-Quem está aí?Abro os olhos e sinto algo diferente, está tudo escuro e não consigo ver nada pelo quarto, me sento na cama e sinto a janela se mexer com uma força grande, logo após olho para o chão e lá está ele, Saymon, deitado e completamente ensanguentado com seus miolos saindo da cabeça, assim como estavam quando ele resolveu atirar em si, ele se levanta sem a menor dificuldade e através disso da pra perceber sua palidez e a mesma boca rocha, o fedor de caixão invade o meu quarto e o percebo enquanto vejo cada gota de sangue dele derramado sobre o chão, que já tinha um poço.
Ele aponta o dedo para mim, que brilha:
-Culpado!
Diz ironizando completamente sem entender nada, mas ainda não assustado me deito, assim que me deito novamente sinto que algo coça em minha cabeça.
Me levanto, coloco minha sandália e vou em direção ao banheiro coçando a mesma parte em que eu sentia o incomodo e a coceira, vou até o espelho, e vejo que está apenas vermelho e um pouco inchado, não sei o que é essa merda mas procurar e saber amanhã, provavelmente algo relacionado a meu sono.
Abaixo meu rosto para me lavar, cuidadosamente giro o abridor da torneira e passo a mão, ainda com olhos fechados, no meu rosto com uma quantidade generosa de água para lava-lo antes de realmente dormir já que eu estava incomodado com a situação, fecho o abridor, levanto meu rosto enquanto pego a toalha e abro meus olhos olhando diretamente pra toalha branca, fixo nela e olho no espelho.
-AAAAAAAAAAAAAAAA
Tudo está sangrando, tem sangue no meu rosto, na torneira, na toalha, em todo local daquele banheiro.
Saymon aparece atrás de mim no espelho, me olha enquanto choro, será ele quem está fazendo toda essa bagunça?
Finalmente saio do transe e começo a correr dele, do sangue, de tudo, com muito medo consigo me livrar daquele local.
-Mário, me beije, me beije, eu estou aqui, venha._Ouço uma voz ecoar com calma em meu ouvido enquanto corro em direção a sala.
Algo para em minha frente, eu a encaro, é branco e brilha, é Saymon! Ele me encara e eu paro feito pedra, paralisou novamente olhando para seu rosto pálido, sua boca rocha e vejo uma lágrima descer de seu rosto pálido e brilhante.
-Você não quer me beijar? Não tem problema, você nunca quis me beijar mesmo, né? Eu tinha te pedido apenas isso, apenas um beijo para me salvar, APENAS UM BEIJO! NÃO ADIANTA MAIS, ESTOU MORTO.
Descongelo depois disso e saio gritando indo direção ao quarto da minha mãe, que abre a porta na mesma hora em que tento entrar correndo em direção a ela.
-Mario, calma._minha mãe me acalma após eu bater de cara com ela
-Mãe, e- ele está aqui, a-aqui, me aju...
Sinto meu corpo ficar cada vez mais mole e denso, fecho lentamente meus olhos vendo ele sorrindo atrás da minha mãe.
Não me lembro de mais nada depois disso, estava tudo louco, tudo zonzo não sei o que estava acontecendo, será que ele veio pra se vingar?
-...Ele provavelmente teve um sonho maluco depois daquele caso do amigo dele que morreu aqui, nós já o trocamos de quarto só que não sabemos se vai dar certo, a barra é forte mas ele está muito afetado, não sei o que faço, eu me preocupo com meu filho, Julia, ele sofreu a vida inteira na escola e agora passa por essa situação
-....
-É mas ele é tudo pra mim, preciso dele aqui comigo!
Ouço minha mãe falando enquanto acordo na minha cama, ainda estou meio inconsciente pelo acontecido mas me sinto feliz por ter acordado sem nenhum monstro ou criatura do meu lado. Minha mãe me olha:
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ESPIRITO (GAY)
JugendliteraturMário, jovem de 17 anos, tenta viver sem sofrer preconceito por outros 3 jovens, com o tempo, esses jovens passam a gostar de Mário, até que um suicídio muda o rumo da História, será que Mário irá sobreviver a esse romance infernal?