Capitulo 5.

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Escolhemos um vestido tão lindo para Ella que eu estava apaixonada. Era um vestido rosé com um laço prata na cintura, costa aberta e muito brilho. Compramos uma sapatilha prata e alguns laços que Ella gostou.

- Agora é a sua vez. - Diz Mary.

- E você? - Pergunto.

- Eu já comprei o meu, só vim acompanhar vocês... então, Clary. Você e Adam já tiveram algo. - Meu coração acelerou e meu rosto ficou quente com a sua pergunta.

- Não, não. Ele é só meu chefe... eu sou só a babá de Ella. - Abaixo minha cabeça ainda envergonha com a pergunta.

- Olha esse vestido. - Mary adentra na loja em que estávamos passando na frente. Ela me mostra um lindo vestido vestido azul, ele é caído nos ombros, tem renda somente na parte superior acima do peito, um laço delicado na cintura e rodado na saia. - Ele é perfeito.

- Ele é lindo, mas muito caro.

- O preço não importa, querida. Experimente ele, estarei lhe esperando aqui fora.

Experimento o vestido e me olho no espelho, ele caia super bem no meu corpo. Saio do provador, todos ficam me olhando, sinto meu rosto corar de vergonha.

- Ficou perfeito em você, vamos levar este. Com um salto prata fica mais perfeito ainda. - Mary diz contente - Adam vai amar.

- O que disse?

- Que todos da festa vão amar. É o aniversário de vinte anos da minha bebê, quero que todos estejam impecáveis.

***

Estávamos no carro indo para casa, Ella dormia no meu colo, estava exausta depois de brincar tanto.

- Ella gosta muito de você. - Mary olhava ela dormindo no meu colo - Quando eu vi Anne pela primeira vez foi um amor inexplicável, parecia que tinha saído de dentro de mim, parece que tínhamos nos reencontrado depois de anos... era uma coisa inexplicável. Quando eu vi ela pela primeira vez no hospital, ela estava toda suja e chorava com fome. Eu parei tudo que estava fazendo para acudir ela.

- Sei como se sente... - Acaricio os cabelos de Ella - Você a adotou?

- Sim... acredito que foi a melhor decisão que tive na vida. Eu sou médica, era meu plantão e tinha acontecido um incêndio, os pais dela não sobreviverão...mas ela sim... e parecia que estava lá para mim, não sei lhe explicar, mas ela sempre foi minha filha.

- Que coisa linda, Mary. Adam... quer dizer o Sr. Smith aceitou ela?

- No começo ele era meio tímido com ela mas logo se tornaram amigos, ele tinha vinte anos na época e ela tinha seis anos. - Fiz os cálculos na minha cabeça e tive a pequena conclusão que Adam tinha trinta e quatro anos - Meu falecido marido que não gostou muito, disse que éramos muito velhos para ter outra filha, mas ele também se encantou com ela.

- Seu falecido marido?

- Sim... - Ela da um sorriso de canto de boca como se lembrasse de algo muito especial - Ele faleceu a quatro anos a atrás... foi quando a mãe de Ella deixou Adam... desde lá meu filho não parece ser o mesmo... ele está mais fechado e sério, ele era um homem tão apaixonado, um homem tão em paz que não vejo mais isso.

Ficamos em silêncio, estávamos chegando em frente à casa de Adam. Beto me ajudou a subir com as compras e deixar Ella no seu quarto. Depois que tomei banho fui arrumar o que compramos, eu até agora não conseguia acreditar que Mary tinha comprado maquiagem para mim, aqui tinha coisas que eu nem sabia pra que usava. Tipo o que é primer? Isso passa quando? Eu tinha que pesquisar depois na internet, mas hoje não, eu estava cansada o bastante. Quando terminei de arrumar tudo apenas deitei e dormir.

***

Mary mandou um maquiador e cabeleireiro para arrumar Ella e eu. Ella estava tão linda que era difícil não ficar olhando para ela, estava achando lindo até ela correndo com aquele vestido todo elegante.

Pedi para que o maquiador fizesse uma coisa básica no meu rosto. Eu nunca fui de maquiagem, ele não me obedeceu muito mas eu não conseguia parar de me olhar no espelho, ele tinha feito um trabalho tão bom que eu estava me sentindo a mulher mais linda do mundo. O cabeleireiro fez um coque frouxo com alguns fios soltos. Eu estava me sentindo incrível mas constrangida por descer as escadas da casa. Eu não queria aparecer assim na frente de Adam, era constrangedor mas não podia deixar ele me esperando mais.

Chego no topo da escada Adam está conversando com Beto, assim que começo a descer as escadas os dois me olham e não tiram os olhos de mim. Eu podia sentir meu rosto vermelho nesse momento de tanta vergonha.

- Eu já estou pronta. - Digo quando chego perto de Adam.

- Está linda, Srta. Levy. - Adam não tira os olhos dos meus.

- Obrigada, Sr. Smith.

Entramos no carro e ficamos em um silêncio total até a festa. Assim que entramos eu me senti muito mais envergonhada, todos da festa ficaram olhando para nos entrando, Ella não soltava minha mão e nem a de Adam, se eu não conhecesse diria que parecíamos uma família.

- Eu disse que ficaria linda. - Mary me olha encantada - Viu como ela está linda, Adam?

Sinto meu rosto corar novamente. Adam me olha e da um sorrisinho de lado. Meu mundo parecia cair, parece que eu tinha ganhado um autógrafo de um ídolo muito querido. O sorriso de lado dele era a coisa mais linda que eu já tinha visto, eu poderia olhar ele sempre fazer isso e não me cansaria.

- Ela está linda sim. - Não tirávamos os olhos um do outro.

Um pensando louco passou pela minha cabeça, um pensamento insano em beija-lo, mas isso não podia acontecer nunca, caso eu fizesse isso certeza que amanhã eu pegaria minha conta. Eu nunca faria o "tipinho " de mulher dele.

- Adam!? Você veio! - Uma jovem sai correndo em direção à Adam e abraça ele com bastante empolgação.

- Tia Anne. - Ella solta da minha mão para abraçar a jovem.

Anne é baixa, olhos castanhos claros, pele negra e cabelos tão enrolados que pareciam ser de boneca de tão perfeito que eram.

- Anne essa é Clarisse Levy a babá de Ella. - Disse Mary.

- Minha mãe falou tanto de você, vejo que é mais linda do que eu ouvi falar. - E mais uma vez eu estou super envergonhada.

- Obrigada. - Dou um sorriso tímido para ela.

- Sentam- se e sintam-se a vontade. - Diz Anne.

Ella pega na minha mão novamente e sentamos em uma mesa distante dos outros. O telefone de Adam começou a tocar, ele franziu a testa como se não espera-se por aquela ligação. Ele apenas levantou-se e foi atender a ligação em outro local. Eu e Ella ficamos na mesa comendo os milhões de brigadeiros que os garçons iam trazendo.

***

Já se passava da meia noite, Ella dormia tranquilamente no meu colo. A festa já estava acabando, então Adam decidiu que já devíamos ir. Ele pegou Ella com cuidado do meu colo, levou até o carro e decidiu que eu iria na frente carregando ela dormindo. Eu sabia que não era certo e que era perigoso mas eu não podia questiona-lo, apenas o obedeci e segurei Ella com firmeza quando ele começou a colocar o carro em movimento.

- Merda! - Ouço ele pragueja.

Por um momento eu achei que eu tivesse feito algo mas não era eu. Adam olhava furioso para o retrovisor do carro.

- Estão seguindo a gente.

- Como assim? Quem? - Pergunto nervosa.

- Não posso explicar agora, apenas aperte o cinto em volta de você e Ella, segure ela com firmeza vamos começar a andar bem mais veloz.

Eu estava tão nervosa que eu não o questionei apenas o obedeci e ouvi o pneu do carro cantar no asfalto.

***

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