A garota de aluguel.

Capitulo 9

Eu poderia comparar esse lugar com um palácio. As paredes são brancas com detalhes nude.

Há uma escadaria de mármore preto que se divide quando chega ao meio. Um lance vai para a esquerda e outro para a direita.

Uma réplica gigante do quadro noite estrelada de van Gogh, ocupa uma das paredes da casa.

Tento não ficar notando tudo.

É falta de educação, minha mãe diria. Mas impossível não notar a mesa no centro da sala. A organização é impecável, com todos os talheres posicionados corretamente. Os vinhos foram colocados em um balde prata com um brilho anormal. E não preciso chegar perto para saber que as taças brilhantes são de cristal.

- Sente-se, querida. - a mãe de Josh puxa sua própria cadeira à mesa. - O almoço será servido quando Alex se juntar a nós.

Como um cavalheiro, Josh puxa uma cadeira para mim e depois senta à minha direita enquanto seu pai senta de frente para ele, encarando-o com seriedade.

Josh não parece com eles. Com nenhum dos dois para ser sincera.

O cabelo louro escuro e os olhos verdes profundos... não encontro semelhança.

Ouço passos corridos nas escadas e logo depois o baque de alguém pulando. Um garoto se aproxima ajeitando a pólo branca com um único detalhe azul no peito.

O cabelo castanho claro se espalha em sua testa enquanto percorre a distância rapidamente. Aparenta ter uns quinze anos, com seus olhos azuis e seu corpo franzino, desprovido de qualquer músculo.

A senhora Dallas sorri ao vê-lo.

- Alex, essa é Emma, noiva do Josh. - anuncia ela.

Ele mal me encara.

- E aí? - o menino fala, seco, mas sem ser rude. Eu apenas lhe cumprimento com a cabeça.

A mãe lhe lança um olhar de reprovação que me deixaria com medo. Nem minha mãe conseguiria me encarar assim. Mas o garoto não se assusta. A mãe de Josh não é magra, mas também não está acima do peso. O batom vermelho a deixa mais bonita.

Com certeza é uma mulher vaidosa
U

m silêncio perturbador se instala na mesa. Foco na decoração da toalha para não ter que olhar para a mãe de Josh, que antes me pareceu tão receptiva. No entanto, agora seus olhos me questionam.

Ela não usará só os olhos por muito tempo. Preciso pensar em respostas convincentes.

O silêncio logo se desfaz quando uma moça bem uniformizada entra na sala equilibrando duas bandejas.

O cheiro de maracujá invade o ambiente tão rápido que chega a ser enjoativo.

É fácil esquecer que estou grávida.

As bandejas são colocadas no centro da mesa. Pedaços de salmão grelhados estão banhados em polpa de maracujá e suco de laranja coado. Sementes pretas enfeitam a carne macia do peixe, que está rodeado de camarões, pequenos pedaços de laranja e folhas verdes que não reconheço.

Espero que não sejam algas.

Alguns segundos depois a mulher trás três duas pequenas jarras de suco.