CAPÍTULO 15

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O Destino do Sábio

          — Heitor enlouqueceu... — Dandara diz enquanto se aproxima de Yby, que está na sacada observando o treinamento dos guerreiros no pátio.

          — Heitor sempre foi louco... mas o que ele fez dessa vez?

          — Em Vênus está matando guerreiros de todas as Casas, incluindo seus aliados.

          — Heitor declarou guerra a todas as Casas?

          — Não é uma guerra declarada, as Munakata estão matando por ele, mas Heitor disse aos aliados que elas desertaram e estão agindo por conta própria...

          Yby se afasta da sacada e segue pela grande sala. Dandara a acompanha.

          — Precisamos atacar agora... Heitor já deve estar organizando suas tropas para vir pra Marte. — A líder da Casa diz, com raiva.

          — Ainda não temos soldados suficientes pra atacar Heitor em Vênus...

          — Há Casas aliadas de Heitor aqui, devemos atacá-los imediatamente. Não podemos esperar um ataque surpresa daquele louco. — Yby diz, enquanto entra em seu quarto. — Chame Petra, vamos definir a estratégia dos ataques. — A mercenária aciona uma grande tela holográfica em um canto do quarto. Um mapa de Marte surge, com regiões destacadas. São os locais onde se encontram as Casas aliadas de Heitor.

          Malik e Kamikia estão em uma base de tratamento de água. Piratas haviam atacado uma frota de naves dessa base. A frota transportava água para uma base no Cinturão. O diretor convocou a Casa de Kûara, por indicação do Governo, para resgatar a frota e punir os piratas. Ao fim da conversa com o diretor, Kamikia e Malik andam pela base, que fica fora das cúpulas das cidades de Europa.

          — Artemísia iria gostar desses trajes... embora a temperatura aqui fora seja mortal, com esses trajes a sensação térmica é de um dia fresco em Vênus, além de serem leves... — Kamikia comenta.

          — O problema é esse capacete... Não sei como os trabalhadores da base suportam usar essas coisas por vários dias seguidos. — Malik comenta e faz uma pausa, olhando para frente. — E acho que Artemísia pode te dizer a opinião dela sobre esses trajes!

          — Como assim?

          — Olhe!

          Kamikia olha para frente e vê Artemísia se aproximando.

          — Artemísia? O que faz aqui? — O líder de Kûara pergunta.

          — Só posso te dizer dentro da cúpula. Mariah me disse que os capacetes não são seguros... — A venusiana diz, enquanto mexe no capacete. — E como isso incomoda! — Malik ri.

          — Vamos retornar logo à cidade, então... — Kamikia diz.

          Os três atravessam a base em um veículo. Artemísia se encanta ao ver todas aquelas máquinas gigantes trabalhando sobre o chão congelado de Europa, retirando a água líquida em perfurações de poços, em alguns pontos, e cortando a água congelada em cubos enormes, em outros pontos. Drones, de diversas formas, se locomovem pelo chão e pelo ar. Seres humanos, em seus trajes especiais, controlam todo o trabalho. Os humanoides, como em todo o Sistema Apolo, fora da Terra, são raros.

          Quando chegam perto da saída, os três entram em uma sala. Na sala eles deixam os trajes especiais e o capacete, que lhes permitem transitar do lado de fora da cúpula da cidade. Dentro da sala, a temperatura é a mesma do interior das cidades.

ArtemísiaOnde histórias criam vida. Descubra agora