Two

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HEMMINGS POV'S

A semana tinha se passado rápido, já era sexta-feira e eu estava voltando da escola, que era bem perto da minha casa então dava para ir andando. Assim que cheguei em casa descobri que minha mãe ainda estava no trabalho e já que cozinhar não é uma coisa que eu saiba fazer, macarrão instantâneo foi minha única opção pra não passar fome. Depois de fazer meu macarrão sem queimar, o que poderia ser considerado um milagre, eu acabei comendo tudo e estava vendo desenhos na TV.

- Luke como você é patético - Falei pra mim mesmo e comecei a rir, um garoto de dezessete anos vendo desenhos, isso soa tão ridículo.

Acabei pegando no sono e só acordei quando senti algo em meu rosto.

- Querido, o sofá não é lugar de dormir, você está todo torto - Ouvi minha mãe falar e me encolhi mais no sofá.

- Mas aqui está tão quentinho mãe - Falei manhoso e ouvi-a rir e se afastar um pouco.

- Luke se arrume, nós vamos sair - Não que eu fosse antissocial ou odiasse sair com minha mãe mais eu queria tanto dormir e acordar só amanhã. Depois de muito custo levantei e fui tomar um banho porque se eu me atrasasse minha mãe iria acabar saindo e me levando do jeito que eu estava sendo de toalha ou vestido. Vesti uma calça jeans skinny com uma blusa social preta, dobrando-a até os cotovelos e calcei meu All Star preto. Arrumei meu cabelo e peguei meus óculos, eu estava pronto.

Já estava no carro com minha mãe e ela me disse no meio do caminho que íamos jantar em um restaurante com uma amiga dela e uma filha dela de seis anos, seria um ótimo programa pra sexta a noite se eu gostasse de sobrar em uma conversa onde duas mulheres só ficam elogiando seus filhos.

Já fazia uma hora que estávamos nesse restaurante e a única coisa que eu tinha feito até agora era aguentar essa garotinha de seis anos chutando minhas pernas por debaixo da mesa, eu até chutei ela uma vez de volta e ela contou pra mãe, crianças são fofoqueiras.

Depois de comer alguns pedaços pizza de queijo acabei tomando um milk-shake bem grande e agora esperava minha mãe se despedir, o que parecia nunca acabar já que sempre elas achavam outro assunto. Quase meia hora depois estávamos no carro para ir pra casa, quando minha mãe estacionou eu vi um gatinho fofo branco de olhos azuis no cantinho da garagem, saí do carro lentamente e fui me aproximando do gatinho e assim que tentei pegá-lo ele fugiu de mim. Eu saí correndo atrás dele, corri quase o quarteirão todo e minha respiração já começava a falhar. Luke, seu idiota, você não devia ter corrido. Tentava inspirar inutilmente, aquilo já estava me desesperando, a cada vez que eu tentava puxar o ar parecia que meus pulmões queimavam pela falta de oxigênio, consegui chegar à porta de casa e gritar um "MÃE" meio abafado. Fechei minhas mãos em punhos e senti minhas curtas unhas machucarem a palma da minha mão. Tentei mais uma, duas vezes e minha mãe chegou. Vendo-me naquele estado, ela tirou o carro da garagem e me ajudou entrar nele quando já estava na rua. Já que o aparelho de inalação tinha quebrado eu teria que ir ao hospital. Por eu ser asmático, minha mãe sempre preferiu morar o mais perto possível do hospital e em menos de cinco minutos já estávamos lá. E eu com a mascara de inalação na cara.

- Luke, meu amor, você tinha que correr atrás de um gatinho às onze horas da noite? - Minha mãe perguntou sorrindo e eu apenas sorri de volta com a máscara tampando metade do meu rosto. Encostei a cabeça na parede e fechei os olhos, seria uma longa noite.

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