EPÍLOGO

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Aghata Botelho Reed nasceu em uma manhã de terça-feira com apenas 2,300 kg

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Aghata Botelho Reed nasceu em uma manhã de terça-feira com apenas 2,300 kg. Era loira e tinha olhos verdes como o do pai, como se fosse Maya de novo. Ela mamava calmamente em meu peito enquanto todos pairavam ao nosso redor, bobos com a mais nova mascote caçula. Todos os primos, tios e avôs estavam presentes. Maya olhava a irmã com amor, enquanto acariciava a cabecinha loira dela.

As vezes eu me surpreendia com tamanha maturidade de uma garota de apenas 16 anos. Maya era muito dedicada a família e desde que soube que teria uma irmã, me ajudara a comprar roupinhas, decorar o quarto, sempre acompanhava as ultrassom e fazia de tudo para que eu tivesse uma gestação tranquila, afinal foi uma gravidez de alto risco.

-É linda demais. –Kim comenta com os olhos brilhantes.

Eu sorrio de lado vendo Kim babar pela Aghata. Era uma amiga muito querida e por isso achava mais que justo dar-lhe Aghata para batizar já que ela só era madrinha do Cauê.

-Vou aproveitar que todos estão aqui. Pois amo todos vocês, mas acho justo que Kim, seja a madrinha da Aghata, você aceitaria Kim?

-Mas é claro que sim! Ainda pergunta? Será uma honra ser madrinha da pequena... –Kim sorri com lágrimas nos olhos.

Aghata para de mamar e dá um longo bocejo. Logo vejo Maya caminhar lentamente até a cadeira ao meu lado e senta-se já pronta para mimar Aghata. Eu sorrio passando minha filha pequenina e delicada para a irmã e eu me perco admirando-as. Minhas duas pedras preciosas. Maya brinca com os dedinhos da irmã enquanto cantarola uma canção de ninar para ela. Ela havia se tornado uma moça linda, com um corpo muito bem feito e generoso, isso matava o Steve de ciúmes apesar de Maya ser uma adolescente tranquila, tímida e que mal saía de casa para festas. Só se concentrava em estudar e em ler livros. Eu ainda queria que Maya saísse mais, é bom ter uma filha exemplar e responsável mas não se pode esquecer de ser jovem. Eu errei, eu tropecei mas eu vivi, fui jovem, bebi, dancei, namorei, me decepcionei mas eu curti a minha juventude. Mas Maya era como o pai, uma romântica incurável.

Aos poucos todos saem do quarto, até ficar apenas Thalia, Miguel, Steve e Raví. Meus olhos pairam até meu afilhado e eu me surpreendo ao notar o seu olhar para Maya. Raví havia se tornado um rapaz bonito. Apesar de ter só 16 anos ele parecia ter bem mais já que adorava malhar, lutar boxe principalmente namorar. Eu franzo o cenho quando vejo seus olhos pretos brilharem em direção a prima.

Eu engulo em seco pois esse olhar era o mesmo que Steve se dirigia a mim... Era amor. Mas ao mesmo tempo ele parecia triste. Logo lembro-me que há uma semana Maya apresentou o primeiro namorado a família e ao pai. Raví ficou nervoso, só ficou vinte minutos no jantar e logo foi embora para casa. De repente uma lâmpada acende na minha cabeça... Eu achei que era outro aborrecimento mas era o fato de Maya estar namorando!

Eu vejo de soslaio Thalia me encarar e aos poucos seus olhos pairam em seu filho e como eu ela fica boquiaberta. Nós trocamos nosso olhar cúmplice, tinha certeza que assim como eu ela notou aquele olhar. Então me lembro de como Maya ficava estranha quando Raví aparecia com namoradas, ou sumia o dia todo em Gamboa... Era ciúmes...

Eu engulo em seco assim como Thalia e apenas no olhar entre nós duas fica subentendido que conversaríamos sobre o assunto mais tarde. 

-Agora somos completos. –Steve sussurra em meu ouvido e logo me dá um beijo casto.

Eu pisco os olhos afastando aqueles pensamentos e retribuo o sorriso para o meu homem, meu marido, meu tudo. 16 anos de casamento e ainda nos amávamos como recém casados.

-E pensar que tudo começou com um olhar na Global. –Eu rio baixinho.

-Estava escrito, simples assim.

-Eu te amo Senhora Reed.

-Eu amo muito mais Senhor Reed. 

Enfim, eu encontrei a minha felicidade.



Recomeçar (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora