Capítulo 4 ✓

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Contei para a minha mãe que consegui um emprego, como eu suspeitava, ficou muito feliz por mim.

Eu me preocupo um pouco já que não tenho experiência com crianças, mas, fiquei sabendo por Ettore que seu filho, é muito inteligente e obediente, e não terei dificuldades para cuidar dele.

Espero, que o garotinho goste de mim! O problema é se ele for parecido com o pai dele, se isso acontecer, que Deus me ajude.

Acordo antes das 06:00horas, para ter tempo de me arrumar, sem precisar ficar correndo como um louco! Tomo um banho relaxante, coloco uma calça jeans clara, uma blusa cinza e por fim meu sapa-tênis.

Vou até a cozinha, e encontro minha mãe, fazendo o café da manhã:

— Mãe! Eu te falei, que não precisava levantar, a senhora precisa descansar! – falo calmo, e beijo seu rosto pálido.

— E você acha que eu vou te deixar, ir para o seu primeiro dia sem comer nada? Eu estou doente, sim! Mas, mesmo assim posso me levantar e fazer algo para o meu filho comer. – Diz, e senta em uma das cadeiras. – Agora, senta e come. – Faço o que minha mãe manda.

Termino de comer, lavo as coisas que sujei dou um beijo em minha mãe, e vou para o ponto de ônibus.

Quando eu encontrar o Sr.Ettore, preciso avisar sobre o vale-transporte, por que eu preciso pegar dois ônibus para chegar no condomínio onde ele mora.

E vamos ser sinceros, a passagem está o preço de um rim.

Chego em frente à casa que me foi informada... Correção, em frente a mansão. Com três andar, exagerados, na minha opinião. Mas, esse povo rico gosta do luxo, eu se fosse rico provavelmente gostaria de viver no conforto.

Um dos seguranças me recebe, e me leva até a porta de entrada da casa, entro, e fico admirando o local, sem tocar em nada, claro. Uma senhora vem na minha direção me cumprimenta, e me leva até onde o chefe dela está:

— Senhor! O jovem que veio trabalhar aqui, chegou. – Diz a senhora toda educada, e logo se retira.

Ele se vira para me olhar e seus olhos me acerta em cheio, como pode? Os olhos deles são literalmente cinzas, tão lindos!

— Felipe... Está adiantado! Gosto disso, responsabilidade com os horários é uma das minhas exigências. Sente-se, por favor! – aponta uma cadeira a seu lado, só agora que percebi que estamos em uma sala de jantar, e ele está tomando café da manhã. Uma moça jovem entra, e coloca mais comida na mesa. – Caroline, vá buscar Heitor, para tomar café! – Diz seco com a moça que sai apressada. – Você leu o contrato? Tem alguma dúvida?

— Sim, senhor, eu li o contrato, sim! Tenho algumas dúvidas sobre, e outras que queria perguntar, já que não estavam escritas. – Digo e olho para os seus olhos, ele me fita com um meio sorriso e assente.

— Pode me chamar só de Etorre! – diz e bebe um pouco do seu suco. Fico confuso, seria falta de ética, certo?

— Sem querer contrariar, mas, eu acho que seria falta de profissionalismo meu chamá-lo só por nome, sendo que o senhor é meu chefe. – Digo com um tom profissional.

— Ainda sim, eu insisto! – continua, e eu só concordo. Não vou arriscar de novo, vai que eu perco o emprego sem nem ter começado. – Agora vamos voltar, ao assunto inicial.

Começamos a conversar a respeito do contrato, tirei algumas dúvidas que eu tinha, perguntei sobre o vale-transporte, ele disse que poderia disponibilizar.

Disse, também que se por algum acaso ele tivesse que viajar, eu teria que dormir aqui para cuidar melhor do menino, já que o mesmo não ia poder fazer isso de perto.

Eu concordei, já que essa parte estava no contrato e bem destacada. Assim que terminamos de conversar, um menino de mais ou menos 7 anos, entra. Ele se senta do outro lado da mesa, perto do seu pai:

— Heitor! Esse é Felipe, ele vai cuidar de você a partir de hoje! – Diz e ele assenti.

— Si babo! – Pronto! A criança fala italiano, já vou até pedir demissão. – É um prazer, te conhecer, Felipe! – Fala em português, solto a respiração que nem sabia que estava prendendo.

—Igualmente, Heitor! – Respondo, e vejo ele me encarar.

— Você pinta os cabelos, e a sobrancelhas? – Pergunta confuso, dou um sorriso gentil e nego.

— Eu sou albino, meu anjo! – Ele assentiu, e começou a comer.

— Agora, vou trabalhar! Felipe se precisar de algo, é só falar com a Rosa, ela é a governanta da casa, mas... Se preferir pode me ligar, que eu te ajudarei. – Fico espantado com a última frase, ele me dá um cartão com o seu número. – Heitor, se comporte! – dá um beijo nos cabelos do filho, lança um sorriso para mim, e sai:

Mio babo, gostou de você! – Heitor comenta e me deixa, mais espantado ainda.

Meu chefe! Meu amor! Minha vida - LIVRO 1 - IRMÃOS GANASSALIOnde histórias criam vida. Descubra agora