Capitulo 8

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Quando Oliver encarou Luquenia pela primeira vez, os olhos medicos análiticos deu a ele certeza de duas coisas. . .

Aquela garotinha que vestia roupas largas demais, quieta com os olhos perdidos sem brilho nenhum, parecia ter o peso do mundo em suas costas, e carregava dores e segredos imensos para tão pouca idade, Oliver ja tinha visto olhares assim ao longo de sua carreira, pessoas que sofreram abuso sexual, pessoas traumatizadas.

Existia três tipos de pessoas.

A primeira é aquelas pessoas, que quando acontece algo traumático na sua vida se fecham para o mundo, não falam, não comem, sentem medo de tudo e de todos.

A segunda é aquelas pessoas que se culpam, como se ser agredida, fisicamente ou sexualmente fosse culpa delas, sentem vergonha de si mesmas. Nojo de suas atitudes que supostamente fez outrem os agredir.

A terceira é aquelas pessoas que ficam rancorosas, não querem mais saber de ninguém, culpam Deus e o mundo, odeiam todo mundo pela desgraça que lhes abateu.

As três opcções são como bombas em contagem regrecivas, que a qualquer momento podem explodir e as consequências são devastadoras.

Quando Oliver olhou para aquela filha de Ágata percebeu pelo olhar perdido que ela tinha sofrido abuso, e com os olhos análiticos percebeu que ela estava sempre revirando os olhos como se tivesse enjoada, e fizesse muito esforço para não vomitar ai mesmo, o rosto negro meio amarelado. Deu a ele certeza.

Estava gravida.

Enquanto Oliver zelava pelo sono daquela menina bonita, constatou o que vinha no pacote Ágata Forrest.

Aliás, era um pacote e tanto.

Uma adolescente rebelde com Vitiligo.

Uma pré- adolescente estuprada e gravida.

Uma criança que sofre de hiperatividade.

E uma criança albina que ele ja estava apaixonado.

Outros, naquele momento lavariam as mãos e pulariam fora desse começo de relacionamento conturbado. . . Mais Oliver. Ja se sentia envolvido até o pescoço por aquela juíza.

-Mamãe, papai, mamãe. Mam.- Chamou a menina em seu sono, Oliver se sentou ao seu lado na cama puxando a coberta para cima de seu corpo e afagou seu cabelo loiro.

Ela era bonita, parecia um anjo.

-Shiiiu. Dorme pequeno anjo, dorme.-Pediu num sussurro calmo, enquanto continuava a fazer cafuné no cabelo dela que sonolenta se entregou ao mundo dos sonhos.

Oliver olhou para todos os detalhes do rosto daquela menina, e não encontrou qualquer cemelhança com Ágata, aquela miudinha ali, era a unica que carregava o sobrenome Forrest e era a unica que em termos de aparencia em nada se parecia.

Oliver queria desesperadamente conhecer mais aquela mulher. Desvendá-la, bagunçar seu mundo, queria a atenção dela, queria cuidar dela.

Todavia, todos os planos para um futuro junto dela foi desfeito, quando aquela porta do quarto hospitalar se abriu. Aliás, planos esses que so existia na cabeça dele.

Joseph entrou no quarto, análisando tudo minunciosamente com seus olhos escuros, quando seus olhos pararam no Doctor seu rosto se contorceu numa careta. Não gostava do cardiologista e não escondia isso de ninguém.

Oliver se pôs em pé e viu os homens de terno preto entrarem no quarto, com uma enfermeira e o medico de plantão.

-O que se passa?- O Cardiologista quis saber quando viu Joseph pegar a garotinha que dormia, aconhegou ela em seus braços, e ela lhe apertou como se mesmo no sono, o reconhece-se.

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