodrigo tenta fingir estar bem e empurra-lo, mas o garoto é mais rápido e coloca a mão na testa do homem, Rodrigo recua meio assustado pelo toque, era como se ele tivesse levado um choque ao sentir os dedos do garoto em contato com sua pele.

-Rodrigo- m-me d-deixa e-em paz...

-Marcio- não vai dar não, você tá queimando em febre, precisa da minha ajuda ou vai morrer.

-Rodrigo- e-eu n-não ligo!!!

-Marcio- mas eu ligo, não vou deixar uma pessoa morrer na minha frente sem pelo menos ter tentado salva-la.

Rodrigo engole em seco ele estava muito mal, ouvir as palavras de Marcio fez ele ficar em duvida, como podia uma pessoa que ele ferrou com a vida querer ajudar ele.

Márcio coloca um pequeno colchão velho e fino que tinha na cela próximo ao corpo de Rodrigo, ele faz bastante força e consegue colocar o homem sobre o colchão, depois disso ele rasga um grande pedaço de sua camiseta e usa uma goteira que tinha no lugar para umedecer o pano, ele usa isso para por na testa de Rodrigo.

Rodrigo tremia muito, Marcio analisa o corpo do homem vendo o tamanho dos machucados.

-Marcio- aquele velho pegou pesado com voce, eu pensei que voce era sabia se defender.

-Rodrigo- e-ele foi c-covarde, mandou s-seus seguranças todos me cercarem armados.

-Marcio- e voce reagiu.

-Rodrigo- reagi, mas ele trapaceou, quando tinha conseguido matar pelo menos 5 h-homems dele, alguns dos que ainda estavam de pé me aplicou alguma coisa, eu perdi os s-sentidos, e como resultado f-fui espancado.

-Marcio- esse homem é um monstro, merecia morrer.

-Rodrigo- eu ta-tambem sou um m-monstro, já m-matei muita gente.

-Marcio- suspeitei disso, mas ele consegue ser pior que isso.

-Rodrigo- p-por que esta m-me ajudando moleque.

-Marcio- eu não sei, acho que é só meu jeito de ser

Rodrigo olha o garoto e depois fecha seus olhos a dor esta dilacerando ele, mas sua cabeça só voltava as palavras do jovem.

-Rodrigo- você é um idiota por fazer isso, se a sua consciência que esta pesando fique tranquilo, eu não me importo de morrer aqui, pode me deixar de lado.

-Marcio- se voce não se importa tudo bem, mas eu me importo, independente do que voce fez, estamos na mesma situação, não vou te virar as costas.

-Rodrigo- eu te viraria as costas se voce estivesse no meu lugar.

-Marcio- sim eu sei, mesmo assim vou te ajudar, cada um tem um jeito e caráter diferente, nao te julgo por ser dessa forma.

Rodrigo se cala totalmente sem palavras, a muito tempo ele não via alguém como Marcio, o garoto lembrava muito sua mãe, ela era idêntica a ele em personalidade, sempre ajudando quem não merecia, acabou morrendo por isso.

Após algum tempo rodrigo começa a delirar sussurando coisas inaudíveis.

Marcio põe o homem em seu colo usando seu corpo para aquece-lo, Rodrigo se encolhe todo e parece pouco a pouco a melhorar.

Marcio inconciêntimente começa a fazer carinho nos cabelos do homem, Rodrigo deixava umas lagrimas tímidas escaparem, ele delirava e vinham em sua mente todas as lembranças de seus pais e irmão vivos.

-Rodrigo- foi culpa minha, foi tudo minha culpa, eu não pude salva-los.( ele chorava mais alto, Marcio fica preocupado).

-Marcio- calma, voce esta só delirando, tenta relaxar ( nada adiantava, ele sem alternativa puxa o homem mais para seu colo e o abraça de mal jeito)

Depois de mais algumas horas Rodrigo dorme no colo de Marcio, o garoto esta encostado na parede pensando em tudo que esta vivendo, suas mãos ainda faziam cafuné em Rodrigo.

-Marcio- eu devo ser um trouxa mesmo, mas quer saber dane-se, eu gosto de ser um trouxa as vezes,( ele olha para Rodrigo e suspira)- só as vezes...

Ele é interrompido pela chegada brusca de Mateus.

-Mateus- eai garoto...o que ouve com o Rodrigo.

-Marcio- foi espancado não ta vendo ou é cego ( Mateus ainda mantem um olhar assustado para a cena a sua frente)- o que foi?

-Mateus- nada...( ele nunca imaginou ver Rodrigo naquele estado e ainda por cima sendo ajudado por Marcio)

-Marcio- o que veio fazer aqui?

-Mateus- te dizer para confiar na gente.

-Marcio- o que?

-Mateus- apenas confie ta bom, vamos dar um jeito de tirar voce daqui.

Mateus sai correndo antes que márcio questione, o garoto fica sem entender absolutamente nada, como que ele o ajudaria, Augustino mataria qualquer um que tenta-se trai-lo.

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Na cozinha da mansão Augustino tomava seu café da manha vendo o jornal, ele tinha um sorrisinho nos lábios.

-capanga- Desculpe interromper senhor, mas fomos avisa-dos sobre uma estranha movimentação na cidade.

-Augustino- estranha quanto?

-capanga- Homems armados

-Augustino- policia?

-Capanga- Não senhor, máfia.

Augustino arregala seus olhos, e olha para seu empregado.

-Augustino- O QUE???

O filho do juiz - ( romance gay )Onde histórias criam vida. Descubra agora