O sol começava seu mergulho em direção à linha do horizonte, convertendo o céu num mar de fogo purpura. Bobby seguia como último da caravana, observando suas sombras se alongarem pelo terreno seco como serpentes negras. Suas pernas doíam como nunca e seus braços já estavam exaustos de carregar a clava que não se mostrava nada maneira depois de um tempo.
Há cerca de quinze minutos ele vinha considerando pedir uma nova pausa para descanso, mas não queria se mostrar fraco diante dos outros. Já bastava ser o menor do grupo, não queria ser tratado como uma criança. Ainda assim, o cansaço cobrava seu preço e suas pernas se tornavam mais fracas a cada passo dado rumo a exaustão. Além do cansaço, a fome e a sede cobravam sua parcela de dor. Sua garganta estava seca e irritada ante a sede de quase três dias e Presto, ainda que portasse um chapéu mágico, era incapaz de produzir míseras garrafas com água. "Que tipo de feiticeiro fajuto ele é?", pensava.
Seus devaneios dissolveram quando ele tropeçou em uma pedra e perdendo o equilíbrio foi jogado ao chão, praguejando. Sheila correu em seu auxílio, mas ele recusou sua ajuda. Colocou-se de pé com enorme dificuldade e se obrigou continuar andando. Podia sentir o olhar de preocupação dos outros, mas isso só o deixou mais irritado dando-lhe forças para continuar seguindo.
Vinte minutos se passaram e ele já não aguentava mais. Havia chegado ao ponto de completa exaustão e parecia carregar sobre as costas uma tonelada de pedras. Já estava abrindo a boca na intenção de pedir para pararem um pouco quando ouviu a voz de Hank.
– Vejam. – Disse, apontando uma placa de madeira que se erguia em meio ao nada. Na madeira escura estava gravada a seguinte frase, em uma letra floreada: "O castelo de Merlin fica nessa direção." E uma pequena seta apontando para a direita.
– Não acredito! – Disse Sheila, espantada.
– Só pode estar de sacanagem! – Respondeu Diana olhando na direção em que a seta apontava. – Será que é o Merlin das histórias?
– Bom, é o que parece. – Hank respondeu se adiantando em direção ao caminho que a seta indicava.
– Nesse caso, se existe alguém que pode nos levar de volta pra casa esse alguém é, sem sombra de dúvidas, ele. – Disse Presto, esperançoso. – Mal posso esperar para conhecê-lo.
O efeito daquela ideia foi suficiente para lhe dar esperanças suficientes e encontrar forças até então ocultas, fazendo-os correr pela terra seca rumo ao castelo que prometia a chance de voltarem para seu lar. Foram necessárias algumas dezenas de passos até que se depararam com um nova placa tão solitária quanto a anterior. Em sua madeira igualmente escura estava gravada a mesma frase, contudo a pequena seta apontava na direção de onde tinha acabado de vir.
– Ora essa, mas que palhaçada está acontecendo aqui? – Disse Eric irritado. – Como pode está apontando naquela direção se acabamos de vir de lá e não vimos castelo algum?
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Caverna do Dragão - Entre Mundos
FanfictionSeis jovens perdidos em um mundo desconhecido dominado pelo mau. Será que conseguirão voltar para casa? Essa é a história que não lhe contaram. Acompanhe essa aventura e descubram o que o Mestre dos magos separou para seus pupilos.