CARNE FRESCA - VOL 1 - (Completo) lançado 20/07/18 - Sem revisão

FIM

Armando está sem ação diante do que foi feito na sala onde foi encontrado o corpo de Henrique.

O homem está sobre a mesa, como seu tórax aberto.

O delegado de Ipojuca entra logo em seguida para voltar atrás.

Ele vomita.

Na parede, do lado direito esquerdo dos restos mortais, como quem entra na sala, estão pendurados os membros do corpo de Henrique, em volta da cabeça, lembrando o Sol.

— Eu, acho que, — Armando começa a falar, depois de ter ficado calado, uns dez minutos, olhando para escultura humana à sua frente. — Não precisava, ele escrever sol na testa da vítima. Acho que à disposição dos corpos está mais do que claro o que ele desejava passar.

— Meu pai... Não estou mais com estômago para ficar vendo isso. Ele parece que vai pensando no caminho, como vai fazer com o corpo do próximo infeliz. — Charles, volta a entrar na sala.

— É verdade... Aonde você foi? — Pergunta Armando.

— Drake mandou uma mensagem, dizendo onde encontraria um mapa para o tesouro. — O delegado de Ipojuca fica parado frente ao corpo na mesa.

— E já pegou? — Armando desvia sua atenção da parede e volta a olhar para Charles.

— Sim. Depois vou te mostrar... Na verdade vou deixar com você. Estou voltando amanhã para minha terrinha.

— Charles, eu vou precisar de ajuda, para desmantelar essas facções. Tenho um vaga para você na equipe.

— Eu sei, mas preciso pensar. Gosto da minha delegacia e da minha equipe.

— Quando a impressa souber que esse canalha era policial, você vai ter a corregedoria no seu calcanhar.

— Sim, verdade. Mas, quem não deve, não teme. — Charles aproxima-se do corpo de Henrique. — Como ele foi desmembrado?

Fernando e Lúcio se apresentam para explicar:

— Acreditamos que Drake o rasgou ao meio e o desmembrou com as próprias mãos. — Começa Lúcio.

— E isso é possível? — Charles pergunta olhando à parede.

— A ira, num grau extremo, faz uma reação parecida com o medo. Mas, inversa. Uma pessoa com medo, pode pular um muro quatro vezes mais alto que ele. A mesma coisa acontece com a ira. Na pessoa dominada pela ira, o cérebro transmite ordens aos músculos, para responder de acordo o estímulo emocional dominante, e dependendo desse empuxo emocional, a adrenalina vai responder de forma selvagem.

— Então, nosso homem num grau elevado de ira, despedaçou o cara?

— Ele, na verdade, pulou sobre o homem, o abriu e devorou grande parte dos órgãos internos.

— Fernando desculpas, mas um ser humano não faria uma coisa dessas.

— É como falei... Um homem sem a razão, agirá igual ao mais selvagens dos animais.

— Armando falando. — O delegado do BOPE, atende seu celular olhando agora para o cadáver. — Quantos estavam dentro da casa? Tem ideia? — Outro silêncio. Armando sente o estômago revirar, o cheiro acre dentro da sala, mais as últimas notícias. — Okay. Vou pedir para Fernando ou Lúcio seguirem para o local.

— Para onde vamos Chefe? — Pergunta Lúcio, limpando o nariz com as costas da mãos direita.

— Vocês sabiam da existência de uma boate chamada Virgin em Aldeia?

— O que eu sei, é que o local seria uma casa de Swing. — Responde Fernando.

— Mais alguém morto? — Charles pergunta puxando o maço de cigarro.