O desfile

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Quando acordo já estou na capital. Devo ter passado da hora do café por que quando cheguei ao vagão principal a mesa estava limpa. Tlastique conversava com alguém que nunca vira antes. Junto-me a Peeta que olha pela janela, os altos edifícios e as cores vibrantes chamam minha atenção. Ja vim aqui zilhões de vezes mas sempre fico fascinada.
O trem para. Ouço os gritos extasiados da multidão lá fora, todos querem a ver a garotinha de Panem que agora é um tributo.
-Venha amorinha - meu pai me conduz pelas escadas.
Quando a luz bate no meu rosto sinto uma ardência nos olhos. Meu pai entra na minha frente como um guarda-costa e minha mãe pega Peeta no colo e passa pela multidão logo atrás de nós. Vejo que todos ali gritam meu nome, nesse momento meu coração vai a mil.
- Eu tenho fãs - digo tão extasiada quanto a multidão.
Meu pai ri. E continua me guardando. Minha mãe diz algo:
- Aproveite sua fama Mira, por que quando sair da arena será melhor.- e ela sorri. Nesse momento me lembro essas pessoas estão aqui por que torcem para que eu mate crianças num Jogo fútil e desnecessário.
Logo chegamos ao hotel. Ja fiquei ali varias e varias vezes mas nunca o vi com tanta gente, mesmo em épocas de jogos as pessoas não tentavam invadir a segurança perfeita do hotel, mas esse ano era diferente, eles estavam ali e por mim.
Logo fui conduzida até a sala de preparação. Lá encontrei velhos amigos da minha mãe, 3 criaturas de cabelos e pele coloridas que formaram um sorriso imenso a me ver.
- Querida, quando soubemos que a filha de Katniss Eveerden iria lutar no Jogos logo nos nomeamos como preparadores do 12- fala a mulher de pele cor de oliva. Na verdade sei que eles são amigos da minha mãe mas nunca me prontifiquei para saber os nomes deles.
- Estupenda - disse o homem de cabelos laranjas que pareciam plástico de tão duros e brilhantes que estavam - tão linda e com o corpo perfeito.
- Igual a mãe, é claro - diz a 2ª mulher que tem um cabelo Pink e olhos âmbar.
Me sento na maca e sou obrigada a tirar o roupão. Não estava confortável, mas não por vergonha do meu corpo nu e sim por vergonha de ser comparada a minha mãe.
- Bom trabalho querida, seu corpo está todo depilado. - diz a mulher que é praticamente verde.
- Seus cabelos estão quase falando por si próprios de tão saudáveis - diz o homem - Katniss não era assim se lembra Vênia.
- Claro, Flavius e as unhas eram um completo desastre, mas as delas são perfeitas. - diz Vênia
- Com licença - assim minha mãe entra na sala - Flavius, Octávia, Vênia poderiam me deixar a sós com Mira?
- Claro Katniss querida - responderam em uníssono.
Minha mãe se aproxima de mim e me dá um roupão. Visto-o e a observo. Ela tira algo de uma sacola grande. É um vestido, um macacão e um pote laranja. Minha mãe praticamente me vestiu com o macacão preto, ela penteou e prendeu meu cabelo com tranças laterais e deixou a parte de trás solta. Depois de me arrumar, da mesma forma que ela fazia quando eu tinha 5 anos, ela olha pra mim e chora. Tento consola-lá mas ela não cessa as lagrimas.
- Cinna fez essa roupa - ela diz por fim.
- Mas eu pensei que ... - comecei a falar.
- Que ele estava morto, e ele está. Porém essa roupa foi feita para você. Claro que não esperávamos que ocasião foi essa mas Cinna fez para você na época em que trabalhávamos juntos, naquele tempo eu não queria filhos mas ele insistiu e disse que eu teria uma filha que me orgulharia, e ele tinha razão. - ela começa a soluçar, parecendo que vai chorar novamente, mas volta a falar - As roupas que você usará essa noite, na entrevista, na festa pré-jogos e no baile de vitoria.
- Ja escolheu meu vestido do baile de vitoria?
Ela sorri e confirma com a cabeça.
Olho-me no espelho. Algo eu vejo como me pareço com ela, e não me sinto envergonhada mas me sinto poderosa, com o mesmo poder da minha mãe. Como o mesmo poder que ela reergueu Panem.
Ela pega minha mão e diz:
- Está na hora, vamos.
Quando minha mãe para sei que chegamos no salão antes das avenidas de Panem. Observo os tributos a minha volta, nervosos e alguns vestidos ridiculamente.
Sinto braços me envolverem, num momento me assisti e quando vou me defender ouço aquela voz:
- Sinto tanto por você - era Effie.
Viro- me e fecho-a com os olhos cheios de lagrimas, tento abrir um sorriso. Mas logo nem é preciso forçar pois logo vejo Finnick, e corro pra lhe abraçar.
- Mira, como você está?- ele me pergunta
- Bem, por enquanto. - respondo
Ele me solta e quando olho por cima dos ombros dele, vejo Jace. Me esquivo dos braços de Finnick, que nem se importou, e pulo nos braços de Jace. Ele me põe no chão e olha no meus olhos, suas mão passam da minha cintura para minhas bochechas, observo que seus olhos estão vermelhos, mas tento me concentrar no verde da íris. Mas não preciso me concentrar por muito tempo, pois ele me beija. E nesse beijo deixa transparecer tudo o que sente. E por um momento parece que esta tudo bem. Mas quando nos separamos volto a realidade.
-Mira, eu te amo e não vou deixar nada acontecer com você - Jace diz com uma voz rouca.
- Eu também te amo, e quero que saiba que seu eu morrer lá quero que siga em frente. - minto
- Você não vai morrer lá - ele diz, mas esperava que ele dissesse "nunca amarei outra pessoa" ou algo do tipo, mas fiquei satisfeita com sua resposta.
- Mira, ande logo já é quase sua vez- grita minha mãe.
-Lembra-se á 5 anos quando nos conhecemos - começa a falar Jace - eu estava para entrar no desfile dos tributos e você estava aqui, uma garota madura demais para 11 anos, que já havia estado em situações onde pessoas experientes nunca estiveram. E você se lembra o que disse pra mim mesmo sendo um inimigo dos tributos dos distrito a qual seus pais estavam sendo mentores? Você disse: " Eu acredito em você".
- Meus pais ficaram confusos enquanto eu torcia por você, em todas as fases. - disse relembrando.
- Mira eu ganhei por que você confiava em mim. Podia ter ganho por causa de meu pai ou pela memória da minha irmã. Mas eu ganhei por você o que estou tentando dizer é ... - fala Jace
- Mira venha chegou sua hora - minha mãe me puxa.
- Conversamos depois. Eu prometo. - digo
- Ok. E lembre- se eu acredito em você. - Jace me diz
Subo na carruagem onde Lanc me esperava. Vejo que todos os distritos até o 10 já haviam saído.
- Me desculpe. - sussurro a Lanc. Acho que é a primeira vez que falo diretamente com ele.
- Não foi nada. - ele diz com uma voz doce, que me lembra a do meu pai- Sério, eu não me importo.
Dou um sorriso e quando percebo estamos indo portão a fora. Vejo luzes, e cidadãos da capital em arquibancadas, a frente vejo a mansão presidencial e Snow na varanda. E em segundos minha roupa entra em chamas, primeiramente me surpreendo, mas depois me lembro que foi Cinna quem fez a roupa, Lanc também está pegando fogo mas seu brilho não é tão intenso quanto o meu, percebo que essas eram as intenções da minha mãe, me destacar. Nossa carruagem para e Snow informa:
- Meus caros cidadãos de Panem, nesse momento eu proclamo o inicio da 92ª edição dos jogos vorazes.
As pessoas nas arquibancadas vibram e começam a gritar meu nome. O fogo de Lanc cessa mais o meu continua a brilha, se antes ele não percebeu o plano da minha mãe agora ele percebeu e não estava feliz.

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