Depois do almoço levo o Heitor para escovar os dentes e pegar sua mochila, como o Ettore me explicou, tem um motorista indicado para levar o Heitor e buscá-lo, com isso em mente vou andando com ele até o motorista:
- Esperem! - Olhamos para trás e vejo ele vindo em nossa direção - Vou levar vocês, é caminho para a minha empresa! - Eu concordo, e percebo o pequeno ficar animado com a ideia, parece que é raro isso acontecer.
Entramos no carro, e a viagem toda foi em silêncio. Heitor foi no banco de trás e eu no banco da frente junto de seu pai, eu juro que não foi por escolha minha. Eu até tentei recusar, mas, parece que eu não tenho voz aqui.
Chegando na escola vejo várias crianças correndo, outras entrando com seus pais, algumas sentada nos bancos que tinha dentro da escola, esperando o sinal tocar.
Desço do carro abro a porta de trás, e espero ele sair, pego em sua mão e seguimos para dentro da escola, vejo Ettore surgir do outro lado e pegando na mão de Heitor também, isso fez ele sorrir e balançar os bracinhos, acabei sorrindo com esse gesto. Pode parecer estranho, mas, parece até que somos uma família.
Chegamos em frente à classe do Heitor, e vejo o que suspeito ser sua professora, recebendo seus alunos com um abraço:
- Olá, Heitor! Pronto, para mais um dia de aula? - Pergunta animada, e com um sorriso no rosto.
- Claro! - Fala de forma seca. Por um momento vi o Ettore no corpo desse menino, como pode?
- Heitor! - chamo e ele me olha. - Se comporte, e preste atenção nas aulas, tudo bem? - Ele assentiu, me abaixo para ficar na sua altura e cochicho no seu ouvido. - Quando chegar da escola, vamos, ter que estudar o italiano escondido, para o seu pai não desconfiar de nada. Se ele descobrir o que fizemos, vou ser demitido. - Falo e ele dá uma gargalhada linda.
Beijo seus cabelos e ele entra pra sala, me levanto, e vejo Ettore me observando com um sorriso discreto nos lábios. E que lábios, Jeová:
- Senhor Ganassali? - A professora chama, e ele olha para ela. - O senhor poderia me acompanhar até a sala de reuniões, quero discutir um assunto com o senhor, é sobre seu filho. - Termina de dizer mordendo os lábios, e com um olhar estranho.
- Claro! - Quando ele diz isso, o sorriso da professora cresce em um nível, que parece que sua boca vai rasgar. Ela chama uma mulher pedindo para receber os alunos que ainda não chegaram, e logo chama o Ettore.
Eles vão andando e eu me encosto na parede, pra esperar, mas, ele logo percebe, para e me olha:
- Felipe, vamos! - Vejo a professora torcer o nariz.
- Desculpe, senhor! Mas, como é um assunto relacionado ao seu filho, eu prefiro que esse assunto fique entre a gente - Diz fazendo o Ettore olhar para ela.
- Se o assunto é sobre meu filho, Felipe, tem todo direito de saber, por que quem está cuidando do meu filho, no momento é ele. - Diz com uma expressão seria no rosto.
- Eu entendo senhor, mas, insisto em falar só com o senhor! - Vejo Ettore suspirar, como se estivesse cansado daquilo.
- Tudo bem professora, vamos fazer assim, a senhorita pode voltar para a sua classe com os seus alunos, que eu vou até a direção e converso com a própria diretora, ela deve estar a par de todo o assunto, e vai pode me explicar no seu lugar, certo? - Vejo o sorriso da mulher se fechar e uma, expressão de espanto tomar seu rosto. Estranho!
Ettore vem perto de mim, me puxa pelo braço me arrastando pelos corredores da escola, até chegarmos no lado de fora... Ué gente, ele não ia na direção, conversar com a diretora?
Chegamos em seu carro, e ele abre a porta para eu entrar, mas acabo perguntando:
- O senhor não ia conversar com a diretora? - Pergunto, e ele me encara confuso. Mas, que diabos, o único confuso aqui sou eu.
- Você não percebeu a intenção dela? - Pergunto e eu nego, completamente confuso. Ele dá um suspiro e, chega perto de mim. - Ela não queria conversar comigo, sobre o Heitor, e sim outra coisa. - Diz me deixando, mais confuso ainda, gente eu sou lerdo, as pessoas tem que fala abertamente comigo, se não, eu não entendo. Ele percebeu minha confusão, e encosta sua boca no meu ouvido, me arrepiando. - Ela queria, transar comigo, entendeu agora? - fico todo envergonhado e ele me olha, de forma intensa.
- Eu... Não percebi! - Comento baixo e envergonhado. Ele morde os lábios e concorda, e me pedi para entrar no carro.
Com isso saímos da escola, fui o caminho inteiro com o rosto pegando fogo, com o que estava acontecendo bem na minha frente e eu nem sequer, tinha percebido.
Chegamos na sua casa e ele sai do carro, me pedindo para acompanhar ele, o que foi estranho achei que ia voltar para a empresa.
Chegamos no seu escritório, e ele se senta na cadeira de couro e pede para eu sentar em uma na frente dele:
- Felipe! Eu quero te pedir um favor. - Olho para ele com mais atenção, e concordo. - O aniversário do Heitor é no sábado, e eu queria fazer uma festa para ele. Já que eu nunca comemorei o seu aniversário. Esses dias ouvi ele conversando com a Rosa, que sempre quis ter uma festa de aniversário, e de certa forma isso me quebrou e me fez sentir culpa, por ser tão distante dele. Eu vi que em só algumas horas, você se tornou uma pessoa importante para ele, me sinto mal em dizer isso, mas, eu reconheço que não sei nada sobre meu filho, não sei seus gostos... Nada, e eu queria te pedir para descobrir isso dele, e me ajudar a organizar uma festa surpresa para ele, o que me diz?
- Claro, que eu ajudo, não precisava me perguntar. Vou fazer o meu máximo para descobrir alguma coisa dele, sem que o mesmo perceba. Mas... Eu posso te pedir uma coisa também, se não for incomodar? - pergunto e ele concorda. - Eu não conheço o Heitor, como o senhor mesmo disse, só nos conhecemos a algumas horas, mas, tem uma coisa que ele vai amar, e nem precisa conhecer ele para perceber isso. Eu queria, que no dia do aniversário dele, passe pelo menos amanhã com ele, sabe? Saísse, com ele para brincar, qualquer coisa, só passe um tempinho com ele. Assim pode até conhecer mais seu filho, e vai perceber como vocês dois se parecem. - Digo e ele me olha surpreso e concorda, com um sorriso no rosto.
- Tudo bem, acho que vai ser muito bom, passar um tempo com mio bambino! - E eu acabo me hipnotizando com seu sorriso lindo! Me recomponho antes que de muito na cara, e me levanto.
- Então, vamos começar a organizar algumas coisas, básicas. - Digo e ele se levanta também.
- Certo! Vamos lá, então.
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Meu chefe! Meu amor! Minha vida - LIVRO 1 - IRMÃOS GANASSALI
RomanceCOMPLETO NA AMAZON! Felipe um garoto de apenas 18 anos leva uma vida simples com sua amada mãe, sempre tentando dar uma vida melhor para ela. Felipe é um garoto humilde tenta ajudar a todos. Muitos o chamam de anjo, pelas suas atitudes e também pela...