Parte XX

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Nada poderia tirar de mim o sorriso bobo que pintava meu rosto desde aquela tarde

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Nada poderia tirar de mim o sorriso bobo que pintava meu rosto desde aquela tarde.

Theo, assim que nos afastamos, corou feito um tomate. Desde então, toda vez que ele me olha, ele da aquele sorrisinho meio envergonhado, e eu não consigo lidar com tanta fofura.

Logo depois do beijo no lago, como o tempo não estava muito firme, pegamos nossas coisas e voltamos para casa de mãos dadas, em um silêncio confortável, sem parar de sorrir. Já era quase noite quando chegamos, e fui direto tomar um banho quente para não ficar resfriada devido ao vento frio da floresta.

Eve ficou confusa quando nos viu chegando, mas não disse nada. Quando terminei o banho, coloquei uma calça comprida e uma camisa com mangas compridas, pois aquela noite estava especialmente fria. Desci rapidamente as escadas para ajudar no jantar.

Ao chegar lá embaixo, o cheiro maravilhoso de fritura me surpreendeu. Fazia tempo que não comia nada muito diferente, e eu quase havia me esquecido o que era comer algo frito.

Quando cheguei na cozinha Theo estava em frente à panela, cozinhando filés de peixe como se fizesse isso todos os dias. Meu sorriso cresceu. Eve estava sentada em uma das cadeiras da mesa, com o queixo apoiado em uma das mãos e os pés balançando no ar, e aquilo quase parecia normal para mim. O ar estava fresco, a noite estava bem acolhedora.

Sentei-me ao lado de Eve, que rabiscava em uma folha com um palito de carvão. Ela desenhava aquele típico desenho de criança: eu e Theo de mãos dadas, e ela sorridente ao nosso lado. Estávamos na praia, o que, é claro, precisei me esforçar um pouco para entender.

- Lindo desenho. - Comentei, ao seu lado.

- Gostou mesmo? Estou fazendo para você.

- Ah, é mesmo? Nossa, eu amei. Estou lisonjeada!

- O que é isso?

- Hm... - Pensei. - É a mesma coisa que se sentir honrado, orgulhoso.

- Eu também não sei o que essas coisas significam. -  Ela disse, rindo.

- Um dia eu te explico melhor. - Comentei, rindo junto com ela.

O jantar daquela noite foi extremamente especial. Era a comida mais deliciosa que já havia provado ali, mas o mais importante foram as risadas e histórias que trocamos até tarde da noite. Theo me contava sobre como Eve o conseguia irritar e mesmo assim ser fofa no processo, e eu comentava sobre meu irmão. Pouco tempo depois notei, foi a primeira vez desde o acidente que conseguia falar da minha família abertamente, sem choro ou pesar.

Depois da janta, ajudei Theo a lavar e guardar as coisas. Eve estava com muito sono, e foi se deitar assim que terminou de comer, não sem antes me entregar com um sorriso sonolento o seu desenho em carvão muito bonito do nosso dia na praia.

Quando terminamos, o clima ficou meio estranho. Eu e Theo sorríamos, sozinhos na cozinha, mas meu coração não poderia estar mais acelerado.

- Eu... - Ele começou. - Eu acho que vou dormir também, para podermos aproveitar o dia amanhã.

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