Um Amor a cada Verão

Ano novo, sentimentos antigos

Finalmente meu 1° ano de ensino médio tinha acabado e as minhas tão esperadas férias chegaram.

Natal e ano novo são as minhas épocas favoritas no ano, sempre passo com a minha família e sempre é emocionante e divertido.

Naquele natal, Deivid iria para minha casa. Eu estava com medo de que fosse estranho, aquela seria a primeira vez que ele iria na minha casa e nós nos veríamos pessoalmente depois do nosso "término".

No dia 24, eu acordei cedo e fiquei ajudando com os preparativos para a ceia. Quando estava tomando banho, ouvi a campainha tocar, mas nem liguei muito, poderia ser qualquer pessoa. Saí do banho e fui para a cozinha para ajudar a levar as comidas para o terraço, onde aconteceria a ceia. Quando cheguei lá tomei um leve susto, Deivid estava lá. Fiquei sem saber como reagir. Deveria abraça-lo? Dar um aperto de mão? Ou apenas falar um oi? No final, minha reação foi dar um sorrinho, sussurrar um oi bem baixinho e perguntar para minha avó o que eu deveria levar para cima.

No decorrer da ceia, eu só conseguia pensar nele. Como eu pude deixar ele escapar? Eu estava arrependida de não ter insistido, de não ter feito o meu melhor.

A gente conversou algumas vezes, mas nada demais. Não falamos sobre a gente, ou que restou de nós.

Em algum momento da ceia, eu chamei Deivid e Lúcio para o meu quarto para entregar as lembrancinhas que eu tinha comprado. Para Lúcio, eu dei uma pulseira, ele ficou feliz e me agradeceu, pois sempre falava que queria aquela pulseira quando passávamos em frente á loja. E para Deivid, dei um cordão com um pingente de lua, eu disse a ele que o meu cordão tinha um pingente de estrela e lembrei a ele da promessa que tinha me feito a uma semana atrás, quando eu perguntei se ele usaria um cordão de amizade comigo. Ele tinha dito que usaria e que seria uma forma de sempre termos um ao outro por perto, mesmo estando longe fisicamente.

Ele me deu um abraço e agradeceu e então subimos novamente para a festa. Mais tarde, fomos dormir e no outro dia continuamos com a comemoração.

No decorrer da semana, eu não conseguia parar de pensar no Natal, Deivid não saia da minha cabeça. Eu achei que já tinha superado ele, mas foi só ver ele que eu percebi que estava completamente enganada. Eu ainda amava ele.

Nós nos veríamos novamente no Ano Novo, então decidi que seria a ocasião perfeita pra tentar reconciliar com ele. Afinal, no ano novo, todo mundo quer ter alguém quando chega a meia-noite. Fiquei arquitetando meu plano durante a semana, não tinha como dar errado.

Dia 31 chegou, nunca tinha esperado tanto pelo Ano Novo como naquele ano. Durante o dia, ajudei a preparar as comidinhas que levaríamos para a praia e arrumei a casa. Quando estava me arrumando, o pessoal começou a chegar pois iríamos todos juntos. Quando terminei de me arrumar, fui falar com o pessoal que tinha chegado. Fui apresentada a uma amiga da minha prima, que se chamava Isis. Ela estava acompanhada de seu irmão mais novo, Diego. Cumprimentei Deivid com um abraço e depois fui falar com o resto do pessoal.

No caminho para a praia, estava tudo certo, até que começou uma chuva muito forte. Pronto, agora todos os meus planos estavam indo pro ralo. Como iríamos passar o Ano Novo na praia se estava chovendo?! Continuamos indo assim mesmo, com o trânsito que estava, só conseguiríamos chegar em casa novamente depois da meia-noite.

Ao chegar na praia, ainda estava chovendo, então decidimos ficar em um lugar coberto, do outro lado da rua da praia. Arrumamos as coisas e esperamos a meia-noite.

Estava com todos os adolescentes que tinham ido, conversando sobre coisas aleatórias, quando sinto meu celular vibrando. Era Lua me ligando. Atendi e não consegui entender uma palavra do que ela estava dizendo, tentei compreender, mas ela acabou desligando. Liguei para Salvatore, pois sabia que ele estava com Lua. Ele atendeu e disse que também estavam na praia, combinei de encontrar com ele. Avisei meu pai que iria encontrar uns amigos, mas ele falou que só poderia ir se Deivid e Lúcio fossem comigo. Fui até eles e tentei convence-los a ir comigo, não foi fácil, mas eu consegui.

Liguei pra Salvatore novamente e ele foi tentando me explicar onde eles estavam, foi um pouco difícil, pois Lua ficava pegando o celular toda hora e falava coisas aleatórias que eu não conseguia entender. O que aquela menina tinha?!

Depois de um tempo, consegui achar eles. Lua estava com uma garrafa de alguma bebida que eu nunca tinha visto na vida e muito bêbada. Nunca tinha visto ela assim. Lua já era alegre e animada normalmente, bêbada ela estava muito mais. Não parava de falar e rir nem por um segundo. Fiquei um tempo com eles e depois voltei para onde a minha família estava. No meio do caminho, vi Cadu. Ele se aproximou de mim, me abraçou e seguiu seu caminho, assim, sem falar nada. Lúcio e Deivid ficaram olhando pra mim sem entender nada. Só falei pra eles deixarem pra lá.

Quando estava perto da meia-noite, os adolescentes foram para a areia para ver os fogos. Eu não estava tão animada assim, meu plano não tinha dado certo, eu nem sequer tinha conseguido tentar.

Quando deu meia-noite, Deivid me abraçou e falou "feliz ano novo", ele ficou um tempo abraçado comigo, mais do que o normal. Quando abri os olhos, não acreditei no que estava vendo. Todo mundo estava se beijando. Minha prima com o namorado dela, André. Lúcio com Isis e minha irmã com Diego. Eu não sabia o que fazer, nunca fiquei tão constrangida na minha vida. Olhei pra Deivid e disse pra ele olhar o que estava acontecendo, já que ele estava de costas para eles. Senti que ele também ficou sem saber o que fazer. A gente deveria se beijar também? Ou ficarmos ali sem fazer nada? Eu comecei a me afastar deles, não queria ficar lá me sentindo mal. Sentei na areia da praia e fiquei olhando os fogos, até que Deivid sentou perto de mim e passou os braços pelos meus ombros. Eu apoiei minha cabeça no ombro dele e fiquei quieta lá, só olhando para os fogos e pensando no que aquele novo ano guardava para mim.