"Os pais nunca deveriam enterrar seus filhos."
Autor desconhecido
"A mais perigosa criação do mundo, em qualquer sociedade, é um homem sem nada a perder."
Malcom X
Viktor Drake, um assassino de aluguel aposentado da matança, e que aos setenta anos...
— Boa noite delegado Charles, eu sou Armando D'Souza, delegado do BOPE. — Os dois se cumprimentam dentro do apartamento de Carlos Frederico. — E desejaria te mostrar algo.
Charles, acompanha o delegado até à cozinha, ele entrou pela sala e observou que tudo está normal, não houve luta corporal, porém ao chegar na cozinha, vê que o banho de sangue foi geral.
— Delegado, o pobre rapaz, — Armando, volta a falar e aponta para Carlos sentado, com as mãos amarradas para trás, tendo um buraco com dez centímetros de circunferência em cada perna, joelho dilacerado e a furadeira pendurada dentro da cabeça dele, que está coberta por num saco plástico transparente. — Ele foi assassinado a sangue frio. O homem quem fez isso, desceu pelo elevador e saiu pela portaria.
— Quem achou o corpo?—Pergunta Charles, olhando em sua volta e para de volta no delegado do BOPE.
— Graças a Deus fomos nós, e não a esposa dele. — Armando, procura um cigarro para acender.
— Ele é casado... Tem filho?
— Sim, uma criança com cinco anos.
— E como vocês chegaram a ele, antes da mulher dele?
— O assassino, ao sair do prédio, avisou na portaria.
— Ele o que? — Charles olhou surpreso para Armando.
— Sim, foi isso mesmo que você escutou. Ele foi sádico o bastante para avisar o que havia feito.
— Meu Deus... Ainda é pior que pensei... Bem, mas por que estou aqui? — O delegado de Ipojuca, cruza os braços ao esperar a resposta à sua pergunta.
— Ele te ligou antes de matar o cara, durante o ritual dele?
— Sim, ele fez isso.
— Por que? — Armando dá um trago no cigarro, e puxa a fumaça para dentro do corpo.
— Nesse caso delegado Armando, o senhor vai ter que perguntar a ele, quando o pegar.
— Você não acha estranho essa ligação?
Charles fecha a cara, não gostou do tom da voz do delegado do BOPE. Armando continua:
— Um de seus homens, falou, que na sua preleção, hoje pela manhã, demonstrou uma certa admiração por esse... Sujeito. — Charles olha novamente para a cozinha lavada com sangue.
"Drake, realmente não teve misericórdia do rapaz" — Pensa Charles em com seus botões.
— Delegado, o que você vê nessa cena de crime? — Pergunta Charles, com a voz seca.
— Está me testando Charles?— Os olhares do delegado do BOPE, não são amigáveis para o delegado de Ipojuca. Charles começa a falar, sem dá a minima importância para o que o outro acha:
— Armando, vou te dizer o que vejo: Uma força da natureza, descontrolada, mortal e sem pudor ou medo. Vejo também, que ninguém deveria partir para outra vida tão vituperado quanto esse rapaz. Porém, estou investigando crimes atribuídos a Snuff Filmes, e ele constava entre os suspeitos, mas seus álibis sempre eram consistentes.
Charles, para de falar e olha em volta da cozinha, e reconhece que realmente os peritos não terão problemas quanto a achar digitais do Drake... Então volta a falar:
— Se ele chegou até aqui, é por que esse homem devia... Tinha culpa ou foi dedurado.— Charles olha para Armando. — E, hoje pela manhã falei sim, de quanto esse homem poderia ser mortal... E que suas histórias poderiam ser verdadeiras, além do que com vocês, assumindo o caso, teríamos tempos de correr atrás dos outros culpados. Sabe delegado Armando, eu não sou e nunca serei a favor da vingança, acho que se fizermos a justiça com as próprias mãos, nossa sociedade vai entrar num colapso sem precedentes. O senhor recebeu o vídeo que foi feito na produtora?
— Sim.
— Então, o senhor está entendendo o que falei. Não admirei o que ele fez! Mas, entendo que esse homem velho, que só vai parar se o matarmos ou se ele concluir seu objetivo.
— Então, vamos matá-lo!
— Eu sei que vão! — Charles parou de falar e saiu da cozinha. — Como ele subiu? — O delegado de Ipojuca vira-se para o delegado do BOPE, depois de fazer a pergunta.
— Não sabemos! — Charles vai até a janela. — Então, a porta não foi arrombada?
—Não.
O delegado de Ipojuca olha para baixo, mais de trinta metros de altura. Depois olha para cima, há mais vinte andares subindo.
— Apaguem a luz da sala!
— O que você...
Armando é interrompido, com o novo pedido de Charles.
— Preciso de uma lanterna e luz negra. — Um perito vai rapidamente até Charles, deposita o que ele pediu em sua mão. Ele usa a lanterna e depois a luz negra. — Pessoal, temos mais digitais aqui.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Drake para no restaurante que sempre come. Já passa das dez horas da noite. Ele procura o lugar onde sempre senta, que fica no final, com uma parede atrás dele e uma tomada para carregar a bateria do seu celular e de onde tem toda a visão do restaurante.
Ninguém entra ou sai, sem ele perceber.
Próximo a porta, há um casal. O homem negro, alto, forte e careca, conversa animadamente com uma mulher ruiva, olhos azuis e com sardas.
No balcão de atendimento, os dois clientes de sempre: Lionel, um argentino, gordo, falante e simpático, conversando com um torcedor do Clube Náutico Capibaribe, que está usando o padrão número um. Vermelho e branco.
Na outra parte do restaurante, há um homem lendo um jornal. Cabeça baixa. Cabelo curto, estilo militar. Ele está usando uma camisa preta, de marca, com uma calça folgada, e um tênis Adidas e sua mesa fica no caminho de quem vai para o banheiro.
Amélia vem na direção de Drake, enquanto vai colocando o garfo, faca, pergunta:
— O que você vai comer hoje?
— Boa noite Amélia. — Drake continua olhando o salão. — Você está tensa. — Dispara o coroa.
— É impressão. Estou cansada, e quero que o dia termine logo. — Drake percebe a caneta na mão da garçonete tremendo.
— Entendo. Pede pra fazer o de sempre, a carne fresca.
Amélia, sai e vai à cozinha.
Drake suspira e depois sorri, por que o jornal que o cara está lendo, é do dia anterior.
O pai de Morgana, olha para o garfo e depois volta sua visão para o homem.
Acena para ele com a cabeça.
Sem ninguém está esperando, Drake enfia o garfo na tomada de energia fazendo o restaurante repousar nas trevas.
Os pedestres que estão fora do restaurante, passando pela rua, escutam os disparos e veem a negritude do Blackout, dentro do estabelecimento, ser rompida pelas pólvoras expulsas das balas disparadas, buscando acertar um alvo em movimento.