Capitulo 3

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O chocolate quente na chávena que está na sua mão a aquecia junto com o calor do meu apartamento, quando chegamos tratei de dar-lhe uma calça moletom minha e meias para que não sentisse frio, acendi a lareira, e me sentei a sua frente depois de a deixar confortável para as perguntas que rodavam minha cabeça. Mais a que não queria abandonar minha cabeça era. Porque estou a me preocupar tanto com ela? Com seu bem estar?

-Qual seu nome?-Perguntou-me ela cortando o silêncio desagradável, enquanto bebia seu chocolate.

-Oliver.

-Oliver-Repetiu o meu nome com seu sotaque bonito.- Eu preciso fazer uma chamada. Por favor. Oliver!

-Eu quero que me conte o que se passou...

-Conto. Juro. Mais preciso mesmo fazer uma chamada antes.-Suspirou. -Por favor. -Suplicou, sentia na sua voz o pesar de suas palavras, tenho certeza ela não estava acostumada a pedir favores, só a ordenar. Suspirei e entreguei o meu celular, ela sorriu pela primeira vez, não era um sorriso aberto era um sem mostrar os dentes, mais mesmo assim que aqueceu o meu coração.

-Obrigada Oliver.- Ceús, como eu adorava o jeito que ela pronunciava o meu nome, parecia a coisa mais certa do mundo. Sorri abertamente para ela enquanto bebia o meu chocolate quente, ela meteu o celular na orelha depois de discar o número e desabou para trás descansando no sofá, deixando à mostra todo cansaço todo peso, todo fardo que ela carregava, de repente apeteceu-me conhecer mais a fundo essa mulher a minha frente, que se mostrava misteriosa, apeteceu-me cuidá-la, ir a sua trás e massagear suas costas e alivia o seu cansaço, apeteceu-me ouvir os seus problemas e compartilhar os meus, apeteceu-me abraçá-la e falar que ficará todo bem, em segundos apeteceu-me tanta coisa, me vi no universo onde eu e ela estávamos juntos, felizes, mais logo voltei a realidade, me mantive no sofá enquanto ouvia a mulher falar com alguém no outro lado da linha.

-Forrest.- Sua voz era a mais fria séria possível, quem a ouvisse do outro lado com certeza pensaria, que estava todo bem e que ela não estava um caco, desabando no sofá de um estranho, cansada e com olheiras-A linha é segura?- perguntou, franzi a sobrancelha enquanto a olhava desconfiado, ela era alguém da máfia por isso estava sendo perseguida?- Estou bem Joseph. Estou bem. Só venha me buscar já não aguento mais estar neste país.-Suspirou afundando mais no sofá. -Sou a única sobrevivente. Eles deram a vida deles pela minha. Estes desgraçados estavam bem organizados. Isso está cada dia mais perigoso. -Ela fechou os olhos enquanto ouvia o que o outro falava e eu cada vez mais curioso com essa história.-Envie uma equipe de confiança e antes do avião decolar verifiquem se é seguro. Sim estarei à espera.

Ela abriu os belos olhos me encarando, sim eu deveria ser um tremendo fofoqueiro porque estava ouvindo todo, mais que se lixe eu a salvei, ela está na minha casa, eu mereço explicações.

-Qual nome deste bairro mesmo?-Perguntou-me.

-Liv Centry. -Respondi.

-Liv Centry.-Ela repetiu. -Estou com um amigo, ele salvou-me Joseph. Tá, tomarei cuidado. Não demorem. Tchau.-Encerou a chamada e esticou-se no meu sofá enorme, ela era uma folgada, mais eu não ligava, ela parecia muito cansada parece que tinha envelhecido uns vinte anos. Parecia que o peso do mundo estava sobre si.

-Estou esperando.-Disse e ela resmungou algo em árabe, coisa que me irritou profundamente já que não tinha o domínio desta língua. Sabia falar mandarim, português, inglês, francês, italiano, espanhol, russo, mais não árabe. Bufei pousando a caneca na mesa de centro, me sentei no sofá onde ela estava e ela afastou-se um pouco.

-Vamos Ágata. Eu mereço. Salvei-te.

-E te serei eternamente grata.- disse com convicção enquanto encarava-me com seus grandes olhos. -Até te daria uma recompensa de dinheiro ou algo material. Mais vejo que o que não te falta é isso.-Disse olhando o meu imenso apartamento.

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