perfectly imperfect ▪S.M

08 • Shawn

P.O.V Shawn.

Alguns segundos depois de eu bater na porta de uma casa bonita e bem cuidada, um homem maior que eu - lembrem-se que tenho 1,88m - e uma barba um pouco grande apareceu. Apesar da barba, ele era careca, esbelto e foi quando eu comecei a procurar as tatuagens que ele me deu um sorriso que me pareceu estranho para um homem que aparentava ser tão durão:

- Olá rapaz, oque deseja? - ele pensou um pouco - Sinto que já vi você em algum lugar...

Bem, pelo visto ele não me conhecia. Será que eu havia errado o endereço? Um pouco acanhado, respondi:

- Oi. Meu nome é Shawn Mendes e acho que é aqui que mora uma garota chamada Violet...? - Aquilo soou mais como uma pergunta do que uma afirmação. Mas imediatamente o homem me puxou pra dentro da casa e me abraçou, me dando leves tapinhas nas costas, um gesto um tanto quanto inesperado.

- Mas garoto, oque você está fazendo aqui? Minha filha vai pirar quando te ver! - O homem disse enquanto me segurava pelos ombros, seus olhos transmitiam felicidade.

- Bom, é que ela tinha marcado um encontro comigo para que a gente pudesse se conhecer, já que eu soube da história dela e que ela gosta de mim. Minha assessora me mandou uma mensagem dizendo que ela havia passado mal e não poderia ir, mas quando vi a mensagem eu já estava em Toronto, então resolvi visita-la, se não for encomodar, é claro.

O sorriso dele aumentou ainda mais.

- É claro que não! A Violet vai ficar tão feliz... - Assim que terminou a frase, surgiu uma voz de algum lugar ali perto:

- Pai? Quem é? É a Claire? Se for manda ela vir aqui no quarto pra gente conversar.

O pai dela estava prestes a falar quando eu pedi pra ele ficar em silêncio. Resolvi que fazer uma surpresa seria melhor. Ele assentou pra mim e me mostrou o quarto da garota. Andei até lá e fiquei na porta, onde ela não conseguia me ver. Respirei fundo e fiz uma voz afeminada:

- Oi amiga! É a Claire sim, como você está meu anjo?

Olhei pra trás e o pai dela estava abafando o riso.

- Pai, quem é que está aí fazendo essa imitação tosca da Claire? Parece um pato. - Ela disse com um ar de riso.

- Poxa Violet, assim você fere meus sentimentos. - Dito isso, entrei no quarto e a garota me viu, a expressão dela me assustou. Ela parecia tão surpresa que nem se moveu. Mal piscou, estava petrificada. Confesso que sua aparência me surpreendeu. Eu acho que por conta da doença, eu esperava uma pessoa mais debilitada, quem sabe sem cabelo? Mas o que vi ali foi o contrário. A garota tinha um cabelo escuro, até os ombros, corte que favorecia o formato de seu rosto. E mesmo bagunçado, era encantador. Foi ai que percebi que meu pensamento era extremamente preconceituoso e idiota. Não dava pra ver seu corpo por conta dos cobertores, mas seu rosto tinha um tom pálido que só a valorizava. Seus olhos arregalados pareciam duas partículas de oceano, brilhando ao meu ver.

Bem, eu era famoso e tal, mas continuava sendo um adolescente normal e ainda sabia apreciar uma garota bonita. E ela realmente era. Depois de alguns segundos assim, me aproximei de sua cama e falei com cuidado, pois sabia de sua doença e fiquei com medo de causar ainda mais mal.

- Oi Violet, você está bem? - Ela não respondeu, continuou parada ali, me olhando. Acabei por me aproximar um pouco mais , até ficar totalmente em frente à sua cama. - É que você marcou um encontro comigo e não teve como você ir, e eu e fiquei realmente triste. Mas como eu não sou de desistir, peguei seu endereço e bom aqui te ver. Não dá pra fugir de mim, ta vendo?

Sorri. Eu esperava alguma reação dela, e o que ela fez foi estender, bem devagar, suas mãos até meu rosto. Com cuidado, como se tivesse medo de que eu sumisse, ela colocou as mãos em minhas bochechas. Ela parecia encantada.

- V-você é real? Você realmente está aqui? Como... Como isso pôde acontecer? -

Coloquei as minhas mãos sobre as dela e as tirei do meu rosto, segurando-as forte.

- Sim, eu estou aqui. Você não vai me dar nem um abraço?

Como se tivesse saído de um transe, a Violet piscou, diversas vezes. Como eu ainda estava ali no mesmo lugar, acho que ela concluiu que seria seguro me abraçar. Para que ela não se esforçasse, abaixei um pouco e a abracei. Ela retribuiu o abraço com tanta força que eu quase caí em cima dela. Quando se soltou do abraço, pude perceber seu sorriso de orelha a orelha.

- Bom, acho que assim fica melhor. Seu sorriso é lindo, você deveria usa-lo mais vezes.

Sorri pra ela, sabendo que eu não me arrependeria de ter feito aquela visita.

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