I DON'T LIKE YOUR BOYFRIEND 「 Changki 」

06 | Uma dor de cabeça chamada Lim Changkyun

Minha vontade era de fazer Changkyun gemer meu nome enquanto eu o chupava. Mas provavelmente, ele estava sob efeito da bebida. E pior: no dia seguinte, ele e Minhyuk fariam as pazes e voltariam a namorar.

— Você bebeu demais, Changkyun.

— Não bebi quase nada. Só dois goles dessa garrafa.

Suspirei. A voz dele não estava embolada, e ele não emanava cheiro de álcool, o que talvez o inocentasse. Só que a pergunta é: por que ele gemeu meu nome? E se ele me queria o dando prazer, por que continuar com Minhyuk?

— Você gosta do Minhyuk? — perguntei.

Ele molhou os lábios antes de responder:

— Por que a gente não pula essa conversa e ficamos sozinhos em um dos quartos?

Mordi o inferior. Ah, Changkyun. Mesmo que você esteja meio alterado pela bebida, não creio que posso fazer isso com você. Mesmo que eu queira, mesmo que todo meu corpo queira te sentir.

E, assim que pisquei, os lábios de Changkyun estavam colados aos meus, em um beijo afoito e quente, na qual os estalos dos beijos o estimulavam a me tatear.

Changkyun fez com que eu sentasse em seu colo, e talvez eu tivesse derrubado a garrafa de cerveja, mas naquele momento eu só queria aproveitar o calor dele. Mesmo que fosse ele a se arrepender depois.

As mãos dele dedilhavam minhas costas com cautela, como se estivesse com medo de que eu fosse quebrar a qualquer momento. O beijo desacelerou, e me afastei minimamente de seu rosto, espalmando minhas mãos em seu peitoral. Changkyun ainda tinha seus olhos fechados, e em seus lábios agora vermelhos, um sorriso.

Controlei minha respiração — o que era praticamente impossível com aquele homem me segurando em seus braços —, e com muito esforço, respirei fundo, até que meu coração se acalmasse. Changkyun tocou minha nuca, e gentilmente fez com que eu deitasse a cabeça em seu ombro. Seu cheiro era tão gostoso, um misto de perfume suave e calor de seu corpo. O peito dele subia e descia, e aos poucos ele regulou a respiração também.

Eu estava ainda desacreditado. Não podia perguntar o motivo daquele beijo, pois ele sabia que gostava dele. E talvez fosse ele a brincar comigo. Changkyun não pode saber que estou frágil nesse momento.

Minha vontade era de ficar em seu colo até o dia seguinte, trocando carícias e sentindo a mão dele dedilhar minhas costas. Só que eu tinha que levantar.

— Como se não bastasse o que aconteceu mais cedo, você ainda ficou com ele? — a voz estridente de Minhyuk soou pelo quintal. Várias pessoas pararam para observar, e Hyungwon e Hoseok logo vieram para perto — você não presta, Changkyun.

Eu me levantei do colo do Lim, e meu olhar oscilou entre Minhyuk e Changkyun.

— Kihyun, o que você fez? — Hoseok sussurrou.

— Eu só vim conversar com ele, e ele m beijou.

— Conta outra, Kihyun! — dessa vez foi Hyungwon que sussurrou, meio bravo e meio feliz.

— Estou falando sério!

Changkyun se levantou e passou bons minutos encarando Minhyuk, até que o deu as costas e saiu do quintal. Não fui atrás dele naquele momento. Até porque se eu fosse, Minhyuk me pegaria pelos cabelos e me jogaria naquela piscina. Talvez até enfiasse cacos de vidro nos meus olhos. Não estou afim de correr esse risco. Meu rostinho é lindo demais, e eu prezo minha beleza.

A tensão acabou quando Minhyuk deixou a casa de Hyungwon também, em uma direção oposta à de Changkyun. Tentei passar o resto da festa sem pensar no que havia conseguido, mesmo sabendo que seria impossível.

Após dançar com Hyungwon, enchi a cara com cerveja. Talvez fosse me arrepender no dia seguinte, mas era o que tinha pra hoje.

[...]

— Kihyun, você por acaso planeja matar aula hoje? — Hoseok indagou. Colocou um copo ao meu lado assim que me sentei no sofá, com os olhos entreabertos — beba a água e o remédio. Aposto que você está com uma ressaca horrível.

O projeto de bad boy mal comido tinha razão. Qualquer barulho e minha cabeça latejava. Caralho, o que eu faço hoje? Falo com Changkyun? Espero ele me dar uma explicação?

Já sei. Vou me fazer de difícil e fingir que nada aconteceu.

Graças ao muxoxo que soltei, Hoseok riu de mim enquanto preparava seu café.

— Ele realmente te beijou?

— Sim — respondi ao me levantar do sofá — e foi muito bom.

— E você vai falar com ele sobre isso?

Arregalei os olhos.

— Claro que não! Agora é a vez dele de correr atrás de mim.

Hoseok gargalhou. Ouvi passos se aproximarem e saudei Hyungwon com um sorriso. Ele deu um selinho breve no namorado e bebeu um gole do café que Hoseok punha na xícara.

— Parece que o jogo virou, não é mesmo? — Hoseok brincou.

— O que aconteceu? — Hyungwon perguntou.

— Kihyun disse que é a vez de Changkyun correr atrás dele.

Hyungwon se sentou no balcão e sorriu travesso para mim.

— Isso vai ser muito interessante.

Rolei os olhos.

— Vou me arrumar — anunciei e eles assentiram. Fui para o banheiro, tomei um banho gelado, pena que não tão demorado quanto eu queria. Fiz minhas higienes e vesti o uniforme. Ao me olhar no espelho, percebi que minha cara parecia a de um derrotado. Nada que uma maquiagem não resolva.

Changkyun não sai da minha cabeça. Depois daquele beijo, parece que minha vontade de tê-lo aumentou em 800%. Só que agora é ele quem vai correr atrás, porque sou desses.

Suspirei pesadamente antes de dar os últimos retoques e ouvi Hoseok me gritar do andar de baixo.
Corri até a garagem, e os malditos já estavam no carro. Aí deles se fossem me largar aqui.

Entrei no veículo e Hoseok dirigiu até a escola. Estávamos consideravelmente atrasados, mas o trânsito não estava tão ruim quanto pensei que estaria. Em dez minutos chegamos na escola — lê-se inferno. Quando descemos do carro, vários olhares se voltaram para nós — o que é bem normal aliás. Só que acho que esses vermes descobriram o rolo que eu me meti com Changkyun. Nada que eu não consiga lidar. Fiz minha melhor cara de bad bitch, e junto de Hyungwon e Hoseok, entrei.

Eu tive que manter a pose ao cruzar o corredor e ver Changkyun beijando Minhyuk, como se nada que fizemos ontem tivesse acontecido.

— É, acho que ele não vai correr atrás tão cedo — Hyungwon murmurou.