Capítulo 12

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Uma dor horrível perpassa minha cabeça quando tento levantar. Olho para o lado e vejo Josh do jeito que veio ao mundo, um fino lençol branco cobre parcialmente sua cintura. Tento não olhar muito para ele e logo corro para o chuveiro. 

Normalmente eu sempre faço um circuito mental antes de sair, mas agora eu corro sem rumo bem longe da residência. Olho o relógio depois de alguns minutos.

9:20 

Tenho que estar no escritório daqui á pouco.

O cheiro dele não sai de mim. É uma sensação diferente de abstinência. Parece que suas mãos ainda estão passeando no meu corpo, que tipo de efeito colateral é esse?

Paro no banco mais próximo e começo um estranho diálogo de mim comigo mesma.

Mas e se ele fingir que nada aconteceu?

Você entra no jogo dele.

E se eu ficar com medo?

Aí você pode sair correndo.

Não pode, não!

Começo a correr novamente e afasto essas questões da mente.

O erro sempre foi pensar demais.

                                ***

Enquanto o elevador sobe, meu coração parece ir no sentido oposto.

Sem perceber, já estou parada na frente da porta com a mão erguida.

Bate.

É só bater.

Dou três toques na porta antes de abrir.

Josh e Mirna me encaram e eu começo a tremer.

Ele se levanta da mesa parecendo inquieto, o único sinal do seu incômodo.

- Me desculpe, não queria atrapalhar. - Eu passo mais tarde.

Fecho a porta e saio à passos rápidos me xingando mentalmente. Quando viro à esquerdo no corredor alguém colide comigo. Felizmente ele me mantém equilibrada, apesar de ter soltado os  papéis que agora se espalham pelo chão.

- Está tudo bem, Emma? - Peter pergunta, ajeitando os óculos.

Concordo com a cabeça e abaixo para ajudá-lo. O chão parece um lugar convidativo de repente, então ali eu me sento.

- Sim, na medida do possível.

Ele senta ao meu lado e põe os papéis na perna.

- Quem está lá dentro? - ele puxa assunto.

- Mirna. - ele ri da cara que eu faço. - Não sou muito fã dela.

- Você e metade do prédio. - ele diz.

- Almoça com a gente hoje? Geralmente saímos em grupo para comer.

- Claro, porque não?

Ele se levanta e depois me puxa.

A porta se abre e Mirna sai desfilando como se o mundo fosse dela. Nem nos cumprimenta. Na verdade ela mal nota.

Quando encaro Peter, ele está olhando seus quadris como no outro dia.

- Se fizer isso sempre que ela passar, vai ficar com torcicolo.

Sua risada contagiante toma o corredor.

- Primeiro as damas. - ele diz e faz uma mesura em direção a porta. - Eu entrego os documentos mais tarde.

Concordo lembrando do que vim fazer. O nervosismo volta e penso em correr.

A garota de aluguel.Onde histórias criam vida. Descubra agora