Capítulo 9 - Parte 7

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— Pai! — O moreno se impôs ainda mais para frente — Para! — Jack segurou a mão do pai, que enraivecido, pareceu estar cego, sem noção do que fazia ou falava

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— Pai! — O moreno se impôs ainda mais para frente — Para! — Jack segurou a mão do pai, que enraivecido, pareceu estar cego, sem noção do que fazia ou falava. E na tentativa vã de apaziguar das coisas, Jack levou a segunda mãozada, que ainda era destinada à Kyra.

Jack não entendia que o pai estava fora de si, sem razão, sendo atacado por algo que ocorreu mesmo antes de ele ter nascido, antes da fortuna de seu pai ter retornado como herança, antes da gravidez suspeita, antes de tudo e de todos ali presentes. Jones estava doente e precisava de ajuda, mas a única pessoa que poderia ajudá-lo naquele momento não iria fazer sequer um movimento brusco a fim de sanar aquela loucura em descontrole descomunal, muito provavelmente a pessoa sequer iria alertar aos demais sobre a doença programada que havia acometido Jones.

Entretanto, ao contrário de Kyra, que estava atrás do mais novo, Jack não caiu e ao invés de dar para trás, como qualquer outra pessoa faria num momento como aquele, impôs-se para frente, empurrando o pai para longe da amiga, que ainda passava a mão no rosto, sentindo a bochecha quente, latejando e ardendo. Ela sabia fingir muito bem e Jack não sabia disso, porém Jones sabia.

Kyra, que havia se afastado da confusão para se vestir -finalmente-, andou rapidamente na direção dos dois e encarou ambos antes de se meter no meio deles, evitando que Jack revidasse a tapa do pai e Jones voltasse a bater em Jack. A mulher sabia perfeitamente que Jones não estava em si desde antes do nascimento de Jack. Sabia de tudo e talvez até um pouco mais. Ela entendia que tudo o que estava acontecendo nas últimas décadas eram as consequências de um joguete mal conduzido.

Jack não entendeu as ações de Kyra e a puxou mais uma vez, agora para longe do pai, porém a morena resistiu e segurou o mais velho, que estava bem distante de seu estado natural. Seus globos oculares tinham mudado de cor e Jack ainda não havia percebido por conta da situação e Kyra não queria que percebesse, então pegou Jones e o levou para fora do quarto, usando de sua força incomum para fazer com que ele ficasse quieto durante a fuga.

Cruzando os corredores apressadamente, arrastando Jones, Kyra preferiu pegar um atalho, pois a mansão era um labirinto de passagens secretas e quartos ocultos, para o outro lado da casa, puxando Jones consigo para uma passagem secreta escura e sem iluminação de velas, candelabros ou tochas, onde colocou Jones contra a parede e olhou em seus olhos novamente, percebendo que ainda não haviam mudado de cor desde a saída deles, mesmo que tudo já estivesse mais calmo, era como se Jones ainda estivesse sob influência de um estresse tremendo e de fato era o que estava acontecendo. Não vendo outra alternativa para acalmar os nervos de Jones, Kyra mordeu o próprio lábio até que este sangrasse minimamente. O sangue dela era diferente dos demais, possuindo uma coloração completamente diferente do sangue humano, não era carmesim e sim prateado, como ouro branco derretido. O sangue de Kyra era grosso e tinha um cheiro acre e forte, que invadia as narinas de Jones e as da própria Kyra.

No momento seguinte, os lábios de Kyra estavam colados com os de Jones, que não tardou a cair em si novamente, percebendo a situação, aproveitando para beijá-la pela via dos fatos, pondo as mãos sobre o rosto da mulher e colocando ela contra a outra parede do corredor, porém fora afastado assim que ela percebeu.

— Kyra... eu... — Ele soltou a bengala, desistindo do beijo e caindo sentado com as mãos na cabeça.

Kyra agachou-se ao lado dele e tocou seu rosto com calmaria e serenidade; finalmente ele viu o que tinha feito com a mulher que vivia em seus pensamentos, ficando em um estado ainda pior de melancolia e culpa.

— Calma — ela segurou a mão dele e juntos, levantaram —, está tudo bem.

— Eu te machuquei? Eu só me lembro de ver o Jack e... — ele estava atordoado e passava a mão no rosto à todo momento — depois tudo ficou escuro de novo, como da última vez.

Kyra levou Jones para o outro lado da casa à partir da passagem secreta, varando em um cômodo onde costumavam ir quando aquele tipo de coisa acontecia, desde o nascimento do menino Jack. No quarto havia uma cama pequena, uma poltrona simples, janelas com grades e uma mesinha nada luxuriosa. Não era muito grande, porém confortável para passar a noite. Ela o sentou na poltrona e foi se sentar na cama com lentidão e calma.

— Precisa aprender a lidar com o que você possui, Jones. — Kyra reclamou — Pode machucar alguém de verdade da próxima vez e eu não vou estar lá todas as vezes que isso voltar. — Ela passou a mão no rosto e olhou para Jones com preocupação.

— Desde que aquela bruxa — Jones passava a mão no rosto e pelos cabelos —, aquele demônio surgiu em nossas vidas mais uma vez, isso tem acontecido, Kyra... — sussurrou para si mesmo, culpando-se internamente pelo que havia acontecido — não sei se conseguirei esconder isso de Tommy e de Jack. — Leonardo falava com pesar. Sentia-se acabado.

— Jones... — Kyra levantou e foi se sentar no colo do patriarca da família, ela o abraçou — precisará de mim essa noite? — Deboráh se aproveitava da situação, pois sabia que o pai de Jack não se lembrava do que acabara de viver.

Aqueles lapsos iriam ficar piores e utilizando dos "serviços" de Kyra a tendência seria ele chegar ao limite antes da data prevista, pois toda aquela "ajuda", na verdade era vinda de uma cobra venenosa e arisca que agia somente para seu próprio benefício. E assim como todas as meretrizes também são oportunistas, Kyra se aproveitava de ter poder sobre os homens. Jones era só mais um em sua trama de mentiras.

 Jones era só mais um em sua trama de mentiras

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E então?!

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JACK - Livro Um [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora