CAPÍTULO 35

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Parecia um pesadelo

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Parecia um pesadelo. Eu ouvia algumas vozes, ruídos mas simplesmente não conseguia abrir os meus olhos. Eu me esforçava para abri-los mas estava fraca demais. Tudo que pensava era na minha filha e no homem da minha vida. Eu ouço seus sussurros recitando o poema para mim, seus soluços, sinto um toque em minha mão, uma respiração, uma fungada em meu pescoço...

Eu preciso ser forte, preciso abrir os meus olhos...

Eu penso comigo mesma. Não sei quanto tempo passa quando eu mexo meu braço devagar, era como um porre de tequila muito pior. Eu tinha a sensação de ter sido cerrada ao meio... Tudo doía, principalmente minhas têmporas que pareciam pegar fogo. Eu entreabro meus lábios que estavam secos demais, os lábios doíam pois estavam rachados e parecia que havia algodão em minha boca. Eu tomo uma respiração baixa e então forço meus olhos. Eles abrem aos poucos, minha visão ainda é turva, só enxergo o branco do teto e a lâmpada desfocada. Lágrimas de felicidade  escorrem pelos meus olhos, eu estava viva, havia sido um susto horrível mas eu ficaria bem...

-S...Steve... –Eu digo com a voz fraca.

-Alice?!

Ele exclama e logo seu rosto um pouco embaçado estava em meu campo de visão. Ele toca meu rosto e então começa a chorar colocando sua cabeça em meu peito. Eu apoio uma mão em seus cabelos e entranho os meus dedos ali. Eu estava bem, estava viva e era o que importava.

-Água... –Eu murmuro um pouco grogue.

Em segundos eu tenho um canudo em minha boca e eu sugo aos poucos ainda emocionada, chorando como criança. Eu deslizo minha barriga até meu ventre murcho, sem minha barriga grande. Um pavor toma conta de mim, o que havia acontecido com a minha filha?

-Nossa filha... –Eu murmuro rouca, desesperada.

-Ela está aqui, está dormindo, vou pega-la.

Steve diz rapidamente enquanto grita uma enfermeira que logo chega ajeitando a cama fazendo-a se inclinar para que eu fique sentada. Ela me faz algumas perguntas enquanto regula o soro e mede minha pressão. Eu respondo ansiosa apenas querendo ver a minha filha. Steve aparece em meu campo de visão cada vez menos turvo e eu sorrio largamente vendo o rolinho em seus braços. Meu coração se aquece de felicidade enquanto ele inclina minha menina para que eu pegue. Eu agarro minha filha e deposito um longo beijo em sua cabecinha.

Ela solta pequenos grunhidos e logo ela me fita com seus olhos verdes e brilhantes. Nunca senti uma emoção tão grande... Estávamos bem, eu a tinha em meus braços e Steve estava ao nosso lado. O que mais eu poderia querer? Ela me dá um sorriso sem dentes e ali eu me rendo. Eu só pensava em ser feliz, em agradecer a Deus pela oportunidade de estar com minha filha.

-Diga oi para Maya Botelho Reed.

-Quê? –Eu sussurro emocionada.

-Foi ela que escolheu, quando eu a chamei de Maya ela ficou toda feliz e me deu um sorriso. Você venceu minha menina.

Recomeçar (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora