Capítulo 6 ✓

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Algum tempo depois saímos da piscina, enrolei o Heitor na toalha, e fomos até o banheiro onde dei um banho nele, ou pelo menos tentei, já que o peste ficava tacando água em mim. Deixei-o no chuveiro e fui colocar minha roupa, até eu sentir uma rajada de água:

- Pegar o inimigo pelas costas é covardia! - Finjo indignação e vou até ele, fazendo cócegas - Não me molha, eu só tenho essa roupa, peste! - termino de colocar minhas roupas, e vou terminar de dar banho nele.

Vamos até seu quarto, vejo que seu uniforme escolar já está separado e já o visto, descemos para a mesa de jantar já que está perto dele ir para a escola. A gente brincou tanto que ele deve estar cansado, e nem teve tempo de descansar, mas, mesmo assim sinto que ele está mais relaxado! Uma mulher entra, servindo, se não me engano é a mesma de cedo, acho que se chama Caroline:

- Você não vai trazer, a comida para o meu zio? - Pergunta, me deixando confuso! Será que ele falou de mim? O que significa zio? Preciso de um curso de italiano pra ontem!

- Os empregados comem na cozinha, não na sala de jantar, querido! - Ela dá um sorriso forçado e, tenta passar a mão no cabelo dele.

- Não me toca! - Diz elevando um pouco tom de voz, e se afastando dela.

- Heitor? - chamo, e ele me olha. - Pequeno, não é assim que trata às pessoas! Por mais que você não gosta que te relem, esse não é o modo certo de falar. - Ele abaixa a cabeça. Olho para a moça na nossa frente, olhando para nós de forma tediosa. - Você poderia, nós dar licença, por favor? - Peço de forma educada, mesmo não gostando muito do jeito dela, ela sai.

- Desculpa, zio! Mas, eu não gosto dela, ela sempre me olha de um jeito estranho. Eu gosto dos empregados daqui, principalmente da Olga e a Rosa, mas dela não! - Diz com voz falhando, coloco sua cabeça no meu ombro.

- Você tem seus motivos para não gostar dela, e mesmo que não tivesse, não é obrigado a gostar de todo mundo! Mas, mesmo que não goste de alguém, ainda temos que mostrar respeito, uns aos outros. Por mais que a maioria não faça isso, devemos respeito. Eu só estou te dizendo isso, por que não quero que ela por algum acaso, resolva contar para o seu pai, e ele chegue a brigar com você. Sempre devemos pensar nas consequências que certos atos podem trazer, antes de realizarmos ele! Você me entende? - Pergunto, de forma carinhosa. Ele concorda e me olha de forma triste.

- Você não está bravo comigo? - Pergunta receoso, dou um sorriso e nego.

- Você não fez nada para mim, muito pelo contrário! Eu no momento, só estou de ensinando uma regra básica da vida, e espero, que leve ela sempre com você. - Agora, começa a comer, se não vai se atrasar para a escola! - Quando estou prestes a sair da sala de jantar, vejo, o Ettore entrando, ele olha do Heitor para mim, e fala:

- Ele te aceitou, mais rápido que eu esperava! - Diz me olhando, e logo se senta também. - Sente-se, Felipe! - Só concordo, não sou nem louco de recusar.

-Babo achei que não ia voltar, para almoçar? - Fala olhando para o pai.

- Eu não ia, mas, resolvi ver como estava às coisas por aqui. - A mesma mulher, entra e começa a servi ele. Mas, antes de sair é parada. - Caroline? Você sabe, perfeitamente, que tem mais uma pessoa na mesa, certo? - Pergunta e ela concorda - Então, por que não serviu ele também? - Gente do céu, não é como se eu não pudesse me servir sozinho, ou não pudesse comer na cozinha. Estão fazendo uma tempestade em copo d'agua.

- Senhor, como ele é um empregado, eu achei que ele comeria na cozinha como todos nós! - Explica, dando uma ênfase no "empregado".

- O problema aqui Caroline, é que você não é paga para "achar", e sim, trabalhar! A partir de hoje, Felipe fará às refeições dele aqui, junto de Heitor, e até mesmo comigo caso eu esteja em casa, estamos entendidos? - Perguntou, fazendo ela assentir, me olhando surpresa, logo depois se retira.

Eu ensinei algo que considero importante para o menino, aí ele vai lá e trata a mulher assim, na frente dele. Do que adiantou?

- Senhor? - chamo e ele me olha - Obrigado, por isso! Mas, realmente, não precisava ela não está errada em falar que eu tenho que comer na cozinha, por que, funcionários e chefes não comem juntos, até onde eu sei. - Ele me olha sem paciência.

- Felipe, eu dei uma ordem e espero que ela seja cumprida, não importa se você acha certo ou errado. Não é sempre que eu posso vir para casa, e fazer companhia para o Heitor na hora das refeições, mas, como vocês se deram bem, poderia acompanhar ele também. Eu não me importo de comer sozinho, mas ele ainda é uma criança e deve sentir falta dessas coisas, por esse fato, propus isso. - Eu só concordo, e me mantenho calado.

Ele suspira aliviado e começa a comer, e apesar de tudo isso, eu permaneço aqui, sem comer.

Meu chefe! Meu amor! Minha vida - LIVRO 1 - IRMÃOS GANASSALIOnde histórias criam vida. Descubra agora