Track 17 - Drown - Bring Me The Horizon

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17/07/2016

Cada vez mais a vida me preenche com a certeza de que um dia tudo vai acabar em pizza.

De preferência uma Slab.

Artur

-Archie, atende você! – falou Diego, se revirando na cama.

Me compadeci de meu companheiro, afinal, nas ultimas vezes que ele havia aberto a porta, não havíamos recebido nenhum tipo de boa surpresa no quarto. Certamente, ele não me pediu para abrir a porta por esse motivo, todavia, a razão que mais me motivava era essa.

Depois da noite anterior, achei mesmo que Diego fosse estar acabado. De fato, ele estava com olheiras profundas, que marcavam tanto seus olhos que eu conseguia enxerga-las perfeitamente da minha cama.

-Tá bom – murmurei, olhando para Fischer, que nem ao menos se encontrava mais no quarto. Para onde teria ido aquele moleque?

Rolei para fora da cama e ajeitando rapidamente os cabelos na frente do espelho, abri a porta.

Por algum motivo, acreditei por alguns instantes que o universo estaria sendo bom conosco e que Isabel apareceria ali para me dar um abraço de bom dia – contra todas as regras da lógica e do Sycamore –, entretanto, o universo não parecia muito estar indo com a nossa cara naqueles últimos dias e isso se refletiu bem na pessoa que estava do lado de fora do quarto: Daniel.

-Bom dia, Archie. Posso entrar para ter uma palavrinha com o Diego? – perguntou ele, com um sorriso respeitoso.

Uma sensação ruim cruzou meu peito, pensei instantaneamente em dizer que Diego não estava e que talvez se voltasse mais tarde, poderia encontra-lo. Daniel carregava algumas folhas de papel em uma das mãos que escondia atrás do corpo.

Todavia, mentir naquela situação poderia ser pior. Olhei para Diego e percebi que ele estava com um dos olhos aberto e ouvido atento para a porta. Caso Daniel estivesse ali para brigar conosco ou nos acusar de algo, seria melhor que realmente fossemos pegos de surpresa.

-Okay, ele tá ali na cama, acabou de acordar – respondi, abrindo mais a porta e me afastando de volta para minha cama.

-Bom dia, Diego – disse Daniel, fechado a porta atrás de si, mas antes, olhando o corredor, como se procurasse por algo... ou alguém.

-Dia. – respondeu Diego – Posso te perguntar o que te traz tão cedo ao amado cômodo 133? – o menino não parecia intimidado, era quase como se estivesse confortável com a presença de Daniel. Obviamente o guia havia defendido o menino contra um dos ataques de Rafe, mas a expressão de gentileza de Daniel me parecia meio forçada no momento, me levando a suspeitar que houvesse algo além de casualidade em sua visita.

-Garotos, preciso falar com vocês sobre um assunto sério. O ideal seria que Fischer também estivesse aqui... Acho que vocês podem passar o recado para ele.

-O que aconteceu? – perguntei. Obviamente havia algo acontecendo.

-Bem, como vocês querem pular todo o discurso que eu ia fazer, vou direto ao ponto. – começou Daniel – Na noite anterior, entupiram os vasos dessa Wing do Sycamore e pelo que me parece, estão responsabilizando vocês três.

-O que?! – não pude me conter, aquilo era um absurdo.

Procurei o olhar de Diego, mas ele parecia sério. Talvez fosse só o sono, mas ele encarava Daniel como se apenas enxergasse a parede atrás dele.

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