A noite sem amanhã - Capítulo VIII

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Bobby não acreditou no que seus olhos viam.

Diana e o dragão explodiram em uma bola de fogo e Bobby gritou atraindo a atenção de Hank, que se virou pra onde ele olhava. Um segundo depois os dois, a fera e a garota, estavam de volta no céu noturno e o fogo se extinguira atrás deles. Diana estava claramente machucada, Bobby pôde ver, mas ainda assim foi capaz de matar o monstro, caindo em seguida rumo à morte certa.

Bobby correu para ajuda-la, mas percebeu que não chegaria a tempo. Em todo caso não foi preciso. Hank saltara de cima de algum telhado e a capturara no ar, diminuindo sua velocidade e fazendo ambos cair com menos impacto no chão de pedra. Estavam a salvo.

Mal teve tempo para respirar aliviado e Bobby já o viu surgir no céu, fazendo os dragões recuarem sob sua presença. O vingador estava ali sobre a praça, montado em seu corcel negro, bem como no primeiro dia deles ali naquele mundo. Grandes asas negras brotavam de suas costas iguais as dos dragões que cercavam a cidade.

– Está acabado! – Disse ele, sua voz reverberando como se estivesse em um alto-falante. – Entreguem suas armas e se rendam a mim.

Bobby alcançou os amigos e então se virou para Hank, esperando algum comando. Diana estava deitada, apoiada em seus braços, aparentemente fraca demais para se levantar. Sua respiração estava entrecortada e sua aparência, no geral, não era das melhores.

– Nunca! – Hank gritou em resposta. – Você jamais terá nossas armas, nenhuma delas!

– Não seja tolo, guarda. – Tornou a dizer. – Não consegue perceber quando uma batalha está perdida? Me entregue o restante das armas ou serei obrigado a toma-las igual fiz com o jovem mago.

Dizendo isso ele levantou uma flâmula verde, que se mostrou ser o chapéu de Presto, balançando no ar como uma bandeira hasteada. Bobby sentiu o ar comprimir seus pulmões e percebeu o choque refletido no olhar dos amigos. Aquilo significava que Presto estava...? Não, ele não poderia pensar naquilo. Ainda assim, se surpreendeu ao sentir as lágrimas escorrendo pelo rosto e se assustou quando Hank levantou-se num rompante de fúria.

– Desgraçado! – Gritou e então puxou o arco e lançou a primeira flecha.

Bobby nunca vira o garoto agir daquela maneira. Hank atirava uma flecha atrás da outra numa fúria cega, as flechas subiam em direção ao Vingador como torpedos. O Vingador, por sua vez, desviava de cada uma, no começo com certa facilidade, mas visto a velocidade e a quantidade que Hank as lançava, percebeu que não conseguiria evita-las por muito tempo. Dessa forma, ele contra-atacou lançando feitiços que explodiam no chão como bombas, fazendo Hank correr para se proteger.

Diana tentava ficar de pé, mas ainda estava fraca demais para qualquer esforço, então Bobby a ajudou levantar e carregou a garota até um lugar seguro, onde a deixou escondida. Hank e o Vingador travavam uma batalha árdua, o que deu a Bobby a vantagem de passar despercebido. Assim, ele correu até os escombros e começou a atirar pedaços imensos de pedras na direção do Mago negro. O Vingador estava concentrado demais em Hank para perceber que baixara a retaguarda, até ser atingido pelos projéteis. A primeira rocha, lançada por Bobby, quase o derrubou do corcel. Ele urrou, quando foi atingido nas costas e virou-se para encarar Bobby, que continuava a rebater os escombros com seu tacape.

– Agora chega! – Disse o Vingador com a voz retumbante.

Então abriu os braços e Bobby o viu sibilar um feitiço. Antes que pudessem reagir, no entanto, Hank e ele foram suspensos no ar e voaram em direção um ao outro, se chocando com uma força desmedida. Bobby sentiu seu ombro deslocar com o impacto e gritou de dor. Hank tentou ajuda-lo, mas ambos ainda estavam sob o feitiço do Vingador e por isso não conseguiam se mexer. Estavam presos em uma espécie de campo de força invisível.

Estava acabado, perceberam os garotos. Não havia mais o que fazer. Bobby olhou na direção de onde Diana estava, mas percebeu a amiga caída no chão, desmaiada, talvez. O medo invadiu seus sentidos e ele começou a tremer.

– Agora me entreguem as armas ou eu as tirarei de seus cadáveres.

– Vá se ferrar, seu merda! – Hank gritou.

O Vingador sorriu, se divertindo com a ousadia do garoto e apontou para eles sussurrando um novo feitiço que provavelmente daria cabo de suas vidas. Entretanto, um novo projétil atingiu sua cabeça fazendo-o perder o equilíbrio e cair do corcel. Ele abriu as asas que ajudaram a amortecer sua queda, mas ainda assim, o baque foi pesado.

Bobby se virou na direção de onde o projétil viera e viu Eric parado no extremo da praça com Sheila ao seu lado. Assim que seus olhos se encontraram, Sheila correu até ele, gritando seu nome. Bobby, no entanto, gritou de volta para que ela se afastasse e tomasse cuidado, mas a irmã não lhe deu ouvidos. Quando se aproximava deles, porém, um raio a atingiu na altura do peito e ela foi jogada de costas no chão, de onde não voltou a levantar.

– NÃOOO! – Bobby gritou tentando ir até ela, mas o feitiço ainda o prendia colado a Hank, que se debatia em vão, tentando se libertar.

O Vingador se recuperou mais rápido do que o esperado e já investia contra Eric, uma vez que Sheila já não representava mais uma ameaça. Eric correu pela praça, usando o escudo para desviar os ataques que o Mago lançava contra ele. Em determinado momento um erro de calculo o fez tropeçar e aproveitando-se da fraqueza, o Vingador lançou o feitiço que fez o ar ao redor de Eric explodir em uma boa de fogo, arremessando ele pelo ar até cair aos pés do obelisco negro, que ainda se mantinha de pé, incólume.

Dessa forma, eles foram subjugados. Um a um todos os jovens caíram diante do Vingador. Hank gritava e se debatia tentando romper o feitiço, mas seu esforço só servia para piorar o aperto, fazendo o ombro de Bobby queimar, arrancando mais lágrimas de seus olhos. Sheila continuava no chão, inerte, assim como Diana, atrás dos escombros. De onde estavam não podiam ver Eric, mas Bobby sabia que ela não estava melhor que as garotas.

Quando o Vingador chegou até eles, segurou os cabelos de Hank e forçou sua cabeça para trás expondo seu pescoço e num piscar de olhos fez brotar uma adaga em sua mão, a qual pressionou sobre a jugular do garoto.

– E agora, guarda? – Perguntou. – Está disposto a me dar sua arma ou terei que tirá-la de seu cadáver?

– Faça o que tem de fazer, seu merda! – Cuspiu Hank.

O Vingador sorriu e pressionou a lâmina contra a pele dele, o filete de sangue escorreu e Hank reprimiu o grito. A lâmina entrou mais e Bobby sentiu o corpo do amigo enrijecer contra o seu próprio. Bobby gritou para que ele parasse. Gritou para que ele apanhasse as armas e fosse embora. Gritou para que os deixasse em paz. Mas o Vingador parecia estar se divertindo com tudo aquilo. Ele não iria parar. Pelo menos não até tudo estar acabado.

As lágrimas borravam a visão de Bobby, que gritava o máximo que seus pulmões suportavam e foi quando o corpo de Hank começou a entrar em choque, tremendo compulsivamente, que algo aconteceu.

Um flash de luz se projetou na noite e como se um anjo em pessoa pousasse no meio da praça, Presto se materializou diante deles.

– Medoun Al-Samm – Disse e o Vingador foi atirado para o outro lado da praça com um golpe de ar. 


CONTINUA...


*** Reta final dessa primeira parte. O que vocês acham que vai acontecer?

Gostaria de agradecer à todos que estão acompanhando essa história até aqui. De verdade. <3

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Até o próximo capítulo!!

Caverna do Dragão - Entre MundosWhere stories live. Discover now