Série Crônicas de Amor de Sherlock Holmes e Molly Hooper

A Pessoa que mais Importava para Sherlock Holmes - parte 1

Sinopse: A vida de Sherlock Holmes vira de cabeça para baixo ao confrontar seu maior inimigo. Uma estratégia de falsa morte precisa ser realizada. E ele só pode contar com uma pessoa. O pior é que após seu plano dar certo, ele precisa se esconder em algum lugar. E ele escolhe justamente a casa dela, da sua amiga patologista.

Nota da autora: Eu adorei escrever esse capítulo! Mas acho que deveria ter dado mais detalhes pra ele. Sherlock morando junto com a Molly antes deles namorarem é um deleite para nossos olhos! E o querido Toby tem grande participação aqui.  

MUITOS, MUITOS E MUITOS ANOS DEPOIS DE TUDO O QUE VOCÊ JÁ VIU OU DO QUE VERÁ NESSA HISTÓRIA, UM SENHOR IDOSO ESTÁ SE SENTINDO UM POUCO SAUDOSO NAQUELA MANHÃ....

Cansaço.

Dor nas juntas.

Dificuldade para respirar.

Onde foi que eu deixei meus óculos mesmo?

Acordei com mais dor do que o habitual. Minhas juntas estavam me matando e nem o apoio da bengala era o suficiente. Eu sentia que minha respiração estava ficando cada vez pior. Um barulho saia do meu peito e eu sentia dor a cada suspiro. Endireitei meus óculos em meus olhos, me apoiei na cabeceira da cama e com muita dificuldade consegui ficar de pé.

Fui ao banheiro, mesmo sabendo da grande missão que seria. Eu jamais poderia suspeitar que uma coisa tão simples como necessidades básicas ficaria difícil com a idade. Claro que a ideia de usar fraldas grandes me apavorava, mas meu cérebro começava a processar que em breve, isso deveria acontecer. Doía demais ter que ir ao banheiro. Após 20 minutos, consegui sair e vestindo apenas meu pijama, chamei Justine.

Antes de morrer, Mycroft contratou Justine para cuidar de mim. Ela era nova, mas uma excelente profissional. Era enfermeira, porém, de vez em quando fazia papel de babá. Justine chegou de prontidão com meu chamado para me dar meus remédios e meu café da manhã. Eu tomava no total de 10 remédios, alguns para dores, outros para diabetes, pulmão e coração. Pedi que ela me ajudasse a chegar até a sala e sentasse em minha poltrona, onde eu faria a única coisa que conseguia fazer: ler. Apesar que isso estava sedo uma missão difícil também. Ás vezes nem meus óculos de 6 graus me ajudavam.

Sentei na poltrona e olhei para a janela. Natureza. Sussex era um paraíso. Foi o lugar certo para me aposentar. Já estava aqui a muitos anos. Iniciei cuidando de uma colmeia de abelhas (que aposentei ano passado, pois, já não conseguia cuidar dela) e no início ainda continuava resolvendo pequenos crimes pelas redes sociais. Conforme o passar dos anos, me cansei dos crimes e me foquei na colmeia. Também lancei biografias e livros relacionados a abelhas e a investigações. O blog do John virou vários livros que venderam milhares de cópias.

John. Que saudade.

Meu velho amigo.

Antes de morrer, fazia alguns anos que eu já não o via. Ele se casou duas vezes após a morte de Mary. Soube esses dias que Rosie, sua filha mais nova, está feliz da vida porque está esperando seu segundo filho. Faz muitos anos que eu não a vejo. Ela também não manda mensagens e não responde as minhas, mas eu entendo. Rosie é nova e tem uma vida inteira para viver. Já eu....

Tenho 90 anos e não sei porque ainda estou aqui.

Minha vida foi repleta de fama e trabalho e tudo o que eu sabia já está documentado para as novas gerações. Respirei fundo o ar da natureza de Sussex. Achei um charuto na gaveta que eu sabia que não poderia fumar devido a minha saúde. Mas o que eu teria a perder? Sentia que estava fazendo hora extra na terra. Tudo o que eu amava ou sentia afeto se foi ou estavam muito longe. Principalmente ela.