🌙 01.Julie & Fernanda

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BASEADO EM FATOS REAIS

Heeey não esqueça de deixar a sua estrelinha ⭐ é muito importante!

" O egoísmo não é amor por nós próprios, mas uma desvairada paixão por nós próprios." - Aristóteles.

Não espere que tudo seja um mar de rosas. O amor é um campo minado onde todo mundo morre no fim. Explodindo em milhares de pedacinhos. A guerra entre a razão e o desejo, uma batalha onde não há vencedores.

Amor. Oxítona. Substantivo masculino. Uma palavra tão pequena, mas um significado tão poderoso.

Julie estava indo embora, ela era a razão para eu estar no parapeito do meu apartamento, com a garganta fechada e os olhos ardendo, me recusando a chorar e buscando pensar em alguma coisa - Qualquer coisa - que me impedisse de correr e implorar por seu perdão. Eu a vi descer as escadas do meu prédio as pressas e pegar o táxi na portaria com lágrimas nos olhos. Sabia que estaria chorando, eu havia sido sua primeira namorada, nossa relação era estável e honesta até a minha traição destruir tudo ao redor.

Não, não deveria ter sido assim. Na verdade nada deveria ter sido como foi.

Julie era minha mulher. Minha melhor amiga. Minha namorada. Minha amante. Minha submissa. Minha confidente. Minha ninfa. Ela era minha.

Eu sei que você deve estar aí já se coçando para me falar que você já conhece esses termos, que você leu Cinquenta Tons de Cinza, que você adora a triologia da E.L.James. Saiba que Cinquenta Tons de Cinza não tem absolutamente nada haver com o BDSM, a cultura que permeia o nosso relacionamento.

Cristian Grey usava seus traumas da infância para ser o estopim para ser um sádico, e essa ligação com os traumas e o total descontrole emocional dele torna dele um sádico psicopático, muitas vezes a autora explica nos livros que ele não sente apenas prazer em causar dor durante o sexo, e muitas vezes ele não têm limites e portanto descumpre as regras do SSC — a regra principal que permeia toda e qualquer relação no BDSM, Sanidade Segurança e Consensualidade — logo Grey não é um Dominador e sim um psicopata.

E eu era uma Domme. Quando uma Domme levanta um chicote é para excitar, guiar, proporcionar um orgasmo incrível. Ela domina, como o nome mesmo já diz, mas ela têm consciência, ela respeita o submisso, os limites dele, ela realiza os desejos dele.

Julie era mais que minha submissa. Ela era a pessoa em que eu podia contar quando quisesse chorar, era a amiga para quem eu podia confessar todos os meus segredos — dos mais simples até aqueles sujos e amorais, das quais temos vergonha de confessar até para nós mesmos através do espelho — Julie era tudo na minha vida. Havia conquistado o espaço aos poucos e agora via - se arrancada de mim, sangrando, emorrágica.

Ela estava indo embora em um táxi chamado por aplicativo, com suas malas e com todo o nosso passado. Toda a nossa história. Todo o nosso amor. Nossas paixões, nossas confissões, nossos segredos, nossos medos, nossos anseios. Nossos sonhos.

Ela estava levando tudo com ela. E eu a estava deixando ir.

Caio de joelhos no meio da pista sem me importar com quem poderia me olhar, o porteiro de nosso prédio parecia querer intervir mas se deteve. Pouco me importava. Ela estava indo embora, jamais poderia alcançá-la.

Ela estava indo para longe de mim. Para sempre, longe de mim. Então isso era a dor?

Não. Não. Não. Não. Não.

Julie! Julie! - eu não viveria sem ela. Sem parte de mim. Cada desejo, cada toque, cada sussurro... Parecia me queimar em lembranças longínquas, embebidas pela minha dor sem fim.

Enlaces de uma PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora