Pelos olhos da mamãe

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Pov. Katniss
Ela entrou na arena. Meu bebezinho vai lutar, matar pessoas ou morrer. Não, ela não vai morrer. Ela vai vencer. Eu a amo mais que tudo e deixa-lá ir para um lugar assim me dói. Sei que Peeta também está sofrendo, sabemos bem as dores que arena traz, e que quando ela sair de lá não será a mesma.
- Katniss, está tudo bem? - me pergunta Effie.
- Não - digo
- Não acredito que ela não respondeu - reclama Jace.
- Minha amorinha - chora Peeta - minha doce amora.
O jogo começa. E Mira corre para a cornucópia, ela é a mais rápida e então é a primeira a chegar. Ela pega um arco e a aljava, pega facas e comida. Desejo que ela fuja para floresta mas ela não faz, corre em direção a um carreirista e o mata. Ver minha garotinha tirando vidas é horrível.
- Ui, quebraram a unha dela - diz Effie
- Aposto que ela vai mata-lá - diz meu filho, Peeta.
- Ela não é desse jeito - diz Finnick
- A arena muda as pessoas - diz Jace quando Mira mata a garota.
- Por que ela ainda não atirou naquela menina - diz Johanna se referindo a menina que ameaça jogar uma lança em Mira. Mas logo ela prepara o arco.
- Esse cara gosta de se aparecer - diz Finnick quando a garota cai aos pés do tributo do 4.
Sinto o ar voltar aos meus pulmões, ela está salva. Olho para Peeta e ele ainda se recusa a olhar para a televisão. Sento-me ao seu lado e o abraço.
- Vai ficar tudo bem - digo para ele.
- Katniss, sabemos que não está nada bem, nem vai ficar. - ele diz com a voz ganha de tanto chorar.
Eu começo a chorar de verdade. E Peeta me acompanha.
- Eu queria te consolar como você fez zilhões de vezes comigo, mas a realidade dói. - digo
- Katniss nesse momento só a minha Mira pode me consolar. - ele fala.
- Não acredito que ela fez aquele trouxa de aliado - grita Finnick
- Pensei que ela fosse esperta - diz meu filho, Peeta.
- Parem de reclamar das atitudes dela é normal se fazer besteiras quando se esta na arena - diz Jace calmamente. Mas percebo sua voz de choro.
- Mira tem um aliado? - pergunto.
- O tonto do 4 - diz meu filho, Peeta.
- Não fale assim das pessoas, querido. - digo.
Peeta ao meu lado ri. Me surpreendo de ver seu sorriso no meio dessa situação.
Olho seu olhos azuis como os de Mira, e me lembro de quando ela nasceu; estava frio, e era outono, eu mal saia de casa. Minha barriga estava imensa, e isso me assustava. Quando ela mexia meu coração mexia junto, era uma sensação estranha e inusitada, mas Peeta amava. Ele não saiu do meu lado em cada momento em que estive gravida. Mas naquele dia em especial ele havia saído. Estava sozinha e comecei a sentir dores, dores que mais fortes do que as que eu havia sentido na arena. Nesse momento o medo tomou meu corpo. Pareceram eras intermináveis mas foram na realidade poucos minutos até Peeta chegar e insistir em me levar para a minha mãe, com quem não falava a cerca de 1 ano. Definitivamente o parto foi a pior parte. Mas quando a peguei nos braços e vi os seu olhinhos azuis, me apaixonei por ela. E agora Snow quer tira-lá de mim
Havia se passado algumas horas desde que Mira entrara na arena, ela agora dormia. Mas antes de se deitar falava sobre não ter demostrado seu amor, aquilo quebrou meu coração.
- Ela esta acordando - diz Finnick.
- Não seu mané, ela ta nervosa ou seja vai falar dormindo. - Fala Peeta, meu filho.
- O que ela ta dizendo? - pergunta Jace.
- Ela está te chamando - diz Finnick.
Na tela da tv vejo o garoto do 4 ajudando Mira a se sentar. Ele chega bem perto dela para endireita-lá com as costas na parede da cornucópia, e mesmo dormindo ela o beija. Todos na sala se assustam, todos menos Jace que apenas suspira.
Mira abre os olhos e sai correndo, a câmera a segue.
- Me desculpe Jace, eu pensei que era você. - ela diz - Eu te amo. Acredite em mim.
Todos na sala olhamos para Jace.
- Eu nunca deixei de acreditar - ele diz olhando para a tv. Deixo-me escapar um sorriso, ele realmente a ama.
- Podemos provar a ela - digo. Rapidamente Peeta pega um dos pães que já íamos mandar para ela e põe um bilhete de Jace. Como sou a mentora dela, concedo o envio. Logo o paraquedas cai na arena e Mira o pega. Não sei o que estava escrito, mas ela sorriu e isso para mim é o que importa. Ela volta para a cornucópia e conversa com o menino do 4. Eles se entendem e ela come alguma coisa. Ele dorme e Mira monta guarda.
Sempre pensei que os piores dias da minha vida haviam se passado na arena. Porém agora eu daria qualquer coisa para entrar lá e salva-lá, e desta vez eu comeria das amoras.

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