A babá dos sonhos

Capitulo 8.

Viemos a viagem toda calados, quem estava dirigindo era Rony e Adam veio no banco de trás junto comigo. Eu não estava mais conseguindo segurar as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, eu apenas queria poder chorar em paz. Eu estava chorando por vários motivos, um deles é a dor de ser rejeitada e a outra era a dor de saber que eu terei que conviver sempre com ele, vou lembrar sempre disso tenho certeza.

Assim que Rony estaciona o carro em frente à mansão saio correndo do carro. Entro no banheiro, tiro minhas roupas e fico debaixo do chuveiro chorando, coloco a mão na boca e deixo o choro entalado sair.

Eu queria poder nunca ter feito isso, maldito dia que bebi muita caipirinha, maldito homem que mexe com meu psicológico e maldita coragem que tenho. Depois que termino de tomar banho vou para o quarto, me deito na cama e durmo.

***

- Bom dia! - Acordo com Ella me abraçando.

- Olá, meu amor. Bom dia. - O meu dia já se torna melhor só por vê-la sorrir. Olho para a porta, Adam está me observando, me sento na cama e minha cabeça gira. Coloco a mão na cabeça e fecho meus olhos.

- Pedi para Beth fazer um chá para você, sabia que ia acordar dessa forma. - Adam me olha sério.

- Eu vou na minha casa daqui a pouco. - Falo sem olhar para ele.

- Posso ir com você? - Ella pergunta empolgada.

- Eu não sei se o seu pai deixaria, meu amor.

- Papai, posso ir com ela? Por favor.

Olho para Adam, ele continua me observando super sério.

- Rony vai acompanhar vocês. - Ele olha no seu relógio que está no seu pulso - Cinco horas quero vocês em casa, eu tenho que sair e preciso de Rony.

- Voltamos antes disso. - Olho para Ella e sorrio.

***

Ella está brincando com as crianças da vila, é muito lindo vê-la sorrindo e feliz. Rony está mais distante da casa, está encostado no carro observando Ella brincar também e parece gostar de vê-la daquele jeito, ele até solta uns sorrisinhos de lado algumas vezes.

Eu coloquei uma cadeira na frente da casa de tia Rosa para poder olhar Ella brincar.

- Tá tão triste, Clary. Tem certeza que não aconteceu nada? - Tia Rosa coloca uma cadeira do lado da minha e senta.

- Não quero falar disso agora... Tia... quando você faz uma coisa que se arrepende o que faz para esquecer?

- Difícil esquecer algo pelo qual se arrepende, mas meu pai sempre dizia que nada é em vão, tudo na vida é questão de aprendizado. Erros são feitos para você aprender com eles, te fazem ficar mais forte.

- Porque eu sinto que o meu erro não teve nenhum aprendizado?

- Deve ter algum que não notou. Nada é em vão, Clary.

Fico pensando por um momento, que aprendizado foi esse? Não existe um aprendizado para isso, meu aprendizado seria não tentar beijar pessoas quando estiver bêbada? Não tentar beijar seu chefe? Ou ser mais forte para quando for rejeitada? Certeza que nenhuma dessas opções fazem sentindo.

- Acho que é hora de ir. - Levanto-me e abraço tia Rosa. Queria poder levá-la para a mansão para que ela me fizesse um cafuné ou me protegesse toda vez que Adam aparecesse. - Te amo, tia. Volto logo.

Chamo Ella que vem com uma expressão triste por irmos embora, entramos no carro e Rony dirigiu em direção à mansão.

***