Capítulo 3 ✓

7.7K 795 52
                                    

Vou para o banheiro tropicando por causa do sono, me enfio de baixo do chuveiro para despertar um pouco. Coloco uma calça jeans, e uma blusa branca, e meu tênis. Eu não tenho roupa social, e minha preguiça me impedi de procurar uma melhor, então vai ser essa mesmo.

Aviso a minha mãe que vou sair e não demoro a voltar, vou correndo para o ponto de ônibus. Pego meu celular para ver às horas, são 8:00hrs, espero conseguir chegar lá a tempo.

Depois de um bom tempo chego na frente da empresa, entro e encontro a mulher da recepção, não é a mesma mulher, mas pelo o que eu posso ver parece ser duas que fica aqui, já que tem dois acentos:

- Olá, bom dia! Estou aqui para me encontrar com o senhor Ettore Ganassali. - Tento ser o mais educado possível. Ela me olha, de um jeito estranho.

- Tem hora marcada? - Pergunta sem se importar muito.

- Sim, tenho que me encontrar com ele até as 9:00hrs - Respondo. Ela pediu um minuto e começa a digitar no computador.

O telefone o celular começa a tocar ela atende com um sorrisinho, e fica conversando.

- Moça eu preciso que libere a catraca para eu passar, se não, vou me atrasar. - Ela faz um sinal de desdém com a mão e continuar no celular.

Olho para os lados e olho para ela novamente, provavelmente vou me ferrar, mas não custa tentar né? Ando até as catracas dou um impulso e pulo, a moça da recepção me olha e grita me pedindo para voltar, dou as costas e continuo andando até o elevador.

Entro e quando me viro vejo dois seguranças correr na minha direção, não dá tempo de chegarem por que o elevador se fecha e começa a subir. Chego no andar que vim da última vez, vou até a secretaria que me atendeu quando estive aqui:

- Olá, bom dia! Tenho um horário marcado com o senhor Ganassali, poderia avisar que estou aqui? - Ela confirma, mas quando vai pegar o telefone para avisar o mesmo toca, e ela atende. Vejo seu semblante mudar e já imagino o que seja.

Acabo dando um sorrisinho para ela, e vou até a sala dele correndo, parece que cometi um assassinato e estou fugindo da polícia, que horror.

Dou duas batidas muito rápidas na porta, não espero resposta e já entro, com a mulher gritando atrás de mim. Assim, que entro vejo ele sentado na beirada da mesa de costas para a porta, mas, escuta os gritos e se virá, me olha de uma forma confusa, e logo em seguida para sua secretária que entrou correndo:

- Você acha que está na onde, para fazer esse escândalo todo? - Sua voz grossa ecoa pela sala, a mulher do meu lado se encolhe.

- Recebi uma ligação da recepção dizendo para não deixar ele sair ou entrar em algum lugar, por que tinha invadido a empresa. - Fala e me olha de forma arrogante.

- E quem disse que invadiu? - Ela abaixa a cabeça e não responde - Minha paciência tem limites senhorita, e quando ela acabar você vai para a rua sem direito a nada. - Ela olha assustada e responde:

- Foi a patrícia senhor! - responde de cabeça baixa.

- Patrícia não é ninguém aqui, e você não segue ordens dela. Quando acontecer alguma invasão pode ter certeza, que os seguranças vão entrar em contato, se eles não fizeram isso, foi por que não teve necessidade alguma. Acha que eu tenho uma equipe de segurança para que senhorita? Da próxima vez que acontecer isso outra vez, você e todos que estiver envolvido vão direto para rua. - disse e fez um gesto para ela se retirar.

E eu achando que o pessoal das empresas chiques tinha mais "classe", mas pelo visto, é só outra mentira. Deu até vontade de ir embora:

- Felipe, está me escutando? - Acordo dos meus pensamentos, e olho para ele.

- Sim, estou! Por que me chamou aqui, senhor? - Tento ser educado, mas estou sem paciência.

- Sente-se! - Me sento na cadeira desocupada, e ele se senta na dele. - Eu disse que ligaria se encontra-se um emprego, para você! Não é um emprego aqui na empresa, e sim, na minha casa. - Dou um olhar assustado. - Calma, vou explicar! Eu tenho um filho e preciso de alguém para cuidar dele, não é apropriado eu contratar um desconhecido para cuidar do meu filho, e muito menos deixar entrar na minha casa. Mas, por alguma razão sinto que posso confiar em você.

- Eu gosto de crianças, senhor! Mas, não tenho experiencia com elas. Se for um recém-nascido, me desculpe, mas, pode me descarta. Eu sou desastrado e com certeza seu filho iria para o hospital por causa de alguma queda, ou engasgar com a comida. E nem ia ser de propósito eu juro, mas, por que eu sou um desastre ambulante.

- Ele já tem 7 anos, sabe se virar em algumas coisas, mas em outras como toda criança ele tem dificuldades. Mas apesar disso, é um bom garoto e não é de dar trabalho. Você o ajudaria no básico, como: Levar na escola, ajudar nos trabalhos escolares, colocar para comer e dormir na hora certa. O básico, tenho outros empregados, eles têm seus afazeres e não podem cuidar dele. Por isso estou pedindo á você! - Encaro ele por alguns segundos, não deve ser difícil cuidar de uma criança, e eu não estou em posição de escolher.

- Eu vou dar o meu melhor, para consegui ajudar ele! - Falo e ele parece satisfeito com a minha resposta.

- Aqui está o contrato, leia com bastante atenção. Te espero amanhã na minha casa, o meu endereço, está no contrato. Em caso de dúvidas, amanhã você pode me perguntar e esclarecemos tudo. - Concordo e me levanto, vou até a porta, mas me viro como da última vez:

- Obrigado pelo emprego! Até amanhã.

- Até amanhã, ragazzo!

Meu chefe! Meu amor! Minha vida - LIVRO 1 - IRMÃOS GANASSALIOnde histórias criam vida. Descubra agora