A Ansiedade pode machucar

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No termino da hora do treino em grupo. Saio, mas ao invés de ir para o meu andar vou procurar Jace, ainda não o vi depois do desfile. Quando o encontro ele fecha a cara para mim, como se estivesse zangado.
- É melhor você subir agora para seu dormitório - ele diz sem emoção.
- Jace, está tudo bem? - pergunto
- Mira, está tudo bem apenas vá - ele fala.
- Pensei que quisesse falar comigo? - digo
- Mas tarde, agora por favor vá - ele fala por fim.
Me despeço dele em um abraço, percebo que inicialmente ele não pretendia assentir o abraço, mas acabou me abraçando forte e por fim beijou minha cabeça e disse:
- Vou precisar que acredite em mim.
- Eu nunca parei de acreditar em você
- Eu te amo - ele abre um leve sorriso - agora vá.
Enquanto vou rumo ao elevador e falo para os guardas que errei o caminho encontro meus pais.
- Mira suba agora - diz minha mãe
- Por que vocês querem tanto que eu suba. - pergunto afinal.
- Snow estará aqui - fala meu pai- para você sobreviver vamos ter que agradar ele. E ter-lha aqui é perigoso.
Nesse momento penso em Jace, ele estava tentando me proteger. Me despeço de meus pais e vou rumo ao elevador. Enquanto espero subir até o 12º andar, o elevador para no 7º andar e pra minha sorte Johanna.
Nos abraçamos. Ela me segura a frente ao rosto olha em meus olhos e sorri.
- Minha menininha - seus olhos parecem se orgulhar eu me pergunto do quê.
É a primeira vez que a encontro desde a colheita. Eu e Johanna sempre fomos unidas. Quando era pequena eu amava ir pro distrito 7 pra ficar com a Jojo. Quando nos mudamos para o Vitoriosos e durmia na casa dela td os dias. Então eu e Jahanna sempre nos demos super bem, ela era pra quem eu corria quando alguma coisa acontecia e eu não podia contar pro Finnick. Tipo quando eu tinha 8 anos e jurava que Finnick gostava de mim mas eu não sabia se gostava dele, ou quando conheci Jace; essas coisas que eu jamais contaria pra minha mãe. Por isso Jojo era a pessoa certa pra mim desabafar.
E nesse momento dentro do elevado, eu chorei. Chorei tudo, desde não ter recebido o pedido de casamento ao fato de que todo mundo quer me proteger. Eu mal tinha começado a chorar quando cheguei ao meu andar. Queria que Johanna me acompanha-se mas ela sorriu desgostosa e disse:
- Sinto muito meu amor, mas eu não posso entrar. Sou de outro distrito sou proibida de entrar em um andar que não corresponde meu distrito.
Enxugo as lagrimas. E dou um sorriso de "está tudo bem". A porta do elevador fecha a minhas costas. Quando entro Peeta vem ao meu encontro. Ele percebe que estava chorando e me puxa para um lugar entre os quartos. De repente percebo que estou na varanda estive ali muitos anos antes com meu pai.
- Olha, o laranja do papai.- diz Peeta apontando pro poente.
- Ele se encontra com o verde dos pinheiros, da mamãe - digo relutando na parte da mamãe.
- Em casa tem bem mais pinheiros e no 12 também - fala Peeta - Mas não importa aonde estivermos ...
- Eles sempre se encontrarão.-digo.
- Mamãe diz que essa é a melhor hora do dia. - diz Peeta
- E se ficarmos bem quietinhos podemos ouvir os anjos cantando- dizemos em uníssono.
- Me lembro de que quando ainda morávamos no 12, mamãe jurou que ouviu as vozes da tia Prim e Rue cantando juntas a canção da colina. - relembro.
- E ouviram?
- Pelo menos, eu não, mas também se eu tivesse ouvido não saberia por que não conheço a voz delas.
- Já pensou, nos temos 3 tios e 3 avós que o pai do presidente Snow matou.
- Não, Peeta. Quem matou a tia Prim foi a presidenta Alma Coin. E o vovô Eveerden morreu em um acidente de mina.
- Você chama de acidente, eu chamo de estratégia.
Olho pra ele confusa mas depois ignoro.
- Vocês poderiam parar de falar de mortes? - diz meu pai entrando na varanda.
- Onde está a mamãe ? - digo junto a Peeta.
- Procurando Mira, ela acha que você foi atras do Jace. - fala meu pai
- Por que, deveria? - digo.
- Não querida, está tudo bem com ele apenas o detalhe de vocês não poderem se ver até a festa pré-Jogos. - diz meu pai.
- Ele queria falar alguma coisa pra mim. Espero que não seja importante. - digo
- Mas é importante. - fala meu pai
Peeta começa a rir.
- Pai, o senhor sabe o que é?
Ele se cala.
- Por favor me fale, se é tão importante fala. - insisto
- Mira, eu prometi. - ele me olha com aqueles olhos, e logo eu entendo.
Começo a gargalhar.
- Eu não falei nada, suas suposições.
- Ohh, papai - eu abraço meu pai
Saio saltitante do terraço/varanda e vou para o meu quarto. No caminho encontro minha mãe.
- Não acredito, vou matar seu pai.
- Por que ele não fez ou falou nada, o Peeta ta de prova. E por que você acha que ele fez alguma coisa?
- Primeiro você ta falando demais. Segundo, você ta chegando perto de um possível morte eminente e esta pulando de alegria.
Dou um sorriso. Acho que agora é só o que eu consigo dar.
- Tente-se fazer surpresa na hora. Ok.
- Claro, mas quem sabe.
- Panem inteira, menos você é assim que deveria ser. Mas graças ao bocão do seu pai não é.
- Olhões e quando Jace vai pedir?
- Isso eu não sei, ele não contou pra ninguém. Mas provável que na festa ele fale.
- Nossa mãe eu to tão feliz.
- Por que ? Um anel e uma festa.- minha mãe fala e eu tiro o sorriso do rosto - A Mira não se faça de desentendida. Sei que vocês vão para a cachoeira sempre.
- Mãe. E eu juro nada demais aconteceu. Primeiro eu tenho classe e a cachoeira é impróprio. Segundo eu não me arriscaria a ter um filho nas situações que vivemos.
- Tudo bem, vou acreditar. Mas é melhor você tomar um banho. Depois desce pro jantar e conversamos mais sobre arranjos de flores.
Dou um abraço em minha mãe, o que a surpreendeu e vou para o meu quarto. Tomo meu banho e fico pulando na cama como se tivesse 10 anos de novo. Até que me dou conta que o preço do meu felizes para sempre é vencer os Jogos Vorazes e se for preciso matar inocentes.

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