A noite sem amanhã - Capítulo VII

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Havia fogo por todos os lados.

A situação não estava nada boa. A cidade ardia e os dragões se concentravam sobre a praça agora, todos eles. Diana lutava contra um, ou pelo menos, tentava não ser atingida. A fera investia ferozmente sobre ela que tentava com muita dificuldade desviar de seus ataques. Ela não conseguia respirar direito, seus pulmões sentiam enorme dificuldade em solver aquele ar escaldante e o suor lhe escorria sobre os olhos dificultando a visão.

Ali próximo podia ver Hank atirando uma saraivada de flechas em direção ao céu, ouvia suas flechas explodindo como fogos de artifício, mas não conseguia ver se surtia efeito contra as bestas. Do outro lado da praça Bobby se esforçava também, tudo o que estava ao seu alcance era rebatido contra o céu da mesma forma que um batedor de baseball acerta as bolas. No alto os dragões rugiam e mais fogo era cuspido aumentando o calor já insuportável.

Sorrateira, Diana conseguiu despistar o dragão que a perseguia e escondeu-se entre os escombros de uma casa. Precisava descansar um pouco. Sentou ali e forçou o ar quente entrar em seus pulmões que doíam loucamente. Havia um corte em sua barriga, nada preocupante, e vários arranhões em suas pernas, alguns sangrando um pouco.

Não havia muito que fazer, eles não conseguiriam dar conta dos seis dragões sozinhos. Estavam em clara desvantagem e não importava o quanto eles atingissem as feras, elas sempre se recuperavam mais rápido do que os jovens podiam revidar. Ela pensou em Presto, cativo do Vingador e sentiu um frio na barriga. Como puderam deixa-lo sozinho? Como cogitaram a ideia de partir desse mundo e deixa-lo a mercê de sua própria sorte? A mágoa doeu, mas não havia tempo para mágoas, o mais importante no momento era manter-se viva e, com sorte, derrotar alguns dragões.

Ela viu o dragão que a perseguia passar raspando sobre os poucos telhados que ainda se mantinham de pé. Aquilo lhe deu uma ideia. Respirou fundo e saltou de seu esconderijo, correndo o máximo que suas pernas machucadas permitiram. O dragão não a viu de imediato, mas o elemento surpresa não demorou muito. Assim que se deu conta de sua presença, correndo em disparada pela praça, a besta alada rugiu em sua direção e investiu contra ela. Porém já era tarde demais, Diana estava preparada para aquilo. Ágil como uma gata, ela subiu pela beirada da construção mais próxima e se posicionou sobre o telhado, esperando a fera dar o bote.

Assim que o monstro veio com sua bocarra cheia de dentes, Diana desviou o ataque com seu bastão e como uma ginasta olímpica saltou sobre a cabeça da fera caindo apoiada em seu grosso pescoço, prendendo as pernas em torno daquela pele estranha e agarrando-se aos chifres que brotavam da enorme cabeça, que rugiu e cuspiu um jato de fogo pelo ar. Ela se abaixou contra a carapaça de fumaça do animal, procurando não ser atingida pelas labaredas e sentiu o cheiro de uma tempestade elétrica emanando da pele dele.

A fera guinou para cima e subiu como um foguete. A garota sentiu o corpo escorregar, mas agarrou-se com toda a sua força nos grandes chifres e trancou as pernas apertando tanto que as sentia ficar dormentes. Quando o dragão estabilizou o voo, Diana pôde ver toda a cidade do alto. Um mar de fogo se estendia em todas as direções. Tudo queimava e brilhava como uma fogueira acesa no meio do deserto. Antes que ela pudesse absorver aquela cena, porém, o dragão mergulhou de volta com tamanha velocidade que Diana achou impossível ser capaz de se refrear antes de atingir o solo.

Ainda restavam vários metros até o chão quando ele cuspiu uma bomba de fogo que explodiu no ar diante deles e antes que a garota pudesse se preparar, mergulharam no meio das chamas. Diana gritou, sentindo as línguas de fogo lamberem sua pele, sentiu o cheiro forte dos cabelos entrando em combustão e as lágrimas evaporando ainda nos olhos. A agonia, no entanto, só durou meio segundo, mas para ela pareceram horas de tortura.

A fera desceu, frenética, e Diana já queimada e exausta, apanhou o bastão e cravou na nuca da besta que urrou em agonia e se desfez em uma nuvem de fumaça negra. Sem ter onde se apoiar, a garota despencou do céu noturno. Antes de atingir o solo, porém, sentiu braços fortes lhe agarrarem e o choque de um corpo contra o seu. No instante seguinte ambos rolavam pelo chão de pedras. Hank a salvara da queda mortal, ela não sabia como, mas estava machucada demais para se importar.

Outros dragões se aproximaram vindos do céu, as bocarras ardendo em vermelho, prontas para cuspir a morte deles. Contudo, sem mais nem menos, pararam no ar e afastaram-se para os extremos do terreno. Diana não entendeu o que estava acontecendo até que ouviu Hank falar próximo ao seu ouvido.

– O Vingador. – Disse. – Ele está aqui.     


CONTINUA...


*** Dois capítulos curtinhos só para dar mais dramaticidade a história. rsrs


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Até o próximo capítulo...***

Caverna do Dragão - Entre MundosWhere stories live. Discover now