Track 8 - Ride - Twenty One Pilots

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08/07/2016

Quando eu era menor, costumava acreditar que meu aniversário não merecia ser comemorado. Só que quanto mais o tempo foi passando mais eu percebi que não era um dia sobre mim, mas um dia sobre as pessoas que haviam me feito ser como eu era. Elas mereciam ser felizes nesse dia.

Conversa do Messenger de Diego Mingerianov com Fernanda Di Castro

Mensagem enviada as 10:30 da manhã, horário de Brasília.

Fernanda: Diego, me desculpa, sei que não foi certo da minha parte fazer o que eu fiz, mas eu preciso que você saiba por mim. Não quero namorar com você. Por algum tempo, cheguei a pensar que queria, mas toda essa história está complicada demais e creio que as coisas não deveriam ser assim tão difíceis. Ontem à noite fui em uma festa, me diverti muito e fiquei com outra pessoa. Sei que não deveria ter feito isso, que deveria ter te esperado como havíamos combinado, mas não fiquei mal por ter ficado com outra pessoa. Me senti culpada, pelo nosso acordo, mas não fiquei mal porque percebi que não sentia tanta coisa por você quanto eu estava acreditando sentir. Não quero te iludir de maneira nenhuma, então prefiro ser sincera agora. Aproveita sua viagem. Não vou mais te mandar nenhuma mensagem enquanto você estiver aí, espero que entenda meu ponto. A culpa de tudo isso não é sua, eu simplesmente não me sinto bem para ter algo agora e também não sinto por você o mesmo que você diz sentir.

Essa mensagem só foi visualizada por Diego ao voltar do Concordia para o Sycamore, as 18:20, horário canadense

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Ian

Na primeira vez que vi Diego e Artur, considerei que os dois eram alguma espécie de dupla dinâmica. Os dois usavam praticamente as mesmas roupas, estavam sentados um ao lado do outro e algo em sua postura corporal parecia indicar que os dois possuíam muita familiaridade um com o outro.

Me perguntei se, quando as pessoas olhavam para mim e para Luca, elas conseguiam ver algo assim. Se as pessoas, além de Bella, nos viam quase como irmãos.

Acabei tomando café na mesma mesa que os dois naquela manhã, pois Diego cruzou comigo no refeitório e me chamou para junto deles. Conversamos animadamente sobre a corrida de kart do dia anterior e sobre como Yve – que estava na mesma turma de inglês que Diego – havia ganhado de todo mundo.

Depois disso, fomos para a aula. Naquela manhã em especial, tive uma certa dificuldade com o vocabulário que estávamos aprendendo, mas nada que alguns minutos estudando não compensasse.

O almoço foi bom, pela primeira vez senti que estava comendo algo diferente de arroz e uma carne aleatória: tivemos macarrão com três opções diferentes de molho.

Assim como no dia anterior, aproveitei o espaço entre aulas para tentar me aproximar de Helena. Naquele dia, ela estava em uma das arquibancadas de madeira do gramado do Concordia sozinha. Me aproximei e me sentei ao seu lado.

-Tudo certo? – perguntei.

-Sim – respondeu ela com um sorriso -, mas ainda não acredito que tu ganhou de mim na corrida ontem.

-Fazer o que? – dei de ombros – Meu primo sempre me levava para andar de kart quando eu era mais novo.

Ela fez uma careta e voltou a encarar o gramado. Ela observava uma pequena partida de futebol dos garotos do nosso colégio contra os nigerianos. Francis assumia a liderança do time, como sempre e Rodrigo ficava ao seu lado como atacante. Dante e Leon estavam na defesa e o goleiro não era ninguém mais nem menos que Luca.

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