A noite sem amanhã - Capítulo I

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O sol massacrava a terra árida que se estendia em todas as direções. Eric sentia o calor fustigando seu couro cabeludo, fazendo sua cabeça latejar a cada passo dado em direção ao nada. Já haviam se passado três dias desde que deram o último gole em uma água barrenta que por sorte encontraram num pequeno córrego que cortava o vale. Três longos dias e ele não sabia mais o quanto poderia aguentar. Seus lábios queimavam a medida que a desidratação formava rachaduras na pele outrora macia e há muito não havia mais suor, apenas a descamação de sua pele impulsionada pelo sal que seu corpo se obrigava a expulsar do organismo.

– Nossa, que sede. – Comentou o pequeno Bobby pela centésima vez naquele dia. – Presto, porque você não tenta mais uma vez tirar alguma garrafa de água desse seu chapéu?

– Ah, não! – Eric Reclamou. – Da última vez ele quase nos matou com essas magicas fajutas.

– Ora, eu não tenho culpa se meu chapéu não sabe interpretar o que eu falo. – Rebateu Presto, envergonhado.

– Não importa. – Interpôs Hank. – É melhor continuarmos em frente. Mais cedo ou mais tarde teremos de encontrar água.

– Só espero que não seja tarde demais. – Devolveu Eric, abanando o rosto que variava em diferentes tons de vermelho.

Ele observou o terreno ao redor. As pedras se espalhavam por todo o lugar, mal projetando sombra, como se até a escuridão procurasse abrigo daquela luz infernal. Devia ser por volta do meio-dia, hora em que o calor mostrava sua pior face. Uma brisa quente soprou, trazendo consigo uma poeira densa que muito dificultou sua respiração. Eric tentou forçar um pouco daquele ar seco para dentro de seus pulmões, mas o esforço só instigou o acesso de tosse que se apoderou de sua garganta irritada.

Caminharam por mais alguns minutos quando Eric se deu por vencido. Seus pés protestavam com as diversas bolhas que arrebentavam no aperto de suas botas e seus pulmões doíam ante o ar seco e poeirento. Exausto e com sede, ele deixou-se cair aos pés de uma árvore petrificada enquanto os outros o observavam.

– Chega! – Anunciou. – Eu não aguento dar mais nem um passo.

– Mas Eric... – Hank tentou argumentar.

– Ora, não me venha com essa de "Mas Eric". Estamos há dias andando a esmo, sem comida ou água. Você não pode me culpar por querer descansar por alguns minutos.

– Eric tem razão, Hank. – Interveio Sheila, sentando-se ao lado de Eric, tão exausta quanto. – Alguns minutos de descanso não nos fará mal algum.

– Eu sei, é só que esperava encontrar alguma coisa antes de escurecer. – Hank falou, mas notou que os demais já estavam procurando lugares onde pudessem descansar. Ele mesmo estava tão exaurido que não conseguia se convencer a continuar. Por fim, rendeu-se e juntou-se aos outros.

Caverna do Dragão - Entre MundosWhere stories live. Discover now