NETUNO

625 158 598
                                    

— Acorde, vamos. — Carlos escuta uma voz distante, para então abrir os olhos rapidamente e ver que está amarrado numa das cadeiras da cozinha.

— Quem é você?

— Carlos, quem faz as perguntas sou eu, e dependendo das respostas, você morre sem dor, mas, ficarei muito feliz em lhe causar dor.

— Eu não sei o que você quer de mim! — Carlos tenta se soltar das cordas.

— Preste atenção, eu só quero respostas.

O Cameraman olha para a mesa da cozinha e em cima dela há uma furadeira.

— E sim, a furadeira está aqui na mesa para ser usada em sua carne.

— Meu Deus... Por favor, não. — o Cameraman choca-se com a verdade.

— Por que vocês insistem em usar o nome dEle em vão? Na minha época, éramos condenados a morte. — Drake liga a furadeira na tomada e a testa no vazio.

— Por favor, eu não sei do que se trata.

Drake, pega um par de meia e coloca na boca de Carlos.

O grito do homem é travado, pelas meias que fecham sua boca, quando sente a broca remoer a carne de sua coxa esquerda.

Drake, olha para o relógio digital e espera cento e vinte segundos, que é o tempo da adrenalina baixar a taquicardia. O coroa tira as meias da boca do homem.

— Quem é o Sol?

— O Sol?

Drake, sem pressa, coloca as meias de volta à boca de Carlos, posiciona a broca sobre a coxa direita e a liga.

O sangue de Carlos lava sua mão.

Novos cento e vinte segundos, Drake tira as meias encharcadas com saliva e lágrimas.

— Quem é o Sol?

— Nunca o vimos! — Grita Carlos. — Não sei quem ele é! Tratamos tudo por telefone.

— E quem sabe? — Drake coloca seus cotovelos em suas próprias coxas.

— Você é surdo? — Pergunta Carlos gritando.— Fazemos parte de uma facção chamada O Cartel! E você vai morrer! Seu merda filho de uma puta!

Drake, calmamente pega as meias. Carlos tenta impedi-lo de tampar sua boca, mas é inútil. O coroa, com o dedo indicador a cima do pomo de Adão, abre a boca dele sem dificuldades.

O som da broca novamente ecoa pelo ar.

Drake acelera a furadeira mais umas três vezes, sem expressão alguma na face.

O matador, direciona a broca no meio do joelho e acelera até topar na pele. O som de ossos rompidos, com o cheiro deles sendo queimados, exala pela cozinha.

As veias do pescoço de Carlos, saltam pedindo clemência por ele.

— Quem sabe? — Drake, sem alterar a voz e com cuidado, desobstrui a garganta do homem.

— Meu Deus... Você é louco!

Drake levanta as sobrancelhas e quando vai colocar as meias, boca a dentro:

— Não, por favor não. — Suplica Carlos, sem forças, olhando para o vermelho dos olhos de Drake. — Eu vou contar o que sei! Eu conto, mas por favor pare. — Torrentes de salivas saem da boca do homem, cuspindo tudo. — Por favor... Pare. Eu vou contar tudo sobre O Cartel!

Drake afasta seu corpo do dele e senta-se, encostando suas costas na cadeira.

— Estou ouvindo. Comece.

— Com uma condição... Não me mate.

— Comece homem.

Carlos começa a falar o nome de todas as pessoas envolvidas, como trabalham e seus codinomes.

Drake, pega o seu celular que estava em cima da geladeira, filmando tudo, sem Carlos saber e guarda em seu bolso.

Depois, ele pega o telefone do cameraman, olha o número num cartão de visita e faz uma ligação:

— Alô! Quem fala? — Um homem atende do outro lado.

— Delegado, sou eu! — Charles, reconhecendo a voz diz:

— Drake? Você pensa que vai... — Antes que ele possa terminar é interrompido pelo coroa:

— Só estou ligando para reportar um homicídio. — Carlos arregala os olhos. — O nome dele é Carlos Frederico da Silva... Cameraman da Carne Fresca, passar bem doutor.

Carlos grita:

— Não! Você prometeu que não me mataria! — O homem esperneia e chora, tentando se soltar das amarras.

— Nunca disse isso. — Drake pega de dentro do seu bolso um saco plástico, depois um lacre plástico para malote.

— Não faça isso! — O delegado grita pelo telefone em vão... Drake, o deixa ficar escutando o homem implorar pela sua vida. Charles se aterroriza ao ouvir a broca aumentar e diminuir sua velocidade.

Carlos, vê o coroa colocar o lacre em volta do gatilho da furadeira, fazendo-a trabalhar por vontade própria e com velocidade total.

Depois Drake senta em frente ao homem. Ele se aterroriza, ao ver olhos do seu assassino, que agora estão pretos iguais as trevas.

O coroa sorri... E sem pressa, ensaca a cabeça do homem dentro do saco plástico.

Carlos, sente a broca em sua testa, ouve seu cérebro ser abusado por ela, enquanto, seus olhos ainda captam a última imagem, antes que o sangue cubra a visão de ver Drake, abrir a porta da cozinha e sair, sem olhar para trás.

CARNE FRESCA  - VOL 1 - (Completo) lançado 20/07/18 - Sem revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora