Parte XIII

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Passamos algum tempo deitados ali, abraçados, sua respiração subindo e descendo de maneira calma e ritmada

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Passamos algum tempo deitados ali, abraçados, sua respiração subindo e descendo de maneira calma e ritmada. Não sei exatamente em que momento o cansaço o venceu, mas Theo dormia tranquilamente, ainda com os braços ao meu redor, enquanto eu descansava minha cabeça em seu peito. Ao contrário de sua respiração mansa, seu coração batia forte e acelerado em seu tórax, de forma que podia senti-lo pulsar contra meu rosto. Algumas vezes pude sentir suas mãos me apertarem mais forte por breves segundos, em pequenos espasmos que provavelmente indicavam que ele estava sonhando.

Era difícil de vê-lo, ali. Era escuro, e eu tinha que esperar por algum raio da luz pálida da lua atravessar as nuvens que passeavam pelos céus para poder ver seu rosto, que em conjunto com a a iluminação escassa e precisa se tornava quase angelical. Ele era inegavelmente bonito. Seus lábios cheios e rosados pareciam muito macios, e uma brisa leve lhe soprava os cabelos, que balançavam junto aos galhos das árvores ao nosso redor.

Com o pensamento vagando por seu rosto sereno, mal percebi quando meus olhos foram se fechando. Pude sentir nossas respirações sincronizadas ao cair num sono pacífico e profundo.

•••

Uma voz distante me chamava, enquanto sentia alguém tocar levemente meu ombro. Estava com sono demais para distinguir de quem eram a voz ou as mãos, só sabia que queria dormir mais um pouco.

- Mais cinco minutos, por favor. - Consegui murmurar, com a voz rouca de sono.

- Mais cinco minutos e você vai estar torrando debaixo do sol quente. - A voz de Theo soava quase brincalhona quando ele disse isso ao pé do meu ouvido.

O acontecimento me fez corar antes mesmo que pudesse abrir os olhos, espantando o sono e me obrigando a levantar. Felizmente, ele parecia não ter percebido.

- Por que você tem que ser tão estraga prazeres? Eu ainda podia dormir mais alguns minutinhos, poxa. - Perguntei, emburrada.

- Estraga prazeres? Eu? Depois ia ter que ficar cuidando de mais queimaduras enquanto você, - ele disse, ao mesmo tempo que dobrava as cobertas e guardava tudo em seu lugar - iria ficar reclamando que eu não a havia acordado a tempo de sair do sol.

Bufei um "tanto faz" quase inaudível enquanto descia as escadas, mal humorada devido à sonolência.

- Hey, Às! Vai me deixar arrumar tudo sozinho mesmo? - Ele gritou lá de cima, e tive a leve impressão de que estava sorrindo.

- Eu acabei de acordar, Theo, e você não vai querer me ver de mau humor durante o resto do dia! - Gritei em resposta, me recostando no tronco sombreado de uma árvore e esperando ele terminar.

•••

Estava quase pronto. Desde que Eve tinha me ensinado a usar o tear, estava tentando fazer essa ideia funcionar. Depois de três projetos falhos, - um que desfiava e se desfazia praticamente sozinho, um que abria buracos em locais muito inconvenientes do corpo quando vestido e um que simplesmente prendeu e se recusou a sair do tear - finalmente minha "roupa de banho" estava pronta.

Era um maiô simples de algodão, com duas camadas de tecido. Havia o tingido com um rosa claro e simples, pois tinha sido a primeira tinta a ficar pronta. Faltava algo, porém, um detalhe que eu não poderia produzir no tear.

Subi as escadas do ateliê com rapidez enquanto a expectativa de finalizar o projeto aumentava em mim.

- Theo!! Hey, Theo!! - Gritei, assim que abri a porta e me deparei com a sala vazia.

- Precisa de alguma coisa? - Ao contrário do que eu esperava, foi a pequena Eve, parada na entrada da cozinha, que me atendeu.

- Estava precisando de elásticos para roupas. Se não tiver eu dou meu jeito, mas ficaria muito melhor com eles.

- Sem problemas, acho que o Theo ainda tem um pouco sobrando. - Ela disse, e sem dar mais detalhes subiu as escadas, sem pressa.

Aquela criança era muito estranha. Ela aparecia e sumia do nada, quase nunca a via pela casa e, apesar dos balanços de ferro do lado de fora, nunca a havia visto brincar. Nem uma só vez. Parando para pensar, nunca a havia visto fazer nada.

- Aqui está. - Ela surgiu na base da escada, com um rolo de elástico, assustando-me mais uma vez.

- Obrigada. Sabe onde está Theo?

- Consertando um problema de encanamento da casa.

- Ah, tudo bem então... Obrigada. - Disse, pegando o rolo de suas mãos rapidamente.

Desci as escadas mais uma vez, fechando a porta atrás de mim, pronta para terminar meu maiô e deixar aquela criança sinistra para trás.

Desci as escadas mais uma vez, fechando a porta atrás de mim, pronta para terminar meu maiô e deixar aquela criança sinistra para trás

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