Vivendo com propósito

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  Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus. Atos 20.24

Não via a hora de completar dezessete anos, me formar e viajar para meu campo missionário. Quando eu disse aos meus pais que iria morar em Turim eles fizeram uma visita a cidade e acabaram passando uns meses por lá, meus pais agora estavam vivendo tudo que na mocidade lhes foi negado.

Philipe não se contém em si, ele falava a todo momento que estava feliz em ser meu irmão. Sabrina ficava me dando dicas de como fazer para a cidade melhorar. Ou seja todo mundo tinha uma dica ou um conselho para dar.

Já fazia um tempo que deixei de usar roupas pomposas da realeza e me acostumado a uma vida simples. Como missionária não poderia ser luxuosa demais, principalmente morando em Turim, estava indo e deixando meu título de princesa para trás, se um dia eu ia precisar dele, eu não sei dizer, porém, agora eu não quero ser a princesa Júlia e sim a missionária, escolhida para uma grande obra.

- Viaja amanhã? - pergunta Rosa que já estava querendo chorar.

- Sim, logo cedo, não quero me despedir de ninguém. Vai ser melhor para você ficar aqui na escola e ajudar as princesas encontrarem a verdade.

- Se toda princesa fosse como você minha menina.

Eu sabia que o povo da realeza era cheio de fri fri fri, na verdade para quem era criado dentro de um castelo o normal era se achar o todo poderoso, mas quando se conhece o Rei dos Reis e sabe que por amor a mim e a você Ele se fez pobre e morreu em uma cruz. Não tem como manter coração esnobe ou ganancioso desse jeito.

Minha formatura foi linda, varias princesas se formaram em administração e outras direito, eu optei por cursar pedagogia. Tinha em mente, começar alfabetizar Turim e assim eles lessem a Bíblia por conta deles. Todas as vezes que eu viajava para lá, eu passava horas lendo histórias da Bíblia para as crianças.

O duque João está no colégio, veio me buscar e vamos voltar de trem. Vai ser mais rápido e já disse a meu pai que quero viver com um salário de professora, nada de me mandar barras de ouro ou muito dinheiro. Não desejo confiar no tesouro da terra que a traça e a ferrugem consomem.

Assim que terminar todos os procedimento acadêmicos da formatura, eu como não me inscrevi para o baile, estou liberada.

- Mas eu pensei que iria dançar valsa com a caçula. - diz Philipe fazendo cara de bravo.

- Se converta meu irmão. Nós somos um povo diferente, nossa festa é estar na presença de Deus. Lá no baile está cheio de menina se achando melhor que todo mundo e na verdade o coração delas é podre. Como diria nosso jardineiro, são sepulcros caiados.

- Calma brasinha. - brinca ele e rimos.

- Quero viajar o quanto antes, finalmente estou livre para cumprir o ide do Senhor na minha vida.

- Falando assim dá pra pensar que estava presa. - diz mamãe.

- Eu me sentia igual José no Egito, uma presa livre. Quando eu estiver fazendo aquilo para o qual eu nasci, então me sentirei bem, pode deixar.

- Então eu vou pegar suas malas logo minha prisioneira linda. - disse papai fazendo um aceno para Philipe lhe acompanhar.

Muitas despedidas da minha família, eu acredito de todos eu seria a menos indicada por eles para me ausentar. Mas eu não nasci para agradar o mundo meu coração só bate pelo simples fato de eu ter uma missão a cumprir. Eu estou feliz assim indo para minha missão.

No trem estou num vagão popular, então tem várias pessoas circulando e eu estou encantada com tudo. Estou me sentindo livre realmente. Sem guardas, sem babá, sem pai e mãe no meu pé; eu e Deus evangelizando o mundo.

Não demorou muito e vejo meus amigos entrarem no vagão. Fico olhando para eles, tão bonitos e cheios de vida, indo em busca dos seus sonhos também, mas espera aí eles eram para estar no baile.

- Você pensou que ia para uma hiper mega aventura sem nós amiga? Jamais. - disse Hadassa ao entrar.

- Eu convidei todo mundo para passar um tempo na Itália, como você vai estar lá vamos poder te aperrear. - diz Gabriel.

- Gente como é bom ver vocês. Mas é sério que estão indo para a Itália? Rafa fala você não mente eu sei.

- Claro que estamos eu e Hadassa vamos lhe ajudar, mas Emily e Gabriel tenho cá minhas dúvidas.

Todos rimos e ficamos conversando animados. As meninas amaram o jeito do duque que até parecia ser de nossa idade. Ele pediu ajuda para que a gente o casamento de sua sobrinha que está morando com eles e vai casar antes de viajar para o Brasil.

- Bom, então agora temos uma professora, dois advogados e um médico e a menina Emily formou em que? - pergunta o duque.

- Eu formei em administração de empresas, claro que foi para agradar minha família, mas como estou indo para Turim, não sei se volto para meu castelo do pânico.

Emily fala isso porque é filha única e seus pais são pessoas que só pensam em festa e jantares populosos, nunca lhe fizeram carinho e nem ao menos foram para sua formatura. Eu tenho pena de minha amiga, mas desejo que ela se firme nos caminhos do Senhor. Quem sabe ela não casa com um dos meninos?

- Crianças eu gostaria muito que ficassem todos lá em casa, mas eu só tenho quarto para meninas lá em casa. E os garotos?

- Não se preocupe tio, Rafael ficará comigo no castelo.

- Mas isso não quer dizer que não podemos nos ver todos os dias. - diz o duque.

Nossa viagem foi tudo menos calma, quando nos juntamos riamos muito e cantávamos, sai com Rafael pelos vagões evangelizando e assim passaram-se dois dias.

Ao chegar na chácara do duque, nós mulheres fomos nos acomodar com Liliane a sobrinha do duque e os meninos seguiram para o centro da Itália. Milão era uma cidade linda, mas eu ainda preferia Turim.