27/07/2016
No ônibus que acompanharemos até o final da viagem, estavam Diego, Archie, Jorge, Antônio, Will, Silver, Vitória, Ariela, Sofia, Louise, Larissa, Alejandro, Sander, Martin e Vincent dos principais. Além deles, tínhamos a curitibanos Victória e Miguel, além de Caroline de Ponta Grossa. Completando assim nossa viagem com apenas as pessoas que lá estavam desde o começo.
O conto do caos e da ordem
Jorge estava impressionado.
Poucas coisas conseguiam impressiona-lo, mas os gêmeos do caos eram de longe uma das coisas mais surpreendentes daquela viagem. O menino duvidava que se tivesse uma equipe tática treinada, conseguiria resultados tão bons quanto aqueles. A natureza havia simplesmente presenteado aquelas duas cópias com uma absurda capacidade de atuação.
Para se entender o que deixava Jorge tão surpreso, é preciso salientar que Jorge havia confiado nos gêmeos como parte do plano para ganhar de Francis e como parte de seu plano para livrar a barra de Fischer desconhecendo a profundidade de suas habilidades. Segundamente era preciso entender que os garotos estavam contando para Jorge seu extenso currículo de travessuras e pegadinhas que haviam sido pregadas naquela viagem e passado desapercebidas aos olhos da maioria das pessoas.
-Teve aquele dia que a gente trocou todos os números de pizzarias do catalogo do Gary para números de companhias telefônicas – falou um dos gêmeos. Jorge conhecia aquela história, Diego tivera que pesquisar na internet o número da pizzaria.
-Ah, e teve aquela vez que nós mergulhamos a carne do Francis em molho de pimenta enquanto ele não olhava. Essa aí foi bem difícil de executar, mas lidamos bem com a distração – citou o outro. Aquela cena também era familiar para Jorge, ele agora entendia porque haviam esquilos andando por baixo das mesas das pessoas durante o almoço no dia do baile.
-E aquela vez que convencemos individualmente dois colegas de quarto que o outro colega os havia trancado para fora e no final das contas ninguém dormiu no quarto naquela noite. Aquilo foi lendário!
Depois do café da manhã, eles haviam seguido direto para o ônibus, pois havia muito terreno para cobrir entre Ottawa e a próxima cidade da viagem. Diego havia contado para Jorge sobre a conversa que tivera com Silver e, apesar de não admitir, Jorge ficou feliz por ter Silver como parte de seu grupo. A garota estava bem diferente ao final daquela viagem, porém, ainda mantinha a irritante sinceridade que a maioria das pessoas odiava – a maioria não era Jorge. Ele realmente amava aquela sinceridade agressiva de Silver.
Apesar de tudo isso, Jorge acabou não conseguindo um assento perto da garota no ônibus. Ela e Antônio se sentaram na frente e como Diego estava sentado com Archie e Sofia com Alejandro, Jorge teve que se resignar para algum canto lá no fundo. Foi assim que acabou em uma interessantíssima conversa com Martin e Vincent.
-Posso adotar vocês? – perguntou Jorge.
-Como assim? – perguntou um dos gêmeos.
-Tipo, como uma adoção de verdade, só que não precisamos ter laços de família e eu não preciso dar comida para vocês. – então Jorge pensou mais um pouco e completou – E vocês trabalham para mim e eu não pago vocês para isso.
-Parece um negócio ótimo. O que você acha, Martin? – perguntou um deles.
-Vou pensar no assunto – respondeu o outro.
-Calma aí, você não é o Martin. – falou Jorge, apontando para o que havia sido referido como Martin – Você é o Vincent.
Os gêmeos trocaram um olhar.
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Verão em Hamilton
PertualanganO ano é 2016, o mês é julho, o repertório musical brasileiro está em seu mais fino estado, tocando em alto volume pelas estradas nacionais e internacionais. Ao som da música, um grupo de adolescentes embarca em uma viagem para a pacata cidade de Ha...