Depois de voltar para cama a Poliana acordou com fome a Priscila antes mesmo de abrir os olhos estava perguntando que horas iríamos para praia. Saímos do quarto quase meia hora depois e o João arrumava a mesa para o café da manhã. O barulho do chuveiro e um cheiro gostoso de sabonete denunciava onde estava o Eduardo.
— Bom dia! — João falou entusiasmado.
Respondemos juntas e fomos nos sentar à mesa. Tudo era bem simples e bom, somente café, leite, pão e manteiga. O Eduardo se juntou a nós logo a seguir e começamos a combinar o dia na praia.
Algumas famílias estavam chegando na areia e percebi que nós estávamos com muitas coisas, parecia que faríamos uma mudança. Três cadeiras de praia, tapetes e toalhas enormes, dois guarda-sóis, uma caixa de isopor com lanche, água e suco e duas bolsas com protetor solar, talco, fraldas e trocas de roupas. Acho que daria para sobreviver por uma semana na praia caso ocorresse um apocalipse zumbi.
Em poucos minutos já tínhamos um abrigo com sombra e acessórios. A Poliana parecia um bebezinho fantasma pintado de branco devido ao excesso de protetor. A Priscila não estava muito diferente. Quando o Eduardo pegou o talco eu não entendi até vê-lo passar nas perninhas e pezinhos das garotas para evitar que a areia machucasse a pele.
— Podem brincar garotas! — Eduardo avisou as duas, a Pri gritou e começou a fazer um castelo de areia e a pequena Poli gargalhou e começou a mexer as perninhas e os bracinhos parecendo entender a ordem. Eu resolvi sentar no chão sobre o tapete de praia ao lado das duas.
— Isso mesmo Ju — Eduardo reforçou — As garotas estão autorizadas a brincar. — eu fiz uma careta e em poucos minutos já estava no segundo andar do castelo junto da Priscila.
É impressionante o quanto as horas passam depressa quando estamos entretidos e felizes. Um ronco na barriga da Priscila me avisou que já era hora do lanche. E horas depois o Eduardo levou as duas para casa para ir ao banheiro ou trocar a fralda e eu fiquei sozinha com o João.
— Você é ótima com a Priscila faz muito tempo que eu não a via tão feliz.
— É também a presença da irmã. E minha meia irmã, a Bianca, hoje é uma das melhores amigas da Priscila, precisa ligar para ela todos os dias é bonito de ver.
— O Eduardo me contou algumas coisas sobre você de forma meio superficial. Ele tem vergonha de dizer os piores detalhes. Eu sei que você não queria ser mãe e acabou tendo que aguentar muita coisa sozinha. Eu lamento muito.
— Eu já passei da fase de lamentações. Agora tenho um pai, irmãos queridos, uma madrasta maravilhosa e amo a Priscila e Poliana. Vai ficar tudo bem.
— Juliana eu preciso te contar uma coisa. — assenti — Eu odiava a Giovana com todas as minhas forças. — fiquei estarrecida.
— Por quê?
— Bem... primeiro eu fui pai solteiro. Minha esposa me abandonou para ficar com outro homem quando o Eduardo tinha oito meses. Eu trabalhava em um banco e lutava nas horas vagas. Precisei mudar toda minha vida por não achar uma creche para deixar meu filho. Resolvi montar a academia de judô e o deixava ao meu lado enquanto dava as aulas. Eu fiquei muito envergonhado pelo que aconteceu e meus irmãos só souberam quase um ano depois.
— Eu pensei que o Eduardo falava com a mãe dele.
— Essa é uma das razões do meu ódio pela Giovana. Primeiro que quando a conheci ela disse que não achava nada demais no fato de eu ter sido pai solteiro por que quase ninguém se importa com mulheres que passam pela mesma situação, foi antipatia imediata. Depois ela fez o Eduardo procurar pela mãe e conversarem. Isso partiu meu coração.
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Nossos laços de amor. COMPLETO
RomanceJuliana está grávida e passando pelo pior momento de sua vida, quando suas esperanças parecem estar se esgotando vai encontrar abrigo nos braços do seu pai e na família da sua madrasta. Durante sua trajetória, Juliana vai descobrir que quase tudo qu...