Nos salões de Moria!

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Boromir murmurou em voz baixa, mas o eco da rocha amplificou o som para um sussurro alto que todos pudemos escutar:

-Nos lugares profundos do mundo! É para ali que estamos indo, contra minha vontade. Quem agora vai nos guiar nessa escuridão mortal?

-Eu. -disse Gandalf. -E Gimli deve caminhar ao meu lado. Sigam meu cajado! -quando o mago avançou subindo os degraus largos, ergueu seu cajado, cuja ponta emanou uma irradiação fraca. A ampla escada era segura e não estava danificada. Contei duzentos degraus, largos e rasos, mas por fim no topo encontramos uma passagem em arco, sobre um chão plano conduzindo para dentro da escuridão ainda maior.

Quando um luz brilhou iluminando o caminho eu olhei para sua fonte e vi o velho mago assoprando a pedra de seu cajado, e a luz neste aumentando como se aquela luz fosse parte do seu sopro de vida.

Me aconcheguei mais tentando diminuir o frio e Aragorn me apertou contra si para me esquentar, porém quando levantei a cabeça pra agradecê-lo meu coração disparou.

-Você está bem? Está com muito frio? -o elfo me perguntava preocupado fazendo todos me olharem.

Eu olhei para  frente e vi Aragorn ao lado de Frodo, e depois me voltei para o elfo imaginando se meu cérebro tinha algo de errado.

-Eu peguei você quando estava colocando a manta, para que Aragorn pudesse avaliar o caminho. -ele respondeu minha pergunta muda.

-Vamos nos sentar para descansar e comer alguma coisa, aqui neste patamar, já que não achamos uma sala de jantar. -disse Frodo, que agora parava de tremer do susto, e subitamente parecia sentir uma fome enorme.

-Ótima ideia Frodo, depois do susto que passamos nada melhor do que uma boa comida para acalmar os nervos. -o mago me olhou. -Aura você precisa descansar, foi muito imprudente da sua parte usar aquele feitiço, se eu não tivesse ajudado, você teria se esgotado completamente. -abaixei a cabeça culpada. -Mas nenhum de nós pode deixar de dizer que foi um grande feitiço, e na hora certa. -ele sorriu travesso.

Legolas me colocou cuidadosamente no chão, e eu senti falta rapidamente de seu calor, me enrolando ainda mais com a manta.

-Se tinha tanto poder deveria ter nos ajudado antes. -Boromir murmurou.

-Feitiços não devem ser usados levianamente Boromir, eles esgotam muito o feiticeiro, e Aura mal aprendeu a usá-los ainda. -falou um altivo Gandalf.

-Mas aquele dragão de fogo e água foi incrível, nunca tinha visto nada assim na vida. -comentou um animado Merry.

-Teve aquele dragão do fogo do Gandalf que explodimos, mas nada assim. -Pippin disse, e eles acabaram entrando em uma conversa sobre os fogos de artifício que Gandalf levava para a vila dos Hobbits quando os visitava.

-Estou bem, só um pouco cansada e com frio. -respondi a Legolas finalmente, e ele me avaliou.

-Coma então, e depois durma um pouco, eu vou carregar você por enquanto. -eu iria argumentar mas ele me olhou sério. -Não está em condições de andar. Se não fosse por Aragorn estar tão perto, você poderia ter se afogado naquele lago. -engoli em seco com suas palavras.

-Desculpe, não queria dar trabalho. -ele suspirou e logo começou a tirar suas coisas sentando ao meu lado.

-Não precisa se desculpar Aura, não falei para que se sentisse mal, e se minhas palavras soaram duras demais perdoe-me. -estávamos agora sentados lado a lado, encostei minha cabeça no braço dele, me sentindo confortável. -O que eu quis dizer é que você precisa tomar mais cuidado, não usar demasiadamente seus poderes, mesmo que seja para nós ajudar. -ele tocou de leve minha cabeça fazendo um carinho ali.  

Nunca brinque com magia!Onde histórias criam vida. Descubra agora