Capítulo 5 ✓

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Depois que o Ettore saiu fiquei observando o Heitor, dá para ver que ele é um menino muito bem educado, e parecido com o pai dele. Mas, parece que falta aquela essência que toda criança tem, eu não vejo isso nele, e não sei por que, mas sinto uma obrigação em mudar isso:

- O que você gosta de fazer antes de ir para a escola? - Pergunto, chamando sua atenção.

- Meu pai, mandar eu ler livros, em italiano. Ele diz, que preciso aprender o nosso idioma de origem. Com isso, eu passo a manhã estudando, e logo vou para a escola, e quando eu chego faço minhas tarefas escolares. - Gente... O pobrezinho só estuda! Eu entendo que ter conhecimento é algo importante, mas, ele é só uma criança. Precisa brincar, correr, comer terra, criar anticorpos. Não ser um robô!

- Eu perguntei, por que acho que a gente poderia se divertir, antes de você ir para a escola. E quando chegar eu te ajudo com suas lições, o que você acha? - proponho sabendo que provavelmente esse menino é mil vezes, mais inteligente que eu. - Eu não sei muito bem italiano, acho que nessa parte, é você quem vai me ensinar! - Brinco, e ele dá um sorriso, oh meu Deus, é tão lindo! - Então, o que me diz?

- Tudo bem! Eu não tenho brinquedos, só livros, e eles não serve para brincadeiras. Mas... A gente tem uma piscina, na área de lazer, podemos brincar lá! - Diz todo animado, eu dou um sorriso e concordo.

- Ótimo, vamos para piscina! - Olho às horas, e depois volto para ele. - Temos que pegar umas roupas de banho para você, e protetor solar. Para não correr o risco de queimar sua pele, já que o sol está muito forte. - Digo para ele, por que eu só de sentir o mormaço do sol, já fico todo queimado. Ele levanta e me chama com a mãozinha.

Subimos às escadas, e logo em seguida entramos em um quarto que eu julgo ser seu. É realmente cheio de livro, tem um computador, uma televisão. Um quarto bem adulto, para uma criança, digamos assim! Ele logo, sai do banheiro, com toalhas, protetor solar e uma sunga vermelha:

- Agora é só irmos para a piscina! - Respondo ajudando-o com as coisas.

- Você vai nadar comigo? - pergunta com um olhar de cachorro que caiu da mudança.

- Eu até queria, pequeno! Mas, eu não trouxe roupa de banho, então vou ficar por perto se algo acontecer. - Digo e vejo ele franzir as sobrancelhas, como se estivesse pensando.

- A gente pode pegar uma sunga, do meu babo, ele nem vai perceber! - Diz, a sunga desse homem vai fica enorme em mim.

Não digo nada e ele já pega na minha mão e me leva para outro quarto, abre uma gaveta, e logo tira uma sunga preta de lá! Deus eu vou ser mandado embora, eu nem cheguei, e já tirei o menino dos estudos, estou colocando-o para brincar, e o pior de tudo, vou colocar uma peça íntima que pertence ao meu chefe.

Heitor me empurra para o banheiro, pedindo para eu me trocar, enquanto ele ia se trocar no quarto do pai dele mesmo. Retiro minha roupa dobro ela certinho, e coloco a sunga, que ficou larga, não está caindo, mas está larga. Principalmente, na parte da frente, não está "preenchendo" se é que me entendem. Ah pronto, agora estou pensando coisas inapropriadas com o meu chefe:

- Eu disse que, não ia ficar ruim! - levei um susto ao ver o Heitor, parado na porta do banheiro.

- Eu tenho certeza, que vou ser demitido! - digo, ele sai me puxando de novo. Pegamos as coisas e levamos até a piscina. O que me deixou preocupado, já que é bem parecida com uma piscina olímpica - Heitor, você sabe nadar? - pergunto preocupado.

- Sim! Mio babo, me colocou para fazer aulas de natação, quando eu ainda era um bebê! - ele diz, todo confiante, e eu continuei preocupado. Lotei ele de protetor solar, o pequeno, chegou ficar pálido de tanto que passei, assim, que terminei ele correu e pulou na piscina.

Fiquei mais tranquilo quando vejo que ele realmente sabe nadar. Passo bastante, protetor em mim, e entro junto dele.

Brincamos muito, jogamos algo um no outro, ele pulava nas minhas costas tentando me afogar. Por um momento acabei vendo que Heitor e eu estabelecemos um tipo de ligação surreal.

Sai um pouco da piscina e fui para a sombra, mesmo com o protetor, o sol ainda machuca muito a minha pele. Olho, para o lado e vejo uma senhora se aproximar com uma bandeja de comida, e um sorriso gentil:

- Olá, meu nome é Olga. Sou a cozinheira da casa, trouxe um lanche para você e o menino Heitor! - Diz toda gentil, eu agradeço, já que estava me dando fome, e o Heitor não deve está diferente. - É muito bom, ver ele se divertir assim. Normalmente, ele sempre fica trancado no quarto estudando.

- Desculpa a pergunta, mas, onde está a mãe dele? - pergunto curioso.

- Bom... - vejo ela fica receosa em falar, mas, acaba desistindo. - Quando o senhor, descobriu que ia ser pai foi um grande choque para ele. Mas, como ele sempre foi muito responsável, arcou com às responsabilidades, se casou com a mãe do Heitor. Mas, se casou obrigado, já que a mulher o ameaçava dizendo que abortaria, se ele não fizesse isso. Como ficou preocupado, com o bem estar de seu filho assim fez, mas, todos sabia que o casamento iria durar só até o nascimento do menino, quando o Heitor veio ao mundo, o senhor Ettore, tentou se divorciar dela... - Olga dá uma pausa, e continua - Só que não deu muito certo, já que a mesma fugiu, sem deixar rastros, e ainda roubou uma quantia enorme de dinheiro dele. E o pior nem, se preocupou em abandonar o seu próprio filho. - Termina de falar com os olhos marejados, e eu fico em choque com a história.

- Nossa... É terrível, saber que uma mãe é capaz de fazer umas coisas dessas! - ela concorda comigo

Converso com ela, por mais alguns minutos. Até ela voltar para dentro, avisando que tinha serviço para fazer. Olho para o Heitor que continua nadando, e em um ato impensável.

Acabo prometendo proteger, e amar muito esse serzinho, que foi rejeito pela pessoa que deveria amar e protegê-lo.

Meu chefe! Meu amor! Minha vida - LIVRO 1 - IRMÃOS GANASSALIOnde histórias criam vida. Descubra agora