Deixei minha amiga entrar em todas as lojas de Turim, ela se sentia bem comprando e comprando muito, havia sido criada em um lar omisso, que ninguém se preocupava com ninguém e para se sentir bem, ela ia às compras. Como não fazíamos isso a muito tempo eu também gostei.
Por todo o tempo que estivemos no centro eu me sentia como se alguém nos observasse. Até disse isso a minha amiga ela disse que sou paranoica. Bom enfim passamos a tarde toda no centro, já estava cansada e a todo momento lhe perguntava se podíamos ir para casa, com a resposta negativa eu me limitava a procurar quem nos olhava de longe.
Já estávamos de saída de uma loja de vestidos, quando um garoto me entrega um bilhete.
"Você é realmente linda, não entendo o que uma princesa fica posando por ai de plebeia."
Olhei em volta não via ninguém, mostrei a minha amiga o bilhete e ela disse que era coisa dos meninos, fomos até uma confeitaria onde eles estavam. Eu iria tirar satisfação com eles por brincar com coisa séria. Não queria revelar minha identidade a ninguém.
- Olá, pensei que iam trazer Turim por inteiro. - diz Gabriel.
- Também não precisava mandar recado para agente entender que estava na hora de vir atrás de vocês. - diz Emily.
- Quem bom que Hadassa lhes encontrou a tempo, tivemos que pedir que ela lhes procurasse. - diz Rafael.
- Então foi ela. - falamos juntas.
Ficamos ali algumas horas comendo e conversando. Estar com eles era maravilhoso. Eu queria ver Hadassa para lhe pedir que não fizesse mais brincadeiras chatas.
- Então Emily, decidiu se vai começar conosco no domingo a evangelizar?
- Ela precisa primeiro fazer a decisão dela. - eu disse olhando minha amiga.
- Vou esperar um milagre aparecer para eu me converter. - diz ela sorrindo.
- Olha a promessa hem? - alerta Gabriel.
- Mas e você Gabriel vai conosco? - pergunto
- Vou pensar, não é fácil para mim vivendo no palácio. Mas to pensando em abrir uma clínica aqui e quem sabe uso a medicina para pregar?
- Maravilhoso! - eu digo sincera.
No outro dia, todos foram para a escola bíblica eu fiquei pois tinha que esperar chegar os livros que havia encomendado sobre alfabetização e o combinado seria para esse domingo.
Aproveitei para dar uma arrumada na casa, coloquei as tapeçarias no sol e abri todas janelas. Ao passar por um cômodo achei ter visto um vulto mas não era ninguém, talvez fosse algum gato. Quando entrei na biblioteca para arrumar a mesa fui surpreendida por uma pessoa tapando minha boca.
Logo adormeci pois foi colocado um lenço com algo nele e eu apaguei, acordei em um lugar estranho e sujo e o meu sequestrador na minha frente mascarado. Eu não sabia quem era ao certo, mas com certeza seria Tony que estava metido nisso.
- A princesinha acordou? Está confortável majestade?
Acho que ele não queria a resposta pois com aquele pano na minha boca eu não conseguia dizer nada. Mas pela voz eu sabia quem era. Eu só chorava o tempo todo.
Ele saiu me deixando ali sozinha amarrada pelos pés e mãos, ali jogada no chão. O lugar era escuro demais e eu só via algo quando ele abria a porta.
Tony voltou com comida e água. Ficou parado olhando para mim e dizendo coisas tipo que sou linda, etc e tal. Não ouvia direito minha cabeça doía, acho que bati em algo. Com certeza já era quase noite e o pessoal já havia voltado e estavam me procurando. Pensei em meus parentes e nos meus amigos.
- Vai ficar aí chorando? - ele ria de minha situação, claro que eu estava com fome, só havia tomado café e não havia nem tomado água ali. - Sabe quem sou? - pergunta ele.
Eu balanço a minha cabeça em positivo e olho para a comida, quero que ele entenda que estou com fome. Mas ele deixa a comida em cima de algo e vem bem para minha frente.
Me leva para um outro cômodo, mais iluminado, ainda sujo e fedia menos que o anterior, pelo menos nesse eu podia ver uma cama, uma mesa com duas cadeiras e havia uma janela que trazia luz de fora para dentro, fazendo com que eu percebesse que realmente estava quase anoitecendo. Após ele me amarrar em uma cadeira, retira sua máscara com um grande sorriso de triunfo, com toda certeza era ele, o homem que odiava a realeza, como ele me chamava de princesa direto tenho certeza que ele sabe que sou uma. Não queria chorar, mais eu sentia muito medo. Não podia imaginar o que ele queria comigo, talvez dinheiro e talvez matar um membro da realeza.
- Princesinha chorona, eu lhe trouxe até aqui pois chegou nos ouvidos de quem não gosta de sua religião que você é o pivô dos cultos e pregações que estão acontecendo aqui nessa cidade. Não pense que não quero lhe soltar e fazer você me ser grata dando um lindo beijo que ficou me devendo na mansão, mas tenho ordens superiores para lhe matar. Porém, não se preocupe, não será hoje, vou esperar ordens supremas. Por enquanto você fica aqui comigo linda.
Eu continuava chorando, nunca imaginei que eu tivesse tanta lágrima, ao vir para cá não pensei que eu pudesse passar por lutas e perseguições, mas como na vida de Jó e de José eu estava passando minha provação. Fechei os olhos e me concentrei numa oração.
- Senhor, eu vim para cá pois o Senhor me enviou a trazer boas novas para este povo. Não permita que esse homem me faça mal algum Pai, conduz com sabedoria meus amigos para que me encontrem. Ainda tenho muito o que fazer para Ti meu pai.
Voltei pensar no que todos estavam pensando sobre meu desaparecimento, se estavam me procurando, se todos fossemos descobertos como sendo da realeza, temo que queiram matar a todos, porém ele havia comentado sobre perseguição religiosa, então não livrava nenhum de nós, pois acredito que assim como eu meus amigos não negaram Jesus.
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Vivendo com propósito
روحانياتLivro 4 Júlia é uma linda princesa que abandonou a realeza para viver o chamado de Deus em sua vida. Ela fez um voto ao senhor de não beijar homem algum que não fosse o marido escolhido por Deus. Ganhou muitas almas para Cristo e ensinou seus amigos...