Capítulo 1 ✓

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Olá meu nome é Felipe Martins, completei a poucos meses 18 anos. Vou descrever minha aparência, tenho cabelos loiros (brancos na verdade). Sim, é natural! Sou albino, não sei se albinismo passa, mas se for de família acredito que puxei ao meu pai. Não conheço ele, enfim. Isso é assunto para outro momento. Tenho olhos azuis claros, e sou muito branco. Tem algumas pessoas que fala que tenho a aparência de um anjo, às vezes, fico me sentindo poderoso.

Vou falar sobre a minha vida agora, pelo menos uma parte dela. Eu moro na favela, não é nenhum lugar de luxo, aqui tem seus altos e baixos, mas é o lugar onde, nasci e cresci. Aprendi a "gostar" daqui. Vivo com a minha mãe que infelizmente não está muito bem de saúde.

Cinco meses atrás ela foi diagnosticada com câncer de mama, começou com uma dor simples nos seios. Até ela não aguentar mais e ir no hospital, e lá soltaram a bomba em nossos colos. Foi difícil ouvir aquelas palavras sair da boca do médico, e ainda continua sendo difícil. Eu não tenho um emprego fixo, faço uns corre aqui e outro ali, mas é complicado. Com o dinheiro que eu ganho mal conseguimos pagar o aluguel, quem dirá os remédios e cuidados que minha mãe merece. Mas tenho fé, que tudo vai melhorar:

- Filho, você vai sair outra vez para procurar emprego? - Pergunta minha mãe chegando na sala, e me vê calçando os sapatos.

- Sim, mãe! Tenho que arranjar um emprego, de carteira assinada. Ficar só nos bicos, não está ajudando.

- Você vai conseguir meu anjo, tenho certeza. Vou torcer por você! - Diz com uma voz fraca. Dou um beijo em seu rosto e saí.

Peguei um ônibus e fui para o centro, entreguei alguns currículos em lanchonetes, empresas que não pedia tantas referências, ou muitas burocracias. Porque se for assim, vai ser mais difícil ainda conseguir um emprego. Entreguei em todos os lugares que "poderia" me chamar.

Vou andando nas ruas, e vejo um edifício enorme, com um currículo em mãos e parado em frente à uma empresa... Por que não? Entrei com passos incertos, e fui até a recepcionista:

- Olá, boa tarde. Eu posso deixar esse currículo com vocês? - Pergunto sendo o mais gentil possível. Ela fez uma expressão de desagrado, mas pegou.

Sai o mais rápido possível, parecia que a mulher queria me retirar aos socos! Cruzes. Volto para cara esperançoso, talvez dessa vez dê certo, não custa me agarrar nessa ponta de esperança que do nada apareceu.

No outro dia sou despertado com o som insistente do meu celular, pego e vejo a ligação de um número desconhecido:

- Alô? - Atendo com a voz um pouco rouca por causa do sono.

- Alô, bom dia! Estou ligando da empresa Black Diamond Express. Estamos entrevistando 10 jovens, para uma vaga de assistente particular, e você foi um dos escolhidos, você tem interessa na vaga? - Pergunta gentilmente.

- Tenho sim! - Falo o mais empolgado possível.

- Ótimo! Estou agendando sua entrevista para hoje ainda, na parte da tarde. Teria algum problema? - Pergunta, mesmo ela não vendo faço um gesto negando com a cabeça.

- Problema nenhum! Que horas, exatamente tenho que está ai? - Pergunto, me levantando do colchão.

-Você precisa estar aqui, até as 14:00hrs. - Ela me passa mais algumas informações, e assim encerra a chamada.

Vou ao banheiro fazer minha higiene matinal, todo empolgado. Aproveito e faço um café com algumas torradas, e vou chamar minha mãe para comer e tomar seu remédio.

Depois de ter arrumado a casa, vou me arrumar para ir fazer minha entrevista. Coloco a roupa mais formal que eu tenho, que se resume em uma calça jeans em uma cor clara, uma blusa social branca, e meu sapa-tênis marrom. Pego meu cartão do ônibus, meu celular com o endereço que moça me passou e meus documentos.

Me despeço de minha mãe.

Chegando lá respiro fundo por saber que é a mesma empresa que me senti mal, ao falar com a recepcionista. Respiro fundo e entro, vou até ela, me entrego meu documento, depois de alguns minutos ela me entrega um crachá para eu passar, pelas catracas. E me indica o andar que preciso ir.

Chegando no andar indicado, converso com uma outra moça, e ela me pedi para eu aguardar até que ela venha me chamar. Espero, uns 20 minutos, até ela me chamar, e me direcionar até a sala onde está acontecendo a entrevista.

Dou duas batidas na porta até escutar um entre, devagar e me tremendo todo, abro a porta e fecho assim que entro na sala.

Olho para frente, e me perco, com a visão de um homem perfeito. Sim, ele é lindo. Cabelos super pretos, os olhos são azuis acinzentados, lábios carnudos e um tanto rosados, mesmo por baixo do terno dá para ver seus músculos, sua expressão totalmente seria... Estou apaixonado:

- Dai, ragazzo, siediti. (Anda rapaz, sente-se) - Como é? Não entendi nada, do que ele falou. Pronto vou ser entrevistado por um gringo, tô ferrado.

- Des-Desculpe senhor! - Falo sem entender nada, e me sento na cadeira que está desocupada.

- Felipe Martins... Você está ciente que não tem qualificação para o cargo, certo? - Ele não era gringo? Abaixo a cabeça e concordo, eu realmente não tenho experiência na área, nem formação superior. Então, não me resta escolha a não ser concordar. - Então, está ciente que se não tiver os requisitos que procuramos, não posso te contratar? - Pergunta, e outra vez, eu concordo. - Se por alguma razão eu desconsiderar, o que eu disse anteriormente, e resolver te contratar, o que você tem a oferecer para a empresa? Quais benefícios a empresa teria com a sua contratação? Por que eu tenho que te contratar? - Meu Deus moço pergunta uma coisa de cada vez, eu tenho problema de dicção.

- Acho que nada, além da minha beleza... - Arregalo os olhos, vendo que pensei alto, mesmo falando baixo ele escutou. Levanto o olhar, e vejo ele me olhar com uma sobrancelha arqueada. - Des-Desculpe eu... Bom, eu sei que não tenho os estudos necessários, nem cartas de recomendações, mas eu aprendo rápido. Talvez, não seja o bastante. Não posso dizer com certeza, o que exatamente eu tenho a oferecer a empresa, eu só posso garantir, que vou me esforçar ao máximo para me empenhar no trabalho, e não decepcionar ninguém. Caso o senhor me dê essa oportunidade vou fazer todo o possível para ser um ótimo funcionário. - Respiro fundo, enquanto tento manter meus olhos fixos nos dele, mas é difícil ele intimida demais. - Eu sou uma pessoa muito batalhadora senhor, eu sei que não é só eu que preciso desse emprego, e lá fora a outras pessoas, muito melhores, mas eu...

- Ehi, ragazzo, respiriamo. Non voglio che ti alzi di fronte a me. (Ei calma garoto, vamos, respira. Não quero que de um treco na minha frente) - Olho sem entender - Só respira, e fica calmo, tudo bem? - Respiro fundo e concordo. - Mesmo que fosse possível, eu não posso te contratar. Você precisa ter um conhecimento avançado, e eu ou qualquer outra pessoa aqui dentro não pode parar o trabalho para te ensinar. Não importa o quão rápido você aprenda, ainda assim, não vou pode te contratar. Mas, se eu achar uma vaga que seja qualificada para você, mandarei entrarem em contato. - Olho abismado para ele.

- Tudo bem! - Me levanto e ando em direção a porta, mas, antes me viro e encaro ele e, ele ainda continua me observando. - Poderia me dizer seu nome? - Pergunto, lembrando que não se apresentou e ninguém me disse qual era o nome dele. Ele dá um sorriso de lado, e responde.

- Ettore Ganassali!

Meu chefe! Meu amor! Minha vida - LIVRO 1 - IRMÃOS GANASSALIOnde histórias criam vida. Descubra agora