Karamel - Every Little Thing

Repressed Feelings?

POV Kara

Cheguei na casa de Mon-El com um puta peso nas costas e na consciência.
Eu sei que não deveria ter mentido, ele deve estar se sentindo enganado. Mas eu achei que ele não se importaria, que não me procuraria para saber se eu estava bem. Eu não esperava essa atitude dele, e nem ele esperava isso de mim. Logo eu, a certinha que faz de tudo pra não errar, mente feio só porque queria passar um tempo com a irmã.
Eu sei, não foi certo o que eu fiz. Eu poderia dizer a verdade, ele teria entendido e não tinha necessidade de tudo isso. Mas eu preferi ir pelo caminho fácil e perigoso.
Tudo bem, eu entendo o que fiz. Mas não vejo motivos para ele ficar tão chateado. Não foi uma mentira tão grande e eu também não estava me agarrando com alguém, eu estava com minha irmã. Definitivamente não sei o que se passou na cabeça dele ou o que ele está a sentir nesse momento.

Bato na porta três vezes, com um pouco de força e sem a mínima calma.

Eu sabia que provavelmente ele não iria abrir a porta ou talvez iria abrir. Porém, fechar logo em seguida na minha cara.

Eu continuava esperançosa, confiante que conseguiria falar com ele. Mas ele estava demorando demais e a porta estava trancada.

Bato mais umas quientas vezes e escuto a porta ser destrancada, e logo ser aberta por Mon-El.

-Kara. -ele diz seco. Eu já sabia que ele não estava afim de papo, mas podia ser um pouquinho mais conveniente. -Kara?? -ele me chama e volto dos meus pensamentos.

É, eu estava pensando nele e admirando seu corpo. Adivinha, o infeliz estava só de toalha. Não sei se era pra me provocar, mas se era isso mesmo, parabéns. Ele conseguiu!

-Você demorou pra abrir a porta. - desvio meu olhar pra não ficar babando em seu corpo definido.

-Eu estava no banho. Precisava esfriar a cabeça. - ele sai no corredor e eu olho pra todos os lados preocupada se alguém estava a olhá-lo daquele jeito.
Eu sei ele morava no último andar, SOZINHO. Mas eu não confiava muito, até porque tinha a louca da Eve. Vai que a vadia tava escondida espionando tudo. -O que faz aqui? -ele pergunta se aproximando de meu corpo.

-Vim falar com você! - volto minha atenção para seus olhos. -Você saiu daquele jeito, não me deixou nem explicar. Só queria te esclarecer algumas coisas.

-Kara, eu não gostei nada de você ter me enganado. Eu sei que sou um babaca, mas achar que eu não iria me preocupar ou que não iria checar se você está bem, é um pouco demais não acha? - ele me olha sério e volto a lembrar da idiotice que fiz. Logo agora que eu estava disposta a ficar com ele minha vida poderia desandar e acabar com tudo sem ao menos tentar.

-Eu sei, mas...É que eu, eu não sei sobre seus sentimentos. Você não me conta nada, não me deixa nada claro. Como é que você quer que eu adivinhe tudo isso que você sente por mim sem ao menos tentar me fazer compreender. Eu as vezes me sinto uma babaca sem te entender porque você não colabora. Sei que você é fechado, tem dificuldades pra lidar com sentimentos mas você nem tenta, parece que não quer lidar com isso. Pelo menos, aceite minha ajuda. Eu te ajudo com isso sem nada em troca. Mas você tem que tentar, se não, quando você tiver seu relacionamento com Imra, não conseguirá lidar e vai se complicar. Não espere que você vá aprender com ela, tudo, quando a mesma te beijar. Não espere que ela te faça lembrar o que é amar. Você não sabe se ela vai estar disposta à te ajudar com isso. Eu tô aqui, te oferecendo ajuda. Então se quiser tente e consiga algo no futuro. Ou desista e fracasse sozinho no presente mais próximo. - digo num tom de autoridade. De verdade, eu estava parecendo uma mãe dando uma bronca em seu filho. Mas aí, ele precisava entender que a confusão dele me deixava confusa e isso não era nada legal para ambos os lados. O infeliz ainda ficou me olhando com um olhar cínico e com um sorrisinho de lado de deboche. Aí que vontade de dar na cara dele.