Capítulo 8 - Parte 4

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— Chega! Eu não quero isso

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— Chega! Eu não quero isso... eu — Jack gemeu, retomando a voz de maneira fraca quando ela começou a se mover — não te conheço... saia de cima de mim! — Jack acabou gritando com todo o ar que guardou nos pulmões, fazendo a mulher rir alto e se curvar, encostando a bochecha com a sua.

O menino sentiu uma língua quente e afiada percorrer seu pescoço e orelha, o deixando enojado e mesmo assim, não conseguia parar aquela ereção que a cada momento, ficava mais sensível. Jack podia sentir o interior daquela mulher, molhado, repleto de algo que ele não conseguia distinguir entre bom ou ruim.

— Sua boca diz que não, mas seu pau me diz que sim, Jack... — sussurrou-lhe a bruxa — eu quero sentir seu líquido branco escorrer de mim. — Ela ria enquanto rebolava.

Para a sorte de Jack, Kyra, a morena que lhe acompanhava e no momento estava caçando o jantar, ouviu os gemidos e a conversa, sabendo perfeitamente quem era, também o que desejava com aquele menino inocente. Ela pensou que Jack fosse forte para aguentar o abuso daquela mulher, que realmente poderia ser diabólica quando se tratava da vontade alheia, entretanto percebeu que estava redondamente enganada em achar aquilo de seu garotinho especial.

Erguendo seu arco e puxando uma flecha de sua aljava de guerra, Kyra mirou no centro da costa da mulher que transava com o garoto estático, paralisado por algo que provavelmente era magia negra. Soltou a flecha, que estava presa entre seu dedo indicador e o dedo do meio, vendo a trajetória certeira de sua mira perfeita, a flecha atravessou o lado direito da costa da mulher, que soltou um grito estridente, se contorcendo com a dor e levantando em seguida.

Tereza caiu no chão enquanto estrebuchava, entretanto não mais com a dor da flechada, pois estava se transformando na besta que realmente era, contudo estava machucada, não iria tentar lutar contra aquela maldita arqueira e muito menos o menino que queria domar, para si, como cão é para seu dono.

A besta-fera soltava litros de saliva venenosa e com cor de musgo, assim como a textura parecia ser condizente com a cor, usando a língua quilométrica para tentar atingir a morena, que de longe, puxava mais uma de suas flechas contida na aljava para atirar no monstro.

Jack, vendo tudo aquilo, não soube como reagir e muito menos sabia o que deveria pensar sobre aquele monstro que estava transando com ele há um segundo como uma bela mulher.

Quem era aquela mulher?

O que ela era?

O que queria?

Kyra parecia conhecer aquela figura muito bem, muito melhor do que Jack poderia imaginar, pois não se mostrava intimidada ou qualquer sentimento vinha dela além da falta de empatia que possuía e a frieza intermitente e quase palpável que a morena deixava esvair de si a cada flecha que atirava.

— Saia de perto dele, Tereza! — E uma terceira flecha foi disparada, dessa vez atravessando um dos olhos da criatura, que se mostrou na forma verdadeira e completa.

Parecia ser uma aranha gigantesca e demoníaca, com espinhos pelas oito pernas e quatro braços, os membros longos e ossudos estalavam a cada movimento que exercia. Ela arrancou de si a flecha que cruzara um de seus globos oculares e abriu a boca, repleta de dentes afiadíssimos, os quais estavam cobertos com a saliva venenosa.

No momento seguinte ao ter arrancado a flecha de seu olho, ela corria, já desaparecendo na floresta escura e densa, impedindo que qualquer um fosse atrás dela e antes que pudesse ser acertada com mais uma das flechas de Kyra.

— Kyra! O que... — Jack se levantava assustado, ele parecia quase catatônico e só conseguia encarar o escuro da floresta, que agora parecia ser muito mais perigoso do que deveria. Sentiu nojo por ter transado com aquilo, aquele ser monstruoso, mesmo que não quisesse — era aquilo?

Kyra finalmente chegou mais perto de Jack, depois de ter corrido entre as árvores que precedia o penhasco de onde atirava, percebendo uma leve mudança em seu estado físico, quase como se tivesse envelhecido alguns poucos anos durante aqueles minutos que esteve na presença de Tereza. Ela pôs o arco preso em sua aljava de guerra e segurou os braços de Jack, vendo se ele estava realmente bem e se não estava ferido.

— Aquilo — ela estava limpando a roupa de Jack, tirando a terra e a poeira que acompanhava aquela bruxa onde quer que fosse — é uma das criaturas mais caóticas do Inteiro, aquele continente que percorre todo o subterrâneo do meu mundo... o que lhe falei. — Kyra segurou o rosto de Jack, buscando qualquer indício de que o veneno havia triscado nele, pois poderia ser mortal — Não tem exatamente uma forma definida, pois são metamorfos exímios. — Explicou — Ao que se sabe, sua forma original só se mostra quando estão em grande perigo ou jazem à beira da morte. — A morena tocou o rosto de Jack, agora para lhe acarinhar, vendo se ele estava bem para ir ao campo e lutar — Ela é uma Crussyal Beast Da Larósieaur, como foi denominada pelo primeiro explorador — prosseguiu com a explicação —, mas chamamos vulgarmente de "Anari". — Kyra finalmente concluiu.    

    

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JACK - Livro Um [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora