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Após o péssimo jantar da rainha em nossa casa, seguimos evangelizando com mais cautela

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Após o péssimo jantar da rainha em nossa casa, seguimos evangelizando com mais cautela. Havia dias que eu achava melhor Teresa ir com as meninas e Cláudio e eu ficar cuidando de Liliane que não anda bem por causa da gravidez de risco.

Continuo sem falar com Gabriel, ele é muito mimado e não veio se desculpar, aliás eu nem pergunto por ele, fico sabendo das visitas do mesmo na ala dos meninos mas não passa disso.

As crianças passaram uns dias sem vir para as aulas, mas aos poucos começaram a aparecer, o fator fome interferia ao nosso favor; toda criança matriculada na nossa escola que tinha frequência regular ganhava não só o lanche mais uma cesta básica semanal. Para os pais que não podiam sustentar famílias grandes era uma boa ajuda. Eu continuava também doando roupas, brinquedos e remédios.

Certa manhã estava vindo da igreja com Emily que foi me buscar pois havia chegado cartas de meu pai, quando encontramos Teresa aflita no caminho.

- Meninas ainda bem que estão aqui. - diz ela quase correndo.

- O que houve Teresa? Algo com a duquesa ou Liliane? - perguntei.

- Não pior, bem pior.

- Ande mulher conte logo, quer nos matar? - diz Emily.

- O delegado, foi transferido e corre o risco de ser demitido, pois estávamos evangelizando na praça e os guardas estavam fazendo a ronda e lá vem a vossa malvadeza real e manda que os guardas nos prenda e quando chegamos na delegacia, o delegado nos dispensou.

- Ele foi transferido para onde? - pergunta Emily querendo chorar.

- Não sei amiga, só sei que ele vai partir amanhã de manhã para Roma e se não for demitido saberá para onde vai.

- Sinto muito Emily. - consigo dizer.

- Tem mais gente. - diz Teresa. - Gabriel vai se casar com Jesabel a princesa da França.

- Casar? - Emily pergunta e olha para mim.

- Não me olhem assim não sou dona de Gabriel, nem nunca namoramos. Nem gosto dele. - disse desviando o olhar do delas.

- Não minta amiga, sabemos que se amam, só são orgulhosos demais para aceitar. - diz Teresa.

- Me diga Teresa, ele vai casar por amor?

- Não sei se ele a ama. O que estão dizendo por aí que a rainha está muito doente e pediu a ele que casasse com Jesabel para lhe passar a coroa.

- Meninas vocês acreditam na doença dessa mulher? - pergunta Emily.

- Bom não temos o direito de julgar ninguém. - digo.

- O que tinha na carta? - pergunta Emily.

- Nossa nem li ainda.

- Então leia, quem sabe é a única notícia boa do dia. - diz Teresa.

- " Filha amada do meu coração, eu não queria nunca puder fazer algo com você que pudesse magoar ou entristecer seu lindo coração. Você sabe que sempre lhe apoiamos pois sabemos que você é escolhida por Deus para apregoar boas novas em lugares que Ele escolher. Porém, há muito tempo atrás fiz um acordo de paz com o rei da Itália, por esse motivo não nos preocupamos de você ter ido para Turim. Sabe que venho mandando roupas e alimentos assim como brinquedos para você ajudar as pessoas por aí. Infelizmente essa ajuda não irá mais chegar e sinto lhe dizer que se você não voltar em até um mês para se casar com um príncipe que a rainha da Itália indicará, não poderemos mais apoiar as suas viagens pois seremos perseguidos por vários reinos. Filha não sei o que se passa aí, mas entendi que é algo sobre a obra de Deus. Peço seu retorno para que sua segurança não venha ser afetada. Com amor Papai."

- Meu Deus, essa mulher é uma cobra.

- Vamos nos reunir e tomar as devidas atitudes.

- Emily, tem como chamar o delegado para nossa reunião? - Pergunto caminhando para a casa. Eu quero muito chorar mais tenho que ser forte nesse momento.

Quando chegamos na casa havia um certo alvoroço pois Hadassa havia recebido carta parecida e estava chorando muito. Também tinha um telegrama esperando Emily e trazia notícias para ela retornar ao reino também. A rainha havia decretado a guerra que prometeu a mim no casamento.

No almoço estávamos todos reunidos menos Gabriel, como sempre ele vinha ausente de nossas reuniões. Pedi ao duque que começasse falando pois tínhamos ele como nosso cabeça aqui na casa.

- Vamos sim falar sobre todos os assuntos que na manhã de hoje vem nos atormentar, porém, peço a paciência de todos pois pedi a Gabriel que buscasse uma informação para mim e estou aguardando.

- Amor, é verdade que a igreja não poderá ser aberta mais? - pergunta a duquesa.

- Que? - digo levantando da cadeira.

- Sente-se Júlia, não é de cabeça quente ou revoltada que vamos resolver as coisas. - diz o duque. - Vamos terminar a refeição calados, ninguém diga nada até o término da mesma e por favor comam, Joaninha cozinha com amor e não podemos desperdiçar comida.

Reinou um silêncio na mesa, todos se olhavam mais ninguém falava nem sobre os problemas nem sobre outras coisas. Eu ficava pensando como iríamos sair de todos os problemas sem negar a Cristo e a obra que nos confiou.

Preciso de uma luz, que me clareie a mente. Ilumina-nos Pai.

Já estávamos quase terminando a sobremesa quando vimos Gabriel chegar ele nos olha e só faz um comprimento com a cabeça. Eu rapidamente abaixo a minha cabeça e não ouso lhe olhar, ele sempre dizia que as causas da coroa não fariam ele casar com alguém que não fosse prometida para ele por Deus. Não sei se ele realmente a ama, mas não sinto paz nesse assunto.

Bom, o duque segue para o escritório com ele e nos faz esperar ansiosas na sala. Nenhuma de nós tem ânimo para sorrir, para conversar ou para fazer qualquer coisa, todo mundo preocupado e temeroso com tanta má notícia chegando em uma manhã só. O jeito era esperar a reunião do duque com o neto acabar e ver no que daria.

- Eu não quero voltar para casa. - diz Hadassa com olhos marejados.

- Ninguém quer, e se eu voltar vou ser obrigada a casar com um lord inglês. - Emily diz me olhando.

- Todas nós vamos ser obrigadas a casar com quem for melhor para a aliança do país. - digo cabisbaixa.

- Gabriel será o primeiro. - Liliane fala e lhe olhamos. - Ele está sendo forçado a casar com Jesabel, não a ama e não suporta estar perto dela.

- Mas então ele não mudou tanto? - falo e a duquesa sorri.

- Ele não mudou nada filha, ele só está envolto a muitos problemas e preocupações, sem falar que é orgulhoso o bastante para lhe pedir perdão.

- Porque ele teria que pedir perdão? - Hadassa indaga.

- Ele viu Júlia com um dos jovens do evangelismo no dia que ela ganhou as flores da garotinha e julgou que ela se encontrava escondido com ele, já que ninguém sabia que ela era cortejada. - Emily explica calmamente.

- Nossa que rolo. - Rafael fala. - Quer dizer que você não recebeu cortejo de ninguém?

- Não é claro que não, se caso tivesse acontecido todos saberiam. - disse convicta.

 - disse convicta

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