A Primeira Vez de Sherlock Holmes

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Sinopse: O jovem Sherlock Holmes nunca se importou com sentimentos ou relacionamentos. Na infância, ele sentiu carinho e afeto por Molly Hooper, porém, suas tragédias familiares o fizeram uma pessoa fria e indiferente. Anos depois, ainda na universidade, Sherlock não esperava, mas acabou sendo fisgado pelo encanto e sensualidade de uma jovem misteriosa.

Nota da autora: Ahhhh essa história! Gostei bastante de escreve-la. É realmente intrigante pensar no quanto Sherlock se saiu quando jovem nessa pequena parte da vida. Espero que gostem.  


ALGUNS ANOS DEPOIS DO INÍCIO DESSA HISTÓRIA, SHERLOCK CHEGARA EM CASA APÓS LONGAS HORAS DE VÔO. AGORA, ELE ERA NOVAMENTE O SOLITÁRIO DETETIVE MORANDO EM UMA CASA DE UMA RUA MOVIMENTADA DE LONDRES.........

Era a coisa certa a se fazer.

Era a coisa certa a se fazer.

Era a coisa certa a se fazer.

Meu cérebro não parava de repetir essas palavras. Mais rápido do que o cérebro das pessoas comuns.

Obviamente.

Cheguei em meus aposentos na Baker Street completamente convicto de que eu fiz a coisa certa. Deixei minha namorada, ou melhor, ex-namorada em Paris sozinha e regressei para minha vida de antes. Nada pode comparar a leveza que sinto agora em minha alma. Era a coisa certa a se fazer. Eu estava livre. Livre das cobranças, livre de ter a obrigação de não faze-la chorar. Livre das sextas-feiras de compromissos obrigatórios em sua casa. Livre de não poder fumar escondido de vez em quando (Molly tinha o faro de um cão e por mais que eu usasse adesivos, eu sempre conseguia um cigarro extra com o jornaleiro o que de fato era inútil esconder, pois, ela descobria e ficava zangada).

Relacionamentos não são para mim.

Obviamente.

Laços e conexões românticas só nos distraem. Sentimentos são no geral, uma desvantagem perigosíssima. Desde que iniciei um relacionamento com uma mulher, minha vida profissional foi decaindo e por mais que eu não quisesse admitir, isso realmente acontecera.

Nas sextas-feiras, eu tinha que parar minhas investigações que surgiam naquele dia. Molly me passava muitos sermões devido a isso dizendo que eu estava distraído e não conseguia me concentrar em nosso romance. Que chatice. Eu apenas queria resolver o caso e estava impedido de faze-lo porque tinha aquele compromisso inadiável.

Tudo era motivo para reclamação. Se eu não dava um bom dia ou não perguntava como ela estava, ela não reagia, mas então surgia aquele olhar triste de cachorro maltratado. E isso me matava. Viver em um relacionamento era estar preso para tentar suprimir sempre as expectativas do outro. Era cansativo e massante. Fora todas as vezes que eu tinha que controlar minhas palavras para não magoa-la, palavras como"hum, você está mais gorda Molly" – "Não acho que você tenha pensando direito" não poderiam ser ditas em voz alta em nenhuma hipótese........ Ok, pode ser que eu tenha deixado escapar mesmo essas frases em voz alta, mas mesmo assim era ruim pensar que vacilei ao soltar a língua sendo sincero (caramba, eu sou sincero! O mundo, a sociedade que aguente!).

Mas hoje eu estava sentado em minha poltrona na Baker Street. Com as roupas usadas de sempre. Fumando meu charuto que me permiti fumar, afinal, era uma ocasião de comemoração. A liberdade tinha um gosto muito doce.

Após meu jantar habitual, decidi abrir todas as caixas que Molly tinha organizado e espalhei os papéis no chão colando alguns na parede. Abri meus e-mails e comecei a trabalhar. Que sensação maravilhosa era aquela!. Eu ligaria para o John e juntos, somente eu e ele, iríamos enfrentar aqueles casos extraordinários. Era a vida que eu sempre quis. Sem ninguém reclamando. Sem nenhuma mulher no meu pé. Voltei a ser o detetive William Sherlock Scott Holmes. O arrogante detetive consultor de Londres que não era preso em uma desvantagem humana chamada "relacionamentos".

Série Crônicas de Amor de Sherlock Holmes e Molly HooperOnde histórias criam vida. Descubra agora