Parte II

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O carro balançava conforme passávamos pelas ruas em direção ao aeroporto

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O carro balançava conforme passávamos pelas ruas em direção ao aeroporto. O sol ainda despertava, preguiçoso, enquanto meu pai dirigia para que eu embarcasse no voo das nove da manhã. Nossa casa era relativamente distante, o suficiente para que meu irmão dormisse em cima do cinto que ele tanto relutou em colocar, e eu estava sonolenta e distraída quando meu pai parou o carro no estacionamento.

- Espero que você se comporte e não nos dê nenhuma dor de cabeça nessa sua tal viagem, ein, mocinha?

- Claro, pai. Pode deixar.

- E eu quero fotos, não se esqueça de me enviar várias! - diz minha mãe, animada.

- E eu quero aquele biscoito de menta legal! - diz Pacco, bocejando logo em seguida.

- Pode deixar - digo, rindo - vou fazer tudo isso.

Quando tive que me separar deles foi um drama. Mamãe começou a chorar dizendo que cresci ao mesmo tempo que meu pai mandava Pacco se comportar enquanto ele insistia que queria o pão de queijo da vitrine da lojinha.

- Está tudo bem, mãe. Eu vou voltar logo, prometo. - dizia, enquanto a abraçava forte.

- Não se esqueça de comer bem e se agasalhar direito. - ela respondeu, fungando - eu te amo, minha menina.

- Também te amo, mãe.

Caminhei até meu pai em passos largos, o abraçando forte. Ele sempre me protegeu de tudo, mas agora, estarei por minha conta.

- Eu te amo, minha filha. Estou muito feliz que você vai ter um tempo para relaxar antes de entrar para a faculdade. Estou muito orgulhoso. Vou sentir sua falta.

- Eu também te amo, pai. Muito obrigada por tudo, vou estar de volta antes que você se quer perceba, prometo.

- Vou estar esperando. - Ele disse, com um sorriso.

Me abaixei e, como de costume, baguncei os cabelos do meu irmão. Ele agarrou meu pescoço num abraço e me deu um beijo.

- Boa viagem, irmã. Vê se compra aqueles biscoitos para mim.

- Obrigada, pequeno. Se cozinhar de novo, guarda um pedaço para mim.

- Pode deixar que eu vou te fazer uma lasanha inteira quando voltar!

- Isso aí, irmão. Te amo, tá?

- Também te amo, irmã.

*Última chamada para o voo 347 da Delta Airlines com destino à Nevada. Embarque pelo portão H8*

- Acho que essa é sua deixa, filha.-disse meu pai, abafado num abraço de urso.

- Se cuida, filha! - disse minha mãe, também me abraçando.

- Pode deixar mãe, eu vou. Amo muito vocês! Até daqui a algumas semanas!!

Acenei pelo caminho todo até entrar no avião. Estava morrendo de medo daquela coisa gigante de metal, mas era uma fase a ser vencida para conquistar a viagem dos sonhos.

Após diversas etapas de segurança pelas quais eu tive passar, atravessei um corredor branco com carpete azul que levava à entrada do avião.

Levei algum tempo até encontrar o meu lugar, que era próximo à cauda. Um lugar na janela, perto da saída de emergência, me aguardava. Afivelei o cinto e acomodei minha mala de mão aos meus pés, já que não queria ficar levantando o tempo todo se quisesse pegar algo dentro dela.

Assisti com atenção às recomendações das aeromoças no vídeo que passava na pequena tela acoplada ao banco da frente, e mandei uma mensagem para meus pais. Não havia motivos para me preocupar.

Me recostei e senti a aeronave deixar o chão.

Me recostei e senti a aeronave deixar o chão

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