K.F.A

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Armando e Charles estão conversando com os dois peritos, dentro do restaurante.

— Augustin, — Armando, passa pela entrada da cozinha chamando o seu Sargento, que vem na direção do delegado. — Você já descobriu nome dos dois homens?

— Delegado, ainda não. Eles não constam em nosso banco de dados, mas todos os dois têm três letras tatuadas na mão esquerda: KFA.

— KFA? — Pergunta Charles. — Nunca ouvi.

— E com certeza não acharemos nenhuma informação, — Armando responde, olhando para o delegado de Ipojuca. — A gama de organizações ou facções criminosas que surgem constantemente, só perdem para as igrejas. Augustin, mande as fotos das mãos para as outras agências de segurança e militares... Alguém deve saber.

Charles, balança a cabeça positivamente, "alguém deve saber.", ele mesmo já esteve diante de situações parecidas, onde dissidentes de uma facção, formam outra e uma nova guerra começa.

— O que temos? — Armando cruza os braços esperando respostas do perito Fonseca, que está mais à frente deles, fossem esclarecedoras.

— Delegado, há balas por todo canto. Os homens não sabiam para onde atirar. — Ele aponta para os buracos do projéteis. — Por que temos, — O perito Fonseca, continua apontando. — A seguinte sequência: O primeiro disparo foi frontal, depois ele fez mais quatro disparos nessa direção do balcão de atendimento: Um foi onde possivelmente estavam os dois homens, outro foi diagonal alto, que pegou lá em cima, o terceiro foi como se o velho, estivesse correndo em cima do balcão e o último ele já fez do lado esquerdo dele.

— Você está dizendo que Drake, escapou de um tiro à queima roupa... Depois subiu aqui em cima, do balcão, correu e já desceu ao lado dele?

— Isso mesmo! E quando desceu, o jogou para trás, onde a vítima bateu com as costas na parede e quando voltou, encontrou a lâmina da faca de mesa, que serrou sua garganta.

Charles acompanha toda explicação olhando para as marcas de balas, na parede. Um zigue-zague de destruição.

— E, na cozinha?

— Foi pior, por que o cara loiro atira no chão, parede, teto, frontal, teto e chão. Quando o assassino segura-o por trás e o força a se curvar para frente. Ele tenta impedir, mas a força exercida sobre o pescoço dele, quebrou-lhe a cervical pelo pé.

— Pelo pé? Como assim?

— Desculpas, um exemplo. — Fonseca pega um palito de dente, o prende em sua mão, no meio dos dedos polegar e indicador o quebrando no meio.

— Então, foi isso que aconteceu com o cara lá dentro? — Charles arregala os olhos, por que o loiro era grande.

— Sim, isso mesmo. Ele teve sua coluna quebrada pela cintura, enquanto sua cabeça era forçada a entrar na panela de água fervente.

— Meu Deus... Que atrocidades. E quantas pessoas poderiam fazer isso? — O delegado de Ipojuca, volta a olhar para Fonseca.

— Quantas? No corpo dos caras, só há digitais do nosso homem. Ninguém mais tocou neles.

Armando ficou mais sério, não acredita ainda na possibilidade dos crimes terem sido cometidos apenas por uma pessoa.

— Você tem um cigarro? — Pergunta o delegado do BOPE, para o delegado de Ipojuca.

— Sim, claro. — Armando pega o cigarro, acende e puxa um longo trago, abre os olhos e diz:

— E, o nosso homem não fez nenhum disparo. Matou com a mão... Coisa de nordestino mesmo.

Charles, é quem olha de supetão para o delegado do BOPE, que pareceu fazer um elogio regionalista a Drake.

CARNE FRESCA  - VOL 1 - (Completo) lançado 20/07/18 - Sem revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora